Conheça as vantagens e desvantagens de cada um para escolher com conhecimento e evitar dores de cabeça

Facilidade para se locomover no trânsito e economia seguem sendo preponderantes para que a moto se torne o primeiro veículo de muita gente, especialmente logo após estarem com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) em mãos. As vendas de motocicletas zero quilômetro seguem em crescimento. De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em 2023, houve um aumento de 120% nos emplacamentos de motos em relação a 2019. A associação atribui como principais fatores para o resultado a demanda pelo primeiro veículo e o crescimento das entregas por delivery. 

Ou seja, na prática, a procura por novas motos está conectada tanto ao primeiro veículo das pessoas quanto como uma forma de gerar renda. Mas qual tipo de motocicleta escolher? Uma movida à combustão ou elétrica? Uma scooter ou moto? São perguntas que para serem respondidas é preciso levar em consideração diversos aspectos. Confira quais são eles e quais as melhores opções para cada caso. 

Para o dia a dia ou lazer?

A utilização do veículo precisa ser um dos fatores a serem considerados. De acordo com Rodrigo Gomes, fundador da Watts, especialista em mobilidade elétrica do Grupo Multi, as scooters têm sido as preferidas para ambos os fins. Dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) mostram que, nos últimos dez anos, as scooters foram as preferidas dos novos habilitados, correspondendo a 69% da preferência deles. 

“Seja para passeios, deslocamentos curtos e até o ir e vir do trabalho, a facilidade e o conforto em pilotar as scooters têm sido bastante considerados, o que pode ser observado pelo crescimento dessa categoria em relação às motos de baixa cilindrada à combustão. Afinal elas possuem aquelas plataformas que acomodam bem os pés durante o trajeto e garantem uma forma de pilotar mais confortável. Então, é uma boa opção tanto para homens quanto mulheres que priorizam se sentirem mais seguros enquanto pilotam”, pontua.

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Já se o dia a dia é a geração de renda em si, ou seja, entregas via delivery ou serviços de transporte por aplicativo, Gomes considera a moto como a escolha mais acertada. “Já que essa pessoa está sujeita a diversos terrenos, como muitas ladeiras ou até estradas acidentadas, a moto oferece mais robustez e agilidade para esse perfil de cliente”.

As scooters também têm atraído um número grande de entrantes em função de sua facilidade de condução, pois sendo elétricas ou a combustão, este tipo de veículo não requer trocas de marchas, devido a seu sistema de transmissão continuamente variável, que permite ao condutor apenas acelerar para que ela ande. O mesmo vale para as motos elétricas, que não têm marchas, pois seus motores elétricos dispensam a necessidade de um câmbio escalonado.

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Além disso, o baixo peso e a grande economia de combustível são dois aliados das motocicletas para quem está em busca de seu priemiro veículo.

Mas quando pensamos em um modelo elétrico, quando o assunto é consumo, a comparação com uma moto a combustão é amplamente favorável ao veículo movido a eletricidade.

A Watts Mobilidade, empresa que pertence ao Grupo Multi e que comercializa três modelos no Brasil (a scooter WS120 e as motos W125 e W160S, fez um estudo que mostra a vantagem que a elétrica leva sobre uma moto a combustão, em termos de gastos com abastecimentos.

Em uma análise de rodagem de 7.000 km de uma scooter de cerca de 125 cilindradas ante a WS120, modelo elétrico equivalente, caso o usuário pilote 1.000 km/mês – quilometragem de rodagem média no Brasil – o acréscimo na conta de luz a cada mês seria de pouco mais de R$ 17,00. Já o gasto mensal com combustível ficaria próximo dos R$ 140,00 – os custos foram calculados com base no consumo de 1,57 KW/h para a recarga total da bateria da moto elétrica, com valor de R$ 0,66 por KW/h, e que concede uma autonomia 60 km, além do preço médio de R$ 5,50 do litro da gasolina.

Em sete meses, o gasto adicional com energia elétrica seria de R$ 119, enquanto que o gasto com gasolina seria de R$ 980. Uma bela diferença, não?

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Outros fatores

Mas é preciso levar em consideração, ainda outros fatores.

Embora uma moto a combustão tenha um custo com abastecimento menor, este processo ainda é demorado: você não vai conseguir encostar em uma estação de reabastecimento e em minutos, sair dali com sua bateria totalmente recarregada. Além disso, se você esquecer de recarregar sua bateria à noite (ou mesmo se tiver acabado a energia elétrica devido a uma chuva ou acidente) e for sair no dia seguinte, dependendo da distância a ser percorrida, pode ser que fique na rua.

Além de a recarga demorar, ainda são raros os pontos de reabastecimento de energia elétrica e esta combinação de fatores será angustiante se você se vir nesta situação. E ainda que você encontre uma alma caridosa que lhe ceda uma tomada na casa ou estabelecimento dela, ainda terá de rezar para que lá tenha uma tomada de 20A (pino grosso) para conectar seu carregador (jamais use um adaptador para carregar sua bateria, sob risco de curto-circuito, dada a alta demanda do processo).

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Outra questão refere-se ao valor de revenda. Uma moto a combustão costuma ter liquidez (ou seja, você consegue vendê-la rapidamente) devido a todo seu histórico de mercado, algo que as motos elétricas ainda estão construindo e que leva tempo para gerar consolidação.

Assim, é bom levar em consideração este fator, pois pode ser que, na hora de passar adiante sua elétrica, talvez você demore um pouco mais que uma a combustão e o valor de revenda não acompanhe a performance do valor de revenda de uma a combustão.

Por fim, um outro fator que um número cada vez maior de jovens está observando refere-se à questão da não emissão de poluentes. Preocupados com a saude de nosso meio ambiente, uma parcela deste consumidor já está dando preferência para o cosumo de veículos elétricos, entretanto, é preciso levar em consideração que a indústria ainda não encontrou uma solução para o descarte adequado das baterias velhas e, tampouco, sua reciclagem.

Um outro fator recai sobre a obtenção da matéria-prima empregada na fabricação das baterias, como o lítio. Segundo um estudo realizado pelo Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT) focado em carros elétricos, este processo pode gerar emissões significativas de gases de efeito estufa, entretanto, no longo prazo, o veículo elétrico tende a “pagar” a sua conta de carbono mais rapidamente que um veículo a combustão, segundo a pesquisa, o que podemos concluir que o mesmo ocorra com as motos elétricas.

Enfim, é preciso levar em consideração todos estes fatores pasra que você decida com assertividade e nào, baseado apenas em achismos.

Boa sorte.

Moto Adventure, a Revista dos Melhores Motociclistas.

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