A princípio, a motocicleta é mais um veículo motorizado, feito para te levar de um lugar para outro, mas é quando se pilota uma pela primeira vez que tudo começa a ficar diferente e a fazer um sentido maior.

Ninguém precisa de uma razão para pilotar uma moto. A simples vontade de aprender a pilotar um veículo novo é razão suficiente. Porém a partir daí a coisa muda de figura. Basta girar a chave, engatar a primeira e sentir o vento no rosto que a história muda. Para muitos de nós a moto deixa de ser um mero veículo e passa a ser algo mais. Para alguns ela passa a ser um estilo de vida. Para alguns ela passa a ser tudo.

O filme “O Curioso Caso de Benjamin Button” lançado em 2008 foi uma adaptação do conto de 1922 de mesmo nome escrito por F. Scott Fitzgerald. Um filme simplesmente brilhante que recebeu 13 indicações ao Oscar, das quais ganhou três. No filme, Benjamin Button é um homem que envelhece de maneira reversa. Benjamin adora pilotar motos e pode ser visto em uma série de motocicletas clássicas. No filme há um trecho em que, durante um período vivendo uma vida simples na Índia, Benjamin viajou de moto por Leh Ladakh e pela passagem de Khardung La, que é a estrada mais alta para veículos motorizados do mundo. Algumas cenas rápidas mostram ele trabalhando em uma oficina onde ele talvez tenha sido mecânico ou apenas consertado sua própria moto. É desta época uma carta escrita por Benjamin para sua amada e para sua filha que ele não pôde acompanhar crescer.

“Nunca é tarde demais ou, no meu caso, cedo demais para ser quem você quer ser.

Não há limite de tempo. Pare quando quiser.

Você pode mudar ou permanecer o mesmo, não há regras para isso.

Nós podemos fazer o melhor ou o pior. Espero que você faça o melhor.

E eu espero que você veja coisas que assustam você.

Eu espero que sinta coisas que nunca sentiu antes.

Espero que você conheça pessoas com um ponto de vista diferente.

Espero que você viva uma vida da qual tenha orgulho.

“Se você achar que não, espero que tenha forças para começar tudo de novo.”

De certa forma, isso define a essência do motociclismo. E após girar a chave, engatar a primeira e sentir o vento no rosto, você vai querer ir para distâncias cada vez maiores.