Essa viagem foi realizada pelos aventureiros Jaider Martins e Renato Cardoso, que partiram de Goiânia e foram até o Jalapão. Como já conheciam o local, eles decidiram encarar a região em condições adversas. Na primeira vez, com muita chuva e tudo mais, a saga foi tranquila. Já nessa viagem, tudo foi um verdadeiro desafio

TEXTO E FOTOS: JAIDER MARTINS

Em junho desse ano, pela segunda vez, os aventureiros Jaider Martins e Renato Cardoso decidiram ir de moto para o Jalapão. Dessa vez, eles escolheram fazer algumas coisas que não fizeram na primeira ocasião que visitaram o local. A viagem também serviu para observar as diferenças do Jalapão antes e depois da novela “O Outro Lado do Paraíso”, exibida pela Rede Globo, em que teve várias cenas gravadas mostrando as belezas da região, o que levou um número muito maior de turistas e fez com que aumentasse o preço de alguns produtos, movimentando a economia local.

Como definiram os próprios viajantes, dessa vez eles conheceram o verdadeiro “Jalapão bruto”, como se diz por lá, pois, na primeira viagem, era época de chuva, a areia estava molhada e compactada, o que facilitou a pilotagem. De junho até setembro é tempo de seca por lá, o que dificulta bastante a condução. “Fizemos a viagem toda no modo econômico, acampando e cozinhando a grande maioria dos dias”, diz Renato.

Relato dos aventureiros

No primeiro dia de viagem saímos cedo de Goiânia, atravessamos o Distrito Federal, cruzamos a Chapada dos Veadeiros e depois de 700 quilômetros chegamos ao primeiro ponto turístico que visitaríamos, o Rio Azul, que fica no caminho entre Aurora do Tocantins e Taguatinga. Curtimos o Rio Azuis, mergulhamos, tiramos algumas fotos e armamos nossa barraca ali mesmo.

No segundo dia seguimos rumo ao Jalapão, passando por Dianópolis, Rio da Conceição, e começamos a percorrer estradas de terra que seguem para Ponte Alta do Tocantins. Nesse caminho se passa na Cachoeira da Fumaça, Cachoeira do Soninho, e na Pedra Furada, que tem um dos trechos de areia mais fofa de todos os lugares em que passamos. Após a Pedra Furada chega-se a um trecho de asfalto que segue para Ponte Alta, mas antes seguimos para Pindorama e fomos conhecer e acampar na Lagoa do Japonês. Lugar bonito e água propícia para quem gosta de mergulho com Snorkel. Só achamos ruim o preço – R$ 20,00 para o dia em que chegamos, R$ 10,00 pela noite e mais R$ 20,00 para o dia em que íamos embora, um absurdo, já que chegamos ao pôr do sol – mas, tudo bem!

No terceiro dia fomos a Ponte Alta e seguimos para Cachoeira da Velha, trecho cansativo, com vários tombos em bolsões de areia e muita pancada em pedras. Acampamos na sede que fica na entrada para Cachoeira da Velha. No dia seguinte visitamos a cachoeira e praia do Rio Novo, fotografamos e seguimos rumo a mateiros, passando por um “atalho” que fica a uns 7 quilômetros da sede da cachoeira da velha, quando se pega uma estrada com muita areia, aliás, só areia, e bem fofa. Alguns tombos aconteceram, mas vencemos! Apesar dos contratempos, achamos melhor que o caminho principal, que tem muitas pedras e costelas de vaca, o que fez quebrar o suporte da bolha das duas motos, quase que simultaneamente.

Continuamos rumo a Mateiros, mas antes passamos em um ponto turístico imperdível: as belíssimas dunas do Jalapão. Nesse ponto turístico os guias levam os visitantes nas caminhonetes 4×4 no fim da tarde para ver o pôr do sol. Deixamos as bagagens na portaria para poder pilotar melhor os cinco quilômetros de pura areia que viria pela frente. A vista de cima das dunas é linda, e apreciamos de um pequeno riacho que passa em frente as dunas,com muitas araras voando nos pés de buriti, e também tem a vista para a Serra do Espírito Santo.

Seguimos para Mateiros e no outro dia fomos rumo à belíssima Cachoeira da Formiga, lugar lindo demais e que foi muito filmado na novela. A água é de uma cor fantástica. Deixamos o acampamento armado, pegamos as motos e fomos conhecer o Fervedouro Buritizinho, que em nossa opinião é o mais bonito de todos pela transparência da água. Conhecemos também o Fervedouro encontro das Águas, e o Fervedouro do Ceiça.

As companheiras de viagem

Fomos cada um em uma Yamaha Ténéré 250, motos que rodaram muito bem em todo o percurso, sem nenhum problema sério, mesmo com os vários tombos que ocorreram nas areias fofas pelo caminho. Mas, é preciso ir com a motocicleta equipada, protetor de motor e carenagem para evitar arranhões. Ir ao Jalapão de moto é quase uma certeza que se vai cair. Os únicos problemas foi o suporte da bolha das duas máquinas que quebraram com a trepidação, e alguns amassados nas rodas por causa das pedras.

Encarando a areia

É difícil acostumar e ter coragem, mas o melhor jeito é andar acima de 50/60 km/h, pois assim, terá mais controle da moto. Andando abaixo disso se perde o controle e é tombo na certa, um atrás do outro! Outra dica é murchar os pneus, mas não tanto, por causa das pedras. O pneu muito murcho tem risco de furar e amassar as rodas. O melhor é ir com a moto o mais leve possível e pensar bem o que levar. Sofremos bastante nos primeiros dias, pois as motocicletas estavam com bastante peso devido às coisas que levamos para fazer comida e para acampar.

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