Motocicleta da família Softail ganhou o novo motor Milwaukee-Eight 114, que ampliou ainda mais a sua performance e conforto.
A Heritage é uma das pertencentes à família Softail mais cheias de estilo e para 2020 a motocicleta recebeu importantes modificações que a vocacionaram ainda mais para encarar a estrada e deixar o condutor ao final do dia, pronto para encarar as delícias das confraternizações e inteirão para o dia seguinte.
Em sua versão anterior, a moto mudara um bocado: ganhou novo motor, novo quadro e deixara de lado o ar nostálgico em troca de uma cara mais underground, graças à adoção do preto em substituição a muitos cromados (o que a H-D chama de Dark Custom) e ao abandono dos pneus faixa branca, que sempre remeteram aos clássicos anos 40 e 50. Esse ar mais despojado foi mantido em 2020, ano em que a moto recebeu novas e importantes modificações.
Ainda no aspecto visual, a moto ganhou novas malas laterais rígidas, cravejada de rebites pretos, que fecham com chave. A iluminação agora é toda em LED (farol principal e auxiliares), o que além de melhorar a visibilidade, também deu um toque a mais de modernidade ao modelo. Infelizmente, o sissy-bar que era de série na versão anterior, agora deixa de ser oferecido. Uma pena.
Um detalhe importante que foi mantido – e talvez o seja por muitas e muitas gerações ainda da moto – é o para-brisas removível e com a parte inferior em preto. Montado no garfo, pode ser removido sem o uso de chave, mostrando-se uma solução prática para os dias mais quentes e de rolês mais curtos.
O painel foi remoçado e apresenta visor de LCD em fundo blackout, que oferece alta legibilidade mesmo durante o dia, trazendo indicador de marchas, dois odômetros parciais e também, o trip de reserva.
Mais performance
Na geração passada a moto já tinha recebido um novo motor para deixá-la ainda mais responsiva. Na ocasião, foi equipada com o bom Twin-Cam 103 High Output, de 1.690 cm3 e que entregava algo em torno dos 75 cv (não oficial) e torque de 11,8 kgf.m. Isso fez com que passasse a apresentar boa performance, principalmente nas acelerações, mas parece que a isso não era ainda suficiente para a proposta da motocicleta e então a Harley decidiu dar-lhe um novo coração, o novo Milwaukee-Eight 114, um V2 a 45o de 1.868 cm3 de cilindrada, 8 válvulas acionadas por dois comandos, arrefecido a líquido e alimentado por injeção eletrônica ESPFI, que fez os valores de performance subirem para cerca de 90 cv (não oficial) e torque de 16 kgf.m, mas com redução de 25% no índice de vibração.
Depois de ter recebido as evoluções tecnológicas ciclísticas da linha em 2016, para este ano a moto não apresentou alterações neste aspecto. Continuam o garfo dianteiro Showa SBDV com cartucho e o monoamortecedor traseiro (escondido sob o assento) com regulagem de pré-carga.
O mesmo se deu em relação aos freios, que continuam com as mesmas configurações e emprego do ABS. Apenas as motocicletas da linha Touring receberam os avanços do pacote RDRS (Reflex Defensive Rider System), que trouxe novidades como ABS aprimorado para curvas, maior controle do freio-motor e controle de tração.
Para finalizar, não poderia ficar de fora a manutenção do cruise control (piloto automático), que possibilita o ajuste da velocidade constante a um simples toque de botão no punho esquerdo.
O preço começa em R$ 89.300, mas pode chegar a R$ 91.175, dependendo da cor escolhida, que são: Vivid Black, Billiard Burgundy, Silver Pine/Spruce – Tahitian Teal, Billiard Red/Vivid Black ou Scorched Orange/Silver Flux
Impressões
Nós tivemos a oportunidade de rodar durante uma semana com a grandona que você acompanhou nesta reportagem. Com seus 330 kg distribuídos ao longo de quase dois metros de comprimento (2.415 mm para ser preciso), a Heritage 114 é puro estilo, associado, agora, a um motor com muita entrega e de funcionamento mais suave.
Isso significa mais conforto e viagens mais cômodas e seguras, afinal, independentemente da carga que estiver transportando, a moto acelera que é uma beleza, garantindo ultrapassagens seguras e muito prazer na condução. O fato de o motor estar mais linear graças aos contrabalanceiros que o M-Eight 114 recebeu, deixa a pilotagem menos cansativa na estrada e mais agradável na cidade.
É claro que este ambiente (urbano) não é o habitat natural da Heritage 114 e usá-la no dia a dia, principalmente em capitais mais quentes, não será uma boa indicação, mas convenhamos: ir e voltar ao trabalho de vez em quando é um grande barato.
Suas suspensões trabalham de maneira bastante responsiva e conseguem dar conta da buraqueira presente em nossas pistas e protegem a nossa coluna, enquanto que no geral, a moto não apresenta aqueles barulhos de coisas soltas, o que demonstra uma montagem esmerada e peças de encaixe preciso.
Se você já conhecia o comportamento da versão anterior em curvas, sabe que a moto apresenta boa performance e possibilita até uma certa diversão e o piloto automático vale uma observação: ele não desativa quando se acelera a moto: apenas quando aciona-se o freio. Isso garante mais comodidade, pois não precisamos regular novamente a velocidade ideal após uma ultrapassagem, por exemplo.
E por fim, o guidão estilo seca-sovaco não cansa os braços e amplia o estilo na condução.
Ficha Técnica
Motor: Milwaukee-Eight bicilíndrico a 45o, DOHC, 8V, refrigeração líquida
Cilindrada: 1.868 cm3
Alimentação: injeção eletrônica por portas sequenciais (ESPFI)
Diâmetro x Curso: 102 x 114 mm
Potência: n/d
Torque: 16,86 kgf.m a 3.000 rpm
Câmbio: 6 velocidades
Chassi: tubular fabricado em aço
Susp. Diant.: Showa Dual Bending Valve, 49 mm diâm., 130 mm curso
Susp. Tras.: monoamortecedor, com regulagem manual de pré-carga e retorno, 56 mm curso
Freio Diant.: discos duplos 300 mm, pinça 4 pistões, com ABS
Freio Tras.: disco 292 mm, pinça 2 pistões, com ABS
Pneu diant.: Dunlop D401F 130/90B16 73H
Pneu Tras.: Dunlop D410T 150/80B17 77H
Peso: 330 kg (ordem de marcha)
Tanque: 18,9 l
Preço: R$ 89.300 (*)
(*) A partir de R$ 89.300, preço público sugerido para São Paulo, sem frete.