Equipe Can-Am no Dakar 2020. Foto: divulgação

A Can-Am ampliou o seu domínio no Rally Dakar e, pelo terceiro ano consecutivo, é a grande campeã da categoria para UTVs (SxS) no desafio off-road mais difícil do planeta. Após 12 dias de disputas e quase oito mil quilômetros percorridos na Arábia Saudita – cerca de cinco mil deles de trechos cronometrados -, a 42ª edição da prova coroou de forma inédita os norte-americanos Casey Currie e Sean Berriman, da Monster Energy/Can-Am/South Racing. Com vitória na 12ª e última etapa, realizada nesta sexta-feira (17/1) entre Haradh e Qiddiya, local da chegada, os brasileiros Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin, da mesma equipe oficial, fecharam as disputas em nono lugar do ranking. 

Categoria que mais cresce nos ralis, os UTVs foram uma atração à parte no Dakar. Em 12 etapas, as disputas foram marcadas pelo equilíbrio e por cinco líderes distintos, todos eles acelerando o UTV Can-Am Maverick X3. Casey Currie e Sean Berriman construíram o resultado dia após dia e, após liderarem o ranking na terceira etapa, voltaram ao topo da tabela no sétimo dia de prova – e não saíram mais de lá. Assim, os norte-americanos entram para o restrito hall de campeões da Can-Am no Rally Dakar, que já inclui as duplas Francisco “Chaleco” Lopez/Álvaro Quintanilla (2019), do Chile, e Reinaldo Varela/Gustavo Gugelmin (2018). 

Em 2020, o UTV Can-Am Maverick X3 foi a escolha de 33 dos 46 competidores inscritos no Rally Dakar. O veículo, sinônimo de alta performance e durabilidade, voltou a dominar o ranking da categoria: dos 20 primeiros dos UTVs, 19 aceleraram o Can-Am Maverick X3. Outro fato que reforça o domínio da marca canadense é que, dos 31 competidores que terminaram a prova, 28 utilizaram veículos da Can-Am. 

Brasileiros no top 10 – Além do título do Dakar em 2018, os brasileiros Gustavo Varela e Gustavo Gugelmin são os atuais campeões mundiais de Rally Cross Country da classe T3. A dupla mostrou na prática porque é uma das mais respeitadas do cenário mundial e encerrou a prova no top 10, em nono lugar, após fazer uma prova de recuperação. 

Logo na etapa de abertura, os brasileiros perderam o volante do carro após uma quebra no sistema de direção. Eles não desistiram e improvisaram o conserto com o que tinham, no caso duas chaves de boca, e Varela passou os 153 quilômetros finais daquela etapa conduzindo o veículo de forma inusitada. Quando chegaram, em 38º lugar, foram aplaudidos pela criatividade e força de vontade. 

A partir daí, mesmo com muitas dificuldades pelo caminho, os brasileiros travaram uma “escalada” no ranking, subindo posições a cada dia, e ainda foram fundamentais no trabalho de equipe da Monster Energy/Can-Am/South Racing, focado em garantir o título geral para os companheiros Currie e Berriman. Varela e Gugelmin venceram duas etapas da prova, a oitava e a 12ª. 

“Foi um Rally Dakar muito difícil, como todos. Para chegar, é preciso fazer o possível e o impossível”, diz o experiente piloto Varela, de 60 anos. “Tivemos problemas logo no começo, o que é normal em uma corrida, e depois o nosso foco foi ajudar a equipe Monster Energy/Can-Am/South Racing na conquista o título, o que também foi muito importante. O UTV Can-Am Maverick X3 é, sem dúvidas, o melhor equipamento que poderíamos ter, é o mais confiável e com o melhor desempenho. Agradeço a toda a torcida do Brasil, que é a gasolina para a gente acelerar cada vez mais, e no ano que vem estaremos novamente no Dakar”, acrescenta o paulista. 

O navegador catarinense Gugelmin, 38 anos, avaliou o balanço da dupla no Dakar como positivo. “Foi um Dakar totalmente diferente, no qual tivemos que colocar toda a nossa engenhosidade em prática para sair daquela situação adversa do primeiro dia. A gente sempre espera brigar pelo título, mas rali é isso mesmo, uma surpresa a cada curva, a cada montanha, sempre há novos desafios. Foram muitos aprendizados, a começar pelo terreno, clima e cultura diferentes da Arábia Saudita, e chegamos muito bem, no top 10, e com saúde. É isso que importa. O Can-Am Maverick X3, mais uma vez, se mostrou imbatível. Ser o UTV dos nove entre os 10 primeiros da prova é muito proveitoso para a marca”, conclui. 

A 42ª edição do Dakar teve início no dia 5 de janeiro, em Jedaah, e programou um dia de descanso até a linha de chegada em Qiddiya. Além dos UTVs, a tradicional prova contou com categorias para motos, quadriciclos, carros e caminhões.

Rally Dakar 2020 – Categoria UTVs (SxS)

Resultado final acumulado (extraoficial) – Dez primeiros
1 – #405 – Casey Currie / Sean Berriman (EUA) – 53:25:52 – Can-Am Maverick X3
2 – #411 – Sergei Kariakin / Anton Vlasiuk (RUS) – 54:05:04 – Can-Am Maverick X3 
3 – #400 – Francisco “Chaleco” Lopez / Juan Pablo Vinagre (CHI) – 54:18:28 – Can-Am Maverick X3
4 – #404 – Conrad Rautenbach (ZWE) / Pedro Bianchi Prata (POR) – 54:38:11
5 – #410 – Jose Antonio Lopez / Diego Gil (ESP) – 54:46:30 – Can-Am Maverick X3 
6 – #420 – Jesus Puras / Xavier Blanco (ESP) – 55:45:07 – Can-Am Maverick X3
7 – #417 – Axel Alletru (FRA) / Francois Begun (BEL) – 55:50:15 – Can-Am Maverick X3
8 – #427 – Austin Jones / Kellon Walch (EUA) – 56:23:30 – Can-Am Maverick X3
9 – #402 – Reinaldo Varela / Gustavo Gugelmin (BRA) – 59:09:53 – Can-Am Maverick X3
10 – #433 – Santiago Navarro / Marc Terradellas (ESP) – 59:10:27 – Can-Am Maverick X3