Texto: André Ramos
Fotos: Edgar Klein
Em nossa edição 242 (janeiro/2021) trouxemos a você nossas impressões sobre como se comportava a nova scooter de baixa cilindrada e perfil aventureiro da Honda ao encarar estradas e também, trechos de terra. Faltava ainda ver como ela se saía no ambiente urbano e para isso, decidimos visitar alguns cartões postais da capital paulista com a ADV e lá, vivenciar alguma experiência relacionada ao lugar.
Com isso, teríamos a oportunidade não somente de andar na scooter, mas de colocá-la à prova como muitos o farão, em deslocamentos mais curtos, encarando trânsito, asfalto irregular, paradas frequentes, tudo que se encontra no ambiente urbano de uma grande metrópole e ainda, curtir o lugar onde ela nos levasse.
Desta forma, conseguimos extrair um grande número de impressões a respeito dela que agora, trazemos a você.
Rodando com a ADV
De fato, a ADV chama muito a atenção, seja por ser uma novidade, seja pelo seu design: suas linhas angulosas inspiradas no design da irmã maior X-ADV, associadas à faróis em LED de perfil estreito, transmitem agressividade e contemporaneidade.
Completando o estilo moderno, há um painel em LCD blackout que além de bonito e muito completo, oferece excelente visibilidade sob qualquer condição de luz. O sistema Keyless, a tomada 12V e o sistema Start-Stop, somam-se ampliando o conforto e o valor percebido na scooter.
A bolha possibilita duas posições, ideal para o mix entre cidade e estrada, enquanto que o guidão ao estilo trail é fixo a uma mesa bem mais bonita que a da PCX. O assento também apresenta qualidade superior, recebendo forração antideslizante; situado a 795 mm do solo, confere uma posição muito mais ereta que a observada na PCX, o que resulta em mais conforto e maior imponência sobre a scooter. Para repousar os pés, a plataforma oferece duas posições, e embora o espaço sob o assento tenha perdido um litro (cabem 27 litros), ainda consegue armazenar um capacete aberto e outros objetos menores – e aqueles que ficarem de fora, podem ser armazenados nos dois compartimentos atrás do escudo frontal.
São Paulo não é uma cidade muito amigável para quem anda de scooter por conta dos buracos e do asfalto irregular, mas a proposta aventureira da ADV contribui para facilitar a vida do condutor nestas condições. Suas suspensões de maior curso (130 mm na frente e 120 mm atrás), com destaque para os amortecedores traseiros com reservatórios de gás, eliminam as pancadas nas costas e nem mesmo os paralelepípedos não arrancam suas restaurações dentárias. Contribuindo com este trabalho de amortecimento estão os pneus de perfil on/off-road nas medidas 110/80-14 (frente) e 130/70-13 (atrás), que também oferecem boa aderência no asfalto.
No ambiente urbano, o ABS de duplo canal faz falta, afinal, pode ser um fator de insegurança para os iniciantes e de decisão no momento da compra. Mas tirando isso, os freios funcionam muito bem, transmitindo muita segurança e possibilitando frenagens fortes em curtos espaços.
A ADV arranca com mais desenvoltura que a PCX (ou pelo menos passa esta impressão), embora compartilhe com esta o mesmo motor. O segredo está no percurso maior que o ar faz desde o momento em que entra na caixa de ar, até a chegada ao corpo de borboleta da injeção.
Não podemos deixar de destacar as alças traseiras, que colaboram para fixar cargas usando extensores, como constatei levando o meu skate neste rolê!
E por fim, mas não menos importante, está a questão do preço: R$ 17.490 + frete. Motivo de acaloradas discussões entre grupos e entusiastas, é preciso entender que este é um produto nichado e não de volume, e que será consumido certamente por proprietários de big trail e cross overs que não querem arriscar-se no dia a dia com suas motos e que agora têm uma opção estilosa de deslocamento na baixa cilindrada.