honda é a moto mais usada por motofretistas

Linha CG domina com quase 50% das escolhas dos profissionais do setor. Critério principal de decisão são racionais: custo baixo, manutenção simples, resistência, disponibilidade de peças e confiabilidade mecânica.

A nova análise do Data Gaudium, núcleo de inteligência da Gaudium, revela o retrato mais completo do que move (literalmente) o trabalho por aplicativo no Brasil. As motos usadas por entregadores de app formam um universo altamente concentrado, pragmático e cada vez mais renovado. Trata-se de um mercado que não segue tendências de consumo tradicionais, mas sim as exigências do trabalho diário: custo baixo, manutenção simples, resistência, disponibilidade de peças e confiabilidade mecânica. 

honda é a moto mais usada por motofretistas

Nesse cenário, a Honda CG permanece como protagonista absoluta. Entre as motos usadas por entregadores de app, as cinco primeiras posições do ranking geral são ocupadas exclusivamente pelos modelos CG 150 e CG 160. As versões mais recentes, como as CG 160 de 2023 (4,66 por cento) e 2024 (4,58 por cento), lideram com folga, seguidas pela edição 2022. Mesmo modelos antigos, como as CG 150 de 2010 e 2011, continuam relevantes, evidenciando a longevidade mecânica da linha e seu encaixe nas demandas do trabalho intenso. 

Quando o recorte se amplia para famílias de modelos, a concentração fica ainda mais evidente: mais de 48 por cento das motos analisadas pertencem às séries CG 160, CG 150 e CG 125. Biz (8,3 por cento) e Yamaha Factor (5 por cento) aparecem com participações importantes, mas ainda distantes da liderança. O desempenho ajuda a explicar o domínio da Honda entre os trabalhadores de app: a montadora responde por 77,24 por cento de todas as motos do segmento, contra 14,76 por cento da Yamaha e 6,28 por cento da Shineray. É uma hegemonia rara em outros mercados no país. 

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Essa predominância se conecta diretamente ao perfil do trabalho por aplicativo. A CG é robusta, econômica, barata de manter e facilmente consertada, qualidades essenciais para quem depende do veículo como fonte de renda. A previsibilidade mecânica reduz tempo parado e custo de manutenção, dois fatores que pesam mais que design, desempenho ou inovação. Para entregadores, a moto é ferramenta de trabalho, não objeto de lazer ou status. 

Outro ponto central da análise é a idade da frota. Os anos de fabricação 2023 (9,31 por cento) e 2024 (11,91 por cento) são os mais frequentes, indicando que muitos trabalhadores estão renovando seus veículos com rapidez, seja pelo desgaste acelerado, seja pela necessidade de maior eficiência para manter renda. Ainda assim, versões fabricadas entre 2010 e 2014 seguem presentes, representando entre 3 e 5 por cento das solicitações, reforçando como a frota brasileira, mesmo no uso intensivo, mistura modernidade com durabilidade extrema. 

A categoria das motos também reflete o caráter funcional do setor: 91,42 por cento das motos usadas por trabalhadores de aplicativo são urbanas. Modelos de aventura representam 8,06 por cento; esportivas, apenas 0,15 por cento. Em outras palavras, quem vive de moto precisa de agilidade, economia e ergonomia — não potência ou versatilidade off-road. “A concentração da frota em poucos modelos, especialmente na linha Honda CG, não é apenas uma preferência do consumidor: é uma resposta direta às condições de trabalho. Os profissionais precisam de motos baratas de manter, resistentes e facilmente reparáveis. Isso explica por que mais de 77 por cento das motos usadas no setor pertencem à Honda e por que as elétricas ainda não avançam — o custo operacional e a autonomia não atendem à realidade de jornadas intensas”, diz Vinícius Guahycoordenador de conteúdo e comunidade da Gaudium

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A motorização ajuda a fechar o diagnóstico: o uso de motos elétricas ainda é praticamente inexistente. Apenas 0,02 por cento das motos analisadas são elétricas, contra 99,98 por cento movidas a gasolina ou flex. As razões são conhecidas: custo elevado, autonomia insuficiente, dependência de recargas e oferta restrita. Entre as poucas elétricas presentes, os anos 2019 e 2024 concentram mais de 35 por cento das unidades, sugerindo que, embora exista interesse pontual, a adoção ainda é incipiente. 

O conjunto dos dados revela um mercado movido por necessidade e racionalidade econômica. Trabalhadores de aplicativo escolhem motos que entregam o máximo de eficiência com o mínimo de risco. A Honda se mantém soberana por oferecer exatamente isso. A frota se renova, mas permanece amplamente dependente da combustão.

Moto Adventure, a Revista dos Melhores Motociclistas.

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