Entrevista-Felipe-Titto-o-polivalente

Ele é conhecido pelo grande público por suas participações em novelas e também, em programas na TV, mas Felipe Titto vai muito além do estereótipo de galã de televisão.

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Texto: André Ramos

Fotos: Maurício Nahas/Jacques Deckeker/Arquivo Pessoal

Aos 33 anos, com o corpo sarado recoberto por tatuagens e o cabelo raspado, Felipe poderia ser confundido com o lutador de MMA, mas não deixe se enganar pelas aparências: por trás desta imagem de badboy há um empreendedor serial que hoje tem participações em dez diferentes negócios.

Felipe só consegue dar conta de seus compromissos repletos de deslocamentos diários graças à motocicleta: sem ela, seria impossível ir de um canto a outro de São Paulo para atender a tudo que sua agenda sinaliza.

O punch financeiro lhe permitiu não apenas comprar a primeira moto (uma Harley) como hoje lhe permite ter uma razoável coleção de carros e motos, todos com um toque de personalização que conecta cada um a sua personalidade.

A gente trocou uma ideia com ele e você acompanha agora, a íntegra deste papo.

Boa leitura.

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Moto Adventure – Felipe, muito obrigado por aceitar o convite para esta entrevista. Em nome de nossa revista e de nossos leitores, te agradecemos. Mano, antes de entrarmos na parada da motoca, fale um pouco agora sobre tua vida pré-fama. Quem era o Felipe Titto dessa fase?

Felipe Titto – Felipe Titto era um cara sonhador, que sempre teve muita ambição e que sabia que as coisas iam acontecer (não sabia, como, nem quando), mas sabia que iam acontecer e sempre focou e continua focado em seus objetivos.

Moto Adventure – Cara, e com foi que se deu o teu processo de transformação, de um cara magrinho, para um cabra malhado. E por que você decidiu entrar neste processo?

Felipe Titto – Esse processo de transformação do cara magrinho pro cabra malhado na verdade foi uma coisa meio que automática. Eu era muito novo quando comecei na televisão, então a imagem que tinham minha era de um pré-adolescente virando adolescente, um moleque magrinho de 60kg. Fui morar fora, voltei, sempre treinei, mas eu era vegetariano, então não comia carne, não me alimentava muito bem e a falta de proteína não me fazia ter volume, então, comecei a suplementar, voltei dos Estados Unidos maior e acabou chocando a galera. Foi uma transição um pouco demorada. De fato, na mídia eu entrei magrinho e depois voltei mais forte, mas existiu um tempo de transição… Não foi do dia pra noite. Não é que eu decidi entrar nesse meio dos mais fortes, saca? Eu melhorei minha alimentação… Continuei minha rotina de treinos e o shape veio como consequência.

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Moto Adventure – E as tattoos? Como foi que começou? E parece que a parada virou uma obsessão para você. Qual é a importância da tatuagem em tua vida? Quantas você já fez? E já se arrependeu de ter feito alguma?

Felipe Titto – A importância da tatuagem é muito grande na minha vida. Eu fiz um teste de imagem para uma novela (Avenida Brasil 2011/12) e eles pediram pra eu cobrir as tatuagens com maquiagem. Foi a primeira vez que me cobri com base de maquiagem – minha esposa fez isso pra mim. Eu me senti muito estranho, fora de mim, eu não me reconheci. As tatuagens de fato fazem parte de mim e da minha vida. Quantas eu já fiz? Não faço a menor ideia, não tenho nem como contar mais. Eu conto por membro hoje, tenho várias emendadas e eu nunca me arrependi não. Cada uma representa um momento que eu estava vivendo e que eu estava engajado na época e elas fazem uma espécie de diário no meu corpo. É legal!

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Moto Adventure – Conte-nos como foi que a moto entrou na tua vida.

Felipe Titto – Moto eu sempre gostei muito mas não tinha condições de ter. Assim que minha vida começou a mudar financeiramente falando, aí eu comecei a ter várias. Minha primeira moto foi uma Harley-Davidson e vai indo… Hoje eu tenho algumas. Tive contrato com algumas montadoras e hoje tenho algumas motos.

Moto Adventure – Quantos carros e motos você tem em tua garagem?

Felipe Titto – Eu sempre tenho alguma coisa customizando. Tenho um Mustang, uma F100, um Galaxy, tenho um John Cooper Cabrio, uma Tiguan blindada. Tenho uma Monster, duas Harleys, a KTM, vixe… tenho algumas aí… não dá pra listar tudo (risos).

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Moto Adventure – Você é um cara bastante ligado em Harley, só que naquele Stories que postou em abril, você aparecia dando um rolê no quintal de tua casa com uma KTM EXC. Você também manda no off-road? Faz trilha mesmo, encara umas tranqueiras? Onde costuma andar?

Felipe Titto – Eu gosto bastante do universo Harley-Davidson, do entorno da marca e do estilo da moto eu gosto muito. Mas eu tenho uma KTM… Eu brinco também de off-road, faço trilha, faço umas brincadeirinhas… Mas eu ando meio sem tempo. Eu preciso me organizar melhor pra reservar um tempo pra andar mais. Eu realmente sinto falta disso!

Moto Adventure – Falando em off-road, você esteve no Jalapão recentemente gravando umas paradas, de Scrambler, na companhia do Marcelo Simões, do FMX. O que vocês aprontaram por lá?

