Evitar aglomerações tornou-se imperativo dentro do novo normal e neste sentido, a motocicleta é a melhor aliada para se conseguir isso quando o assunto são os nossos deslocamentos diários.
Texto: André Ramos
Segundo uma máxima da sabedoria oriental, toda crise traz em seu bojo uma – ou mais – oportunidade e com relação a esta que estamos atravessando não é diferente. Embora toda crise impacte negativamente a vida de uma parcela substancial da sociedade, há quem consiga fazer dela um trampolim para decolar na vida e alcançar patamares que fora da situação de crise, não alcançaria.
Temos podido observar alguns exemplos que ilustram isso, como o de empresas que desenvolveram totens dispensadores de álcool em gel, um produto que não existia antes da pandemia e que estão explodindo em vendas; pessoas que na crise, tornaram-se blogueiros, escritores, descobrindo uma nova e prazerosa atividade que só foi possível devido ao fato de ficarem reclusas em casa, além de tantos outros exemplos de quem se reinventou depois de perder um emprego ou passar por uma doença severa.
O fato é que toda crise provoca transformações sociais em virtude de novas demandas que passa a criar e a pandemia da Covid-19 vem deixando outras sinalizações sobre mudanças que podem vir a acontecer – e uma das que mais potencial tem para acontecer está no âmbito da mobilidade urbana.
Não é novidade para ninguém que o transporte público brasileiro, principalmente nos grandes centros, é ineficaz e não consegue atender como deveria a população. A lotação nos horários de pico é rotineira, colocando milhões de pessoas todos os dias em situações degradantes e até mesmo arriscadas e agora, com a necessidade de buscarmos o distanciamento social, isso tornou-se não apenas uma questão de conforto, mas de saúde e, quiçá, de sobrevivência.
Sabendo que o maior potencial de se contaminar com a doença aumenta exponencialmente em ambientes com muitas pessoas e principalmente em locais fechados e quentes, você se sente seguro em pegar um ônibus, trem ou metrô, todos os dias, para ir e voltar do trabalho? Como você se sente sabendo que teu filho, esposa, marido, está se expondo todos os dias a este ambiente de elevado risco, podendo vir a se contaminar e a trazer o vírus para dentro da sua casa, colocando a vida de todos em risco?
Ainda que a máscara minimize o risco de contágio, é evidente que este é muito maior nestas condições do que se você estivesse utilizando um meio de transporte individual, entretanto, para uma significativa parcela de nossa população, o carro é uma alternativa fora de sua realidade econômica, sem contar que ele pode significar trocar ficar parado dentro de um ônibus, para ficar parado em congestionamentos diários, o que também é uma outra forma de desgaste e perda de tempo.
Segundo pesquisa divulgada ano passado durante o evento Summit Mobilidade, mostrou que o brasileiro gasta, em média, 1h20 para se deslocar (ida e volta) ao trabalho, mas sabemos que nas grandes capitais este número é bom maior, podendo superar as 4 horas. O mesmo estudo apontou que os gastos com um automóvel pode chegar a estratosféricos R$ 2.090,58, considerando-se combustível, IPVA, seguros, manutenção, entre outros itens.
Alternativas
Dentro deste cenário, abrem-se duas alternativas que apresentam-se como potenciais alternativas ao transporte individual: a bicicleta e a motocicleta.
A grande vantagem da primeira é seu custo acessível e o fato de ser ecologicamente correta, entretanto, dentro do cenário das grandes cidades brasileiras, onde geralmente o empregado mora longe de onde trabalha, usar uma bicicleta nem sempre é viável para todos, ainda mais se pensarmos no nosso relevo. Outro fator que acaba desencorajando muitos é a falta de ciclovias e ciclofaixas em boa parte das cidades, o que acaba obrigando o ciclista a andar entre os carros, expondo-se a um elevado risco de se acidentar.
Assim, a lógica aponta como melhor solução a motocicleta. Com modelos de entrada a preços enquadrados à renda do trabalhador mediano brasileiro, econômica e com baixo custo de manutenção as motos de baixa cilindrada são a saída mais inteligente e segura ao transporte de massa. Além disso, as motos não estão sujeitas a encararem o trânsito pesado das metrópoles, conferindo agilidade nos deslocamentos e oferecendo ganho de tempo e melhoria da qualidade de vida.
Além do tempo gasto dentro da condução lotada e dos riscos que isso passou a oferecer, um dos tempos mais desperdiçados e que gera irritação no cidadão é o que ele despende esperando o ônibus.
No final do ano passado, o aplicativo Moovit divulgou uma pesquisa que mostra o tempo médio gasto por pessoas em pontos de ônibus em algumas grandes cidades do país – e Recife foi a campeã da canseira. Na capital pernambucana é preciso esperar em média, 24,88 minutos para conseguir pegar um ônibus. Segundo o aplicativo, Recife só perdia no mundo em tempo de espera para a cidade de Aguascalientes, no México, onde a espera média era de 25,62 minutos. Em São Paulo o tempo jogado fora era de 15,65 minutos, no rio de Janeiro este número subia para 17 minutos e em Belo Horizonte era um pouco mais demorado: 18,81 minutos.
Box
Preços de alguns modelos de entrada (*) (**)
Honda
Pop 110i R$ 6.706
Biz 110i R$ 8.476
Biz 125 R$ 10.481
CG 160 Start R$ 9.444
CG 160 Fan R$ 10.598
Elite 125 R$ 9.101
Yamaha
Neo 125 R$ 9.290
Factor 125i R$ 9.910
Factor 150ED R$ 10.910
Haojue
DK 150 CBS R$ 9.400
DK 150 SFI R$ 10.400
Lindy 125 R$ 8.990
VR 150 R$ 10.930
NEX 115 R$ 8.790
Dafra
Horizon 150i R$ 9.990
(*) valores consultados em julho de 2020
(**) Procuramos concentrar a pesquisa em valores em torno dos R$ 10 mil