O Enduro FIM Xperience da Mulher reservou grandes emoções e troca de experiência entre as participantes, que tiveram suas habilidades testadas em percursos que reservavam uma surpresa a cada curva

TEXTO: ROSA FREITAG
FOTOS: FERNANDO ESPOSITO/DIVULGAÇÃO

Para comemorar o Dia Internacional da Mulher e incentivar a categoria feminina em competições off road, todos os anos é realizada uma prova de Enduro padrão FIM somente para mulheres. Idealizado por “Fabião” Simões, o Enduro FIM Xperience da Mulher é pioneiro ao incluir categorias para Novatas, Pro e Over 30, 40 e 50 anos. Em 2015, mais de 50 pilotos passaram com as motos cheias de lama dentro do Shopping Serra Azul, em Itupeva. A 4a edição aconteceu no domingo, dia 11 de março, no Complexo Ayrton Senna, em Ribeirão Pires (SP). Com 71 participantes, muitas vindo de longe, como a equipe Minas Rìmel, com 17 mulheres de Minas Gerais e Espírito Santo, as Gatas de Botas, de Campos do Jordão, e as Pantheras da Cuesta, de Botucatu. Para começar a confraternização as pilotos fizeram um desfile pelas ruas da cidade no sábado à tarde. No domingo, um show de manobras das Meninas do Grau cativou os espectadores.

A prova de Enduro FIM consiste em trechos de deslocamento, desde o local do parque fechado e largada, por vias urbanas, estradas de terra e trilhas, trechos cronometrados, com 2 Enduro Tests, em trilhas travadas, e o Cross Test, em circuito parecido com o veloterra, mas todo o trajeto e obstáculos são naturais. Para as categorias Pro foram consideradas 4 voltas, cada uma com 16 km, e para as demais categorias, 3 voltas. O percurso urbano foi indicado com setas (na cor rosa!) em postes, e nas trilhas demarcado com fita amarela à esquerda e vermelha à direita, e também foram previstos os erros: no início de um caminho errado, havia um símbolo. Para sinalizar perigos, como buraco, toco, tronco, abismo, atoleiro, etc., placas com “curecas” (caveiras). Perfeito o trabalho de demarcação e sinalização do Fabião e sua equipe Adrenatrilha.  Os tempos durante a prova puderam ser acompanhados em tempo real na Internet.

Uma aventura a cada metro

As trilhas em Ribeirão Pires são naturalmente lisas e as chuvas da semana aumentaram o desafio da “Trilha do Morto”: descer um barranco com curva e abismo controlando a moto – mas se fosse fácil, não seria enduro! Boa parte das trilhas era single track, com poucos pontos para ultrapassagem, e os enroscos foram oportunidades para uma ajudar a outra e fortalecer as amizades.

Através das mídias sociais e de um grupo de WhatsApp que inclui mais de 100 mulheres e o Fabião, foram combinadas as trilhas, competições, cursos, além de apoio às novas integrantes. A equipe Kapangas, fundada por Lucianna Timm, a “Tripa Seca”, com a intenção de reunir as “pilotos sem equipe”, tornou-se a mais numerosa, com mais de 30 participantes na prova. Para participar, basta querer! E grandes talentos já foram revelados: Barbara Neves, a Babi, de Goiás, participou de sua primeira prova na edição de 2015, aos 13 anos, e hoje é a atual Campeã do Brasileiro de Enduro; foi a primeira colocada geral na prova e na categoria Pro Nacional, correndo com uma Honda CRF230. Janaína Souza, pentacampeã das Copas EFX de Enduro e CACC, de Cross Country, e destaque no Rally dos Sertões em 2017, ficou em 2o lugar geral e 1o na categoria Pro Importada, com uma Honda CRF 250R.

Os maridos, amigos e filhos marcaram presença nos bastidores, dando apoio mecânico e afetivo, cenas lindas de se ver! E as categorias “over” a cada ano ficam mais disputadas: na Over 30, a vencedora foi Lucianna Timm, na Over 40, Alessandra Bissi (eu fiquei em 6o) e na Over 50, Diankarla Damasceno, a “Vovó Cross”, que ofereceu docinhos a todas as participantes e desafiou para o ano que vem a segunda colocada, a piloto de motovelocidade e jornalista Suzane Carvalho. Na categoria Novatas, Beatriz Machado, de 12 anos, foi a mais jovem estreante.

Os troféus foram entregues pelo Prefeito, Vice, primeira-dama e Secretários da Prefeitura de Ribeirão Pires, que apoiam a manutenção do Enduro da Mulher na cidade para o próximo ano.

Participamos com uma Honda CRF230, com escape Foco Racing, que tirou peso, deixou a moto mais solta e com um belo ronco. A coroa e pinhão SuperSprox e a corrente CZ Chains resistiram bem aos percalços das trilhas e os pneus Mitas deram segurança e bom desempenho nos trechos de lama, cascalho e asfalto.

Agradecimentos:

Foco Racing – escape

Jarva – pneus Mitas e relação SuperSprox/CZ Chains

Rockers Self Garage – lavagem e manutenção

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