Felipe Titto –  Eu estive no Jalapão faz uns três anos gravando uma campanha para a minha linha da Urban Helmets, uma marca da qual sou embaixador e tenho várias linhas de produtos. Estive lá com uma (Ducati) Scrambler, pois na época era embaixador da Ducati. Mas este encontro ao qual se refere com o Marcelo Simões, que é meu parceiraço, tremendo piloto de FMX e flat track, foi em Sorocaba (SP), com meus amigos do Lucky Friends (Rodeo).

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Moto Adventure – E o flat track? O que achou mais legal: a prova, o clima da prova ou  pilotar fantasiado de Evel Knievel?

Felipe Titto – O universo do flat track, o clima da prova, tudo é demais, mega família. Pilotar de Evel Knievel foi muito legal também, uma referência para o universo das duas rodas; o pessoal do Lucky Friends faz um evento absurdamente organizado, muito legal. Este ano tivemos uma redução de público por conta da Covid-19 mas espero que na próxima edição esteja lotado como sempre foi, todo mundo já vacinado, sem pandemia e aproveitando o evento que é essa coisa gigante e bem organizada.

Moto Adventure – Mano, e fale sobre aquela parada da doação da moto para o entregador de comida. Afinal, você conseguiu a moto com alguma revenda ou mesmo com a Honda? Vamos destrinchar agora essa parada. Conte a história para quem não soube do ocorrido.

Felipe Titto – Eu estava saindo do treino – eu moro na Granja Viana mas tenho um apartamento no V House, na esquina da Faria Lima com a Rebouças –, tinha acabado de sair do treino, estava voltando para casa e cruzei com ele quase na Ponte Eusébio Matoso, pegando uma rabeira numa moto. Aí elogiei o motoca, ambos com mochila de entregador de comida e aí a mulher do cara da bike me mandou uma mensagem dizendo que era o marido dela. Então, disse que daria a carta de moto para ele de presente e pedi que ela me provasse que era esposa dele, então, ela me mandou uma foto. Depois ele me mandou uma foto com a roupa que estava naquele dia do vídeo. Depois eu pensei: não adianta eu dar a carta de moto para ele, pois a bike que ele estava usando naquele dia era emprestada de uma amiga dela. Então, dei a carta e depois, dei a moto, mas antes, disse que se nenhuma marca entrasse comigo naquela parada, eu daria a moto sozinho, mas 5 minutos depois que havia marcado a Honda no post, ela entrou em contato comigo e disse: vambora! Obrigado à Honda pela parceria, caras nota 1000. Rolou e ele ganhou a carta e a moto, e espero que eles estejam bem.

Moto Adventure – E moto esportiva? Você já andou dando umas aceleradas em Interlagos com Panigale. Como foi a experiência? Você era embaixador da Ducati na época. Ainda é?

Felipe Titto – Esportiva eu até gosto, mas sou o cara das nakeds e choppers; me sinto mais seguro, andando com guidão mais alto, ou mesmo com as choppers, me sinto mais seguro. Acho que sou muito inconsequente para ter speed, pois chamo no acelerador. Eu até testei a nova Panigale em Interlagos quando era embaixador da marca, onde passei dois anos, um pessoal irretocável, todos ímpares, e tenho moto da Ducati até hoje, mas não sou da speed, não.

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Moto Adventure – Você gosta bastante de moto customizada. Fale um pouco sobre isso.

Felipe Titto – Gosto bastante de moto customizada, praticamente todas as minhas motos têm alguma coisa cortada, alguma coisa pintada, alguma coisa fuçada, pois acho que isso também diminui o risco de roubo, inclusive, duas motos minhas estão lá na Lucky Friends fazendo dois projetos muito legais lá com o Flavinho e que depois de prontas, a gente pode até fazer uma matéria para cobri-las lá.

Moto Adventure – No seu dia a dia você usa a moto? E já fez alguma viagem de motoca?

Felipe Titto – Como moro na Granja Viana, pego a Raposo com muita frequência e como ela tem um índice de trânsito muito alto, se não vai chover (eu odeio andar de moto na chuva) e não está aquele sol de deserto, estou sempre de moto, até porque faço várias coisas no dia entre escritório e reuniões, então de moto é muito mais fácil. Mas viagem, viagem mesmo nunca fiz. Tenho muita vontade de ir para o Chile, Macchu Picchu… Quase fui para o Jalapão de moto, mas quando fui para lá, ela foi na caçamba, mas eu tenho muita vontade e em breve, vou viajar de motoca.

Moto Adventure – Pra gente terminar, parceiro, você é um cara que gosta de tudo que anda. Dentro deste espectro, qual a importância da moto em tua vida?

Felipe Titto – Eu estava falando sobre isso hoje: ela era meu hobby e hoje virou meu meio de locomoção. Ando de moto no dia a dia e hoje, para isso voltar a ser meu hobby, tenho de pegar motos específicas e fazer umas trips mais longas para tirar o peso do corporativo em minha vida, com reuniões e deslocamentos para cima e para baixo, e isso virar um momento meu. Moto para mim sempre foi um momento de liberdade, de tomar vento na cara, acelerar, adrenalina, então, a moto na minha vida é o momento em que me desligo do meu lado corporativo, chato e estressante e a gente se sente vivo. O risco da moto sempre foi gostoso para mim; quando passo de uma determinada velocidade, quando você para para pensar que está naquele limite entre a vida e a morte, isso sempre foi muito interessante pra mim.

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