Em test ride realizado com a MXF 250RX, da MXF Motors do Brasil, Moto Adventure atesta: a motocicleta é perfeita para os padrões brasileiros de trilhas e se adapta facilmente ao tipo de terreno que nossos pilotos enfrentam em território nacional

TEXTO: ROSA FREITAG
FOTOS: ROSA FREITAG E MARILUCIA MUNIZ/DIVULGAÇÃO

A MXF 250RX foi lançada há um ano, durante o Bananalama 2017, o maior encontro de trilheiros do mundo, que aconteceu em Corupá (SC).Ela chegou com a proposta de ser um upgrade para os proprietários das motos off road nacionais Honda CRF e Yamaha TTR 230, que querem mais qualidade, mas sem apelar para motocicletas importadas usadas, que podem dar dor de cabeça e despesa com manutenção. Com preço de R$ 21.900,00, já foram comercializadas mais de 500 unidades desse modelo em 2018.

Luiz Henrique Pinto, engenheiro mecânico e diretor técnico da MXF, empresa com sede em Curitiba (PR) e que atua a 10 anos no mercado off road, cedeu a Moto Adventure a moto usada pelo piloto Anderson da Luz,que está disputando o Campeonato Brasileiro de Enduro FIM e ocupa o 1º lugar na categoria E-4 (motos até 28 CV). Afinal, o trilheiro brasileiro quer uma moto para “moer” e precisa saber se a moto chinesa tem robustez e confiabilidade,e se aguenta o tranco de ser exigida ao extremo continuamente. Nesse contexto, foi interessante testar uma moto que já foi bem exigida, pois nesse campeonato não é permitido substituir a motocicleta ou componentes do motor.

Encarando os gigantes

Luiz vai à China pelo menos três vezes por ano para cuidar do desenvolvimento dos produtos e destaca: “Fizemos uma moto com muita qualidade e mais acessórios do que as 230 nacionais”. As motos são projetadas do zero para o nosso mercado, com a melhor especificação possível dentro do limite de valor proposto. O motor, de 250cc, 4 tempos, com 4 válvulas, refrigerado a água, é produzido pela Zongshen, maior fabricante de motores da China. São produzidas anualmente 4 milhões de unidades desse motor, que está em série desde 2013 e é usado em motos de rua no mundo inteiro. É um motor que preza a durabilidade, sem extrair o máximo de cavalaria. Produz 28 CV (contra 19 CV da CRF 230) com torque de 2,34 kgf.m e velocidade máxima de 160 km/h, e não requer manutenção por horas de uso, diferentemente das motos importadas de alto desempenho.

Entre os componentes destacam-se os freios a disco dianteiro e traseiro, suspensão dianteira invertida de duplo cartucho e a traseira regulável por cliques de compressão e retorno, painel digital multifunção, lanterna traseira de LED, quadro em aço cromo-molibdênio, vários componentes em alumínio de alta resistência e baixo peso, como o guidão crossbar, a balança e o link traseiro, radiadores, cubos e mesa anodizados em CNC, aros e raios KKE, corrente AFAM, manetes retráteis, coletor de escape com bomber, bateria de lítio, carburador NIMOTA e os plásticos UFO, os mesmos da KTM 2018.

Rodando

E como se portou, na prática, essa criação? À primeira vista a moto chama a atenção pela beleza do design. Possui partida elétrica e também a pedal, e o ronco do escape Bel Parts (oferecido como acessório de fábrica) instiga a acelerar. Começamos subindo um morro desafiador, e ela foi muito bem em segunda marcha, sem falhas, com a dianteira firme. Seguimos para uma trilha travada com muitas pedras, e a suspensão trabalhou de maneira eficiente, mantendo a direção desejada e sem passar trancos para os punhos – bem superior à suspensão convencional das motos nacionais. O freio traseiro a disco fez diferença nas descidas controladas. O peso (107 kg) é similar ao da CRF 230 e a altura do assento de 95 cm a torna mais imponente, além da maior distância do solo.Mas, é possível rebaixar um pouco, caso necessário, alongando os links de suspensão tipo “dog bone” ou utilizando pneus de perfil mais baixo.

Comparando com a KTM 250 de enduro, o curso de suspensão e distância do solo são um pouco menores. A ergonomia para pilotar em pé é ótima, encaixando as pernas na parte mais estreita do tanque, que tem capacidade de 9,5 litros. Na pista de veloterra, fazer curvas também foi bem divertido graças à boa ergonomia e força do motor.Em trechos travados não ocorreu superaquecimento – para alívio de peso, a moto não possui tanque de expansão, seguindo a tendência atual entre as motocicletas importadas, e nunca precisamos recorrer ao pedal de partida. A sensação é de que a máquina é confiável para uso em trilhas e competições, e já vem pronta para tudo.

A MXF 250RX surpreendeu positivamente a todos que a testaram, e foi considerada uma opção interessante para o acesso a qualidades só vistas em motos europeias e japonesas por um valor mais acessível. A MXF03 tem a intenção de viabilizar a montagem do modelo em Manaus (AM), que dessa forma se qualificaria para a categoria Nacional em competições – outro fator importante na decisão de compra. Uma versão injetada também será lançada, além de outro modelo que preencherá uma lacuna no mercado de motos off road, com motorização 2 tempos.

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