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Em sua estreia como colunista da Moto Adventure, Erik Carnevalli nos conta como tudo começou e reflete sobre alguns pontos importantes dentro de uma viagem de longa distância.

Texto e Fotos: Erik Carnevalli

Sou Erik Carnevalli e orgulhosamente fui convidado a escrever aqui. Muitos anos se passaram desde a última vez que divulguei uma das minhas viagens ou que anunciei como empresário nessas páginas. Para quem não me conhece sou fundador da ALIVE Moto Tours, uma agência de viagens de moto mundo afora. Nestes 22 anos como guia profissional de mototurismo tive o prazer de viajar por 89 países, fazer 39 viagens à Patagônia, 19 viagens ao Atacama, 11 a Machu Picchu, 21 Tours pela Escandinávia, 1 viagem Trans-África em 2011, 2 Tours de São Paulo ao Alasca em 2008 e 2012, e um Tour de Ushuaia ao Alasca, com retorno até Miami, em 2016; fiz a Rota da Seda, a Rota do Chá e a Trans-Siberiana em 2018 e de Lisboa à Vladivostok em 2019. E como quase todos, em 2020 eu fiquei roendo as unhas sentado no home office e no sofá.

Mas tudo tem um início, e como o início desse desafio de escrever para um público extremamente especializado, houve também um início nessa vida de mototurismo e esse início, meu, seu e de praticamente de todos nós, é o assunto de hoje.

Muitos não se lembram de todas suas viagens, mas tenho certeza de que todos se lembram da primeira. Certamente um evento digno de todas as falhas, dezenas de itens negligenciados e/ou esquecidos, ou seja, uma epopeia fadada ao fracasso.

No meu caso, foi uma aventura curta, ainda sem habilitação (com 16 anos). Peguei minha DT 180, amarrei no bagageiro uma mala de lona com os itens que eu havia “furtado” da despensa de casa e segui numa aventura por estradas de terra com intenção de chegar ao litoral sul paulista. Seriam pouco mais de 150 km de ida, uma noite dormida sabe-se lá onde e um retorno a ser planejado depois. Como tinha de ser, tudo deu errado, mas foi inesquecível: nunca cheguei ao litoral. Mas, uma semente foi plantada ali, no fundo da minha alma.

E mesmo que todo o ar de aventura tenha se dissipado 30 anos depois, eu ainda sinto a mesma excitação quando eu passo de 1.000 a 2.000 horas vasculhando mapas digitais feitos por satélite, para colocar informações nos meus 2 GPS, que me guiarão numa viagem com rastreador satelital, um telefone internacional, internet móvel, equipamentos de bagagem impecáveis, dois passaportes, habilitação internacional, roupas de última geração e montado numa das melhores motos do mundo – um mundo globalizado. E pasmem, às vezes ainda assim não dá certo.

Mas o que importa, é que como aquela semente inicial, todos nós ficamos condenados a planejar, partir, voltar e degustar os sabores e dissabores que a vida pode trazer. Viajar de moto está entre uma das mais profundas introspecções e higiene mental que se pode imaginar. Chame do que você quiser, terapia, meditação, aventura, viagem, tour, expedição, desafio, mas o que importa é que tem um mundo inteiro esperando por você sobre duas rodas.

Regue aquela semente e aproveite!

Erik Carnevalli

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