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Inspirada na X-ADV, pequena aventureira da Honda quer conquistar quem busca por uma scooter moderna e capaz de engolir a buraqueira cotidiana – e ainda por cima, passear na terra de vez em quando.

Texto: André Ramos

Fotos: Caio Mattos/Divulgação Honda

Em nossa edição passada, apresentamos em primeira mão a Honda ADV, a primeira scooter de baixa cilindrada do país a trazer concepção on/off-road herdada da irmã maior X-ADV.

Caso você não tenha lido a matéria, veja seus destaques:

  • Design inspirado na X-ADV;
  • Iluminação full LED;
  • Suspensões de curso ampliado: 130 mm na dianteira e 120 mm atrás;
  • Amortecedores traseiros Showa de triplo estágio e com reservatórios de nitrogênio;
  • Rodas de alumíno 14” e 13”, calçadas com pneus Metzeler Tourance 110/90-14 e 130/70-13;
  • Freios a disco “wave” nas duas rodas, com ABS na dianteira;
  • Altura em relação ao solo de 165 mm e assento a 760 mm do chão;
  • Chave presencial Keyless;
  • Tomada 12V dentro do porta-luvas;
  • Para-brisas regulável manualmente em duas posições;
  • Sistema Start-Stop
  • Painel totalmente digital com computador de bordo, dois trips, relógio, calendário, termômetro, marcador de combustível, indicador do momento da troca de óleo
  • Motor monocilíndrico arrefecido a líquido de 150 cm3, alimentado por injeção eletrônica que entrega 13,2 cv a 8.500 rpm e 1,38 kgf.m a 6.500 (1.500 rpm acima da PCX 150)

Nós tivemos a oportunidade de rodar com a ADV ao longo de um dia inteiro de avaliações na região de Socorro (SP) e trazemos abaixo as nossas impressões para você. Acompanhe.

Impressões

Acredito que o fato de eu ser proprietário de uma PCX 150 2014 trouxe-me valiosas referências que contribuíram com a análise da ADV. A primeira foi em relação à posição de pilotagem. Quando sentei-me na ADV, de cara já notei que fiquei mais alto sobre ela, o que não foi somente uma impressão: meus pés, que normalmente ficam com as plantas apoiadas no chão, nela ficaram apenas com as pontas tocando o solo.

O guidão mais largo e mais alto também deixou a pilotagem mais agradável e confortável, conferindo uma sensação de maior domínio. Os pés contam com duas posições para repouso, sem contar a comodidade da tomada 12V próxima do guidão e o amplo espaço sob o assento, um dos pontos que me encantam na PCX (a ADV apresenta uma pequena redução: são 27 litros, contra 28 na PCX).

Todos estes aspectos somados, deram a sensação de estar em uma scooter maior do que ela realmente é, sem contar que a visão do cockpit é muito agradável, ampliada pelo refinamento que o novo e exclusivo painel proporciona.

Este precisa de um parágrafo só para ele. Fixado de forma quase vertical, transmite muita sofisticação e os dados que fornece são na medida: dois trips parciais, relógio, calendário, termômetro, computador de bordo com consumos médio e instantâneo, além de marcador de combustível e velocímetro.

A diferença de comportamento das suspensões foi nítido logo nos primeiros metros, quando encaramos um pequeno trecho de paralelepípedos, engolindo as irregularidades e não judiando do piloto. Seu quadro apresentou bastante rigidez torsional durante a pilotagem, contribuindo bastante com o trabalho das suspensões, que demonstraram estar alinhadas com a proposta on/off-road, o que ajuda muito a enfrentarmos a buraqueira do dia a dia urbano e dá conta do recado nas estradinhas de terra, onde os pneus mistos mostraram a que vieram.

Mas tão impressionante quanto a desenvoltura das suspensões com as irregularidades do terreno, é como se comportam em alta velocidade, deixando a ADV muito estável e não atingindo final de curso em nenhum momento, mesmo quando exigidas ao extremo.

Apesar de o motor entregar os mesmos valores nominais de potência e torque da PCX, a ADV oferece um pelinho a mais de performance de baixa para média rotação, graças à maior distância percorrida pelo fluxo de ar até chegar na injeção e ao novo escapamento, o que a deixa um pouco mais esperta nas arrancadas e retomadas.

Quem nunca pilotou na terra ou não sabe fazê-lo, vai reclamar da falta do ABS na roda traseira, mas isso é fundamental num veículo pensado para andar no fora de estrada. O mundo ideal seria a Honda oferecer o ABS nas duas rodas, com opção de desligamento atrás, mas certamente este recurso encareceria ainda mais a pequena aventureira, que já não é barata, com preço de R$ 17.490, mais frete! Agora, na roda da frente, o ABS apresentou eficácia mesmo quando exigido sobre pedregulhos no asfalto, condição extrema de frenagem.

A agilidade nas trocas de direção e a leveza na condução foram mantidas e para compensar o uso dos pneus mais largos e mais altos, a Honda fechou um pouco o ângulo de cáster da ADV, mantendo-a esperta na cidade e na terra e estável na estrada.

Enfim, a ADV não será uma scooter destinada a vender pra caramba: será voltada para quem quer rodar no dia a dia em uma scooter diferenciada, estilosa e tecnológica, contando com o auxílio de suspensões que tiram de letra os buracos das ruas e que está disposto a pagar por isso. Ah, claro, e de vez em quando, ainda vai levá-la para um passeio por alguma estradinha de terra da região – talvez para o sítio dos amigos no final de semana.