Após obter todas as aprovações regulatórias necessárias da União Europeia para o acordo de €800 milhões, a Bajaj tornou-se a controladora integral da empresa, encerrando a era sob supervisão do grupo anterior.
A gigante indiana Bajaj Auto oficializou em 18 de novembro de 2025 a aquisição de controle majoritário da KTM — a marca austríaca reconhecida mundialmente por suas motos esportivas e de aventura.
Uma reviravolta no comando
Até então, a Bajaj mantinha cerca de 37,5% de participação indireta na KTM via estruturas societárias — mas a transação recente transformou essa influência em controle absoluto. A holding antes denominada Pierer Bajaj AG (PBAG) passou a ser integralmente controlada pela subsidiária da Bajaj, e a KTM, sob o guarda-chuva da holding Pierer Mobility AG (PMAG), foi reestrutura a como parte do novo grupo. As companhias foram renomeadas: PBAG virou Bajaj Auto International Holdings AG, e a PMAG — que controla a KTM — foi rebatizada como Bajaj Mobility AG.
Com a mudança, a KTM deixa formalmente de pertencer ao controle tradicional e passa a integrar diretamente o portfólio global da Bajaj, que agora detém aproximadamente 74,9% das ações da holding controladora.
A injeção de recursos e o plano de reestruturação
A operação inclui um pacote de financiamento de 800 milhões de euros, destinado à estabilização financeira da KTM perante uma crise de liquidez que vinha se arrastando. Parte do montante já havia sido aportada nos últimos meses, e o valor restante será usado para pagar credores e garantir a continuidade da produção.
Especialistas indicam que o plano de reestruturação passará por cortes de custos operacionais, otimização da produção e possivelmente uma realocação de parte da oferta da KTM — o que pode significar novos rumos estratégicos para a marca, com produção industrial mais flexível e foco em eficiência global.
O que muda para pilotos e mercado global?
Para os fãs da KTM — sejam amantes das off-road, das esportivas ou das aventureiras — a aquisição representa uma guinada forte. A nova estrutura pode resultar em:
- Maior robustez financeira e continuidade da produção mundial; Potencial expansão da rede de distribuição e presença global da marca, aproveitando o alcance da Bajaj;Eventuais revisões de portfólio e reposicionamento de produtos, inclusive com possibilidade de novos modelos ou linhas reformuladas; Impactos nas operações de pesquisa, desenvolvimento e esportivas, visto que a KTM sempre teve forte atuação em competições e motos de alta performance.
Do ponto de vista corporativo, a transição também acarreta uma reestruturação das lideranças internas e do conselho administrativo, o que poderá trazer mudanças estratégicas no desenvolvimento de novos modelos e no foco de investimentos.
Um novo capítulo para a KTM — e para a indústria da moto
A operação da Bajaj marca um marco na história das motocicletas globais. Nunca antes um grupo de origem emergente havia assumido o controle total de uma marca premium europeia com o alcance da KTM. A estratégia demonstra como os mercados geográficos e as alianças globais de produção estão sendo reconfigurados — com aposta em eficiência de custos, expansão de portfólio e potencial crescimento fora dos centros tradicionais da indústria.
Para os brasileiros e motociclistas do mundo todo, a pergunta agora é: quais serão os próximos capítulos deste romance global entre a tradição europeia da KTM e a força industrial indiana da Bajaj?
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Fonte: Motorcycle News
