A bordo da nova Royal Enfield Himalayan, encaramos uma aventura de Extrema (MG) até Nazaré Paulista (SP)

TEXTO: CELSO RENATO A. DA SILVA
FOTOS: ALEXANDRE RIO

Dessa vez, nossa viagem foi por “montanhas e represas”, uma combinação perfeita para os apreciadores do motociclismo aventureiro, pois os contornos dessas belezas naturais exigem pilotagem técnica para superar subidas, descidas e a altitude elevada. Já as represas possuem pisos, relevos e contornos diversificados, com alternância de trechos técnicos e velozes. A proximidade com a água é garantia de um belo cenário e uma brisa constante e agradável. O trecho aventureiro conta com aproximadamente 80 km. Começa na Serra do Lopo, em Extrema (MG), passa pelas cidades de Joanópolis, Piracaia e termina na Represa Atibainha, em Nazaré Paulista (SP).

SERRA DO LOPO – EXTREMA (MG)

A Serra do Lopo está localizada no Complexo da Mantiqueira. Em Tupi-Guarani, a palavra “Mantiqueira” significa “lugar onde nascem as águas”. Foi batizada assim pelos indígenas, por possuir grande quantidade de nascentes. O denominativo Serra do Lopo se refere à grande quantidade de lobos-guarás que habitavam a região. O lugar fica no Município de Extrema (MG) e faz fronteira com a represa do Jaguari (ao sul), com a Serra de Itapeva e o Vale do Jaguari (ao norte), com a cidade de Joanópolis (a leste) e com a Serra das Anhumas (a oeste).

Possui altitude mínima de 900 m e máxima de 1.780 m. Grande parte da região está enquadrada dentro de reservas naturais, criadas com o objetivo de preservar fauna, flora e recursos hídricos locais, pois a área apresenta, em seus limites, fragmentos da Mata Atlântica, rios e riachos que formam bacias de grande importância econômica, além de conter grande diversidade florística, mantendo em suas matas espécies que se encontram em extinção. A Serra possui diversos atrativos turísticos, como mirantes, trilhas e rampas de voo livre.

O ROTEIRO

O início do trecho aventureiro fica em Extrema (MG), a 490 km da capital mineira e a 110 km da capital paulista. Para chegar, vá pela Rodovia Fernão Dias até a saída 942, continue sentido centro da cidade e depois siga as placas da “Serra do Lopo/Rampas de Voo Livre”. No começo, a subida da serra é de asfalto e bloquetes, e no topo, de terra. Você chegará a um cruzamento com placas. Siga a indicação para Joanópolis/Bairro dos Forjos (acesso para veículos 4X4), mas antes de iniciar a descida, suba até as rampas de voo livre, pois a vista é deslumbrante e garante belas fotos.

Depois de apreciar o visual, retorne ao cruzamento e inicie a descida da serra. Aqui, cabe uma informação: não recomendamos fazer este trecho de descida de serra durante ou após a ocorrência de chuvas, com motos Big Trail ou Crossover, mesmo com pneus off-road e pilotos experientes, pois há trechos com ângulos acentuados de inclinação com piso duro e escorregadio –é tombo na certa! Este trecho de serra tem aproximadamente 15 km e proporciona muita adrenalina e diversão. Ao final, chega-se ao asfalto. Siga à direita sentido Centro de Joanópolis e cruze a cidade sentido a estrada para Cachoeira dos Pretos.

Ao chegar a uma bifurcação com uma saída à direita por terra, sinalizada com placas marrons de madeira para “Represa de Piracaia”, siga à direita pela terra até a Estrada Piracaia Pilão. Nela, permaneça à direita, acompanhando a Represa de Piracaia até chegar ao asfalto. Daí, siga à esquerda pela Estrada André Franco Montoro até a saída à direita para a “Pousada Figueira Grande” (placa), cruze a ponte e, novamente por terra, siga à direita margeando a Represa Atibainha. Continue até chegar ao asfalto na Rodovia D. Pedro I, em Nazaré Paulista. Chegamos ao final da aventura!

REPRESA ATIBAINHA – NAZARÉ PAULISTA

Entre as serras da Mantiqueira e Cantareira, a represa do Rio Atibainha tem uma área de 25 km², com duas praias, a de Lava Pés, no centro do município, e outra no bairro Itinga. A represa é propícia à pesca esportiva e a passeios náuticos com pequenas embarcações, possuindo muitas marinas. Nazaré Paulista é um destino próximo a São Paulo, bom para um final de semana em família. Com natureza privilegiada, oferece boas opções de hospedagem e garante a diversão de visitantes de todas as idades.

O programa mais concorrido é o passeio de barco pela represa do Atibainha. A bordo de uma chalana, chega-se bem perto da barragem. O município serviu de passagem para os Bandeirantes e viveu um período de riqueza com a agricultura cafeeira. Hoje, está voltada para o turismo e a agropecuária. Apresenta relevo montanhoso, atingindo 1.030 m de altitude, com nascentes, cachoeiras e águas represadas em seus vales. É um verdadeiro parque de diversões para quem aprecia esportes náuticos, passeio de barco, mergulho, pesca esportiva e muita trilha!

A MOTO

Tivemos a oportunidade de utilizar o grande lançamento da Royal Enfield, a Himalayan. Esta “pequena grande” aventureira foi aguardada com muita expectativa pelo mercado, pois a proposta da marca para a moto tem tudo a ver com o Brasil, ou seja, média/pequena cilindrada com bom desempenho urbano, comportamento satisfatório nas rodovias, adequada a passeios e viagens aventureiras e preço acessível. Ufa!

Será que é possível atender a todas essas expectativas? Com 411cc, 24,5cv e 185 kg, confesso que iniciei minha jornada com a motocicleta um tanto quanto cético, pois os números expostos não empolgam. Em cima da moto, o primeiro trecho foi urbano – agilidade, equilíbrio e postura adequados ao uso no dia-a-dia. Atende! O segundo trecho foi realizado na rodovia – banco confortável, baixo nível de vibração, estabilidade, velocidade de cruzeiro compatível com a motorização e boa autonomia. Novamente atendeu à proposta! O terceiro trecho foi aventureiro, com estradas de terra boas e ruins, pequenas trilhas, subidas e descidas, piso seco duro, gradeado e escorregadio… Enfim, condições bem exigentes.

Nessas situações, a moto chega a empolgar, pois estou acostumado a utilizar Big Trails. O desempenho foi muito bom. As suspensões se comportam bem, mesmo em altas velocidades, com medidas de rodas e pneus originais adequados ao fora de estrada aventureiro. Atende com louvor! Para minha estatura (1,70 m), a moto é bem adequada no que se refere à distância do solo, ergonomia e conforto e acredito que o preço proposto (aproximadamente R$ 19.000,00) é razoável em relação à concorrência. A moto tem um grande potencial de mercado, dependendo basicamente da qualidade e ampliação da rede de concessionários.

 

DETALHES

  • A moto utilizada foi uma Royal EnfieldHimalayan 410 2019, emprestada pela fábrica.
  • Esta rota, em seu trecho aventureiro, não é adequada para iniciantes. Recomendamos o uso de pneus mistos, mesmo em piso seco. Com solo molhado, não recomendamos fazer este roteiro.
  • O pedaço aventureiro possui uma navegação difícil. Pesquise e planeje bem ou contrate um guia para que sua diversão não se transforme em roubada.
  • Contei com a excelente companhia do fotógrafo e aventureiro Alexandre Rio.

 

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