Se você pega a estrada com sua moto, certamente já o sentiu e estar preparado para ele pode salvar a sua vida.
Texto e Fotos: Teiga Júnior
Com certeza você já o observou este fenômeno muitas vezes quando está ultrapassando ou cruzando no sentido contrário com caminhões e ônibus e a sua moto tende a ser sugada para baixo deles logo quando passa a roda traseira do veículo.
Isso acontece porque o fluxo de ar quando atingido pela frente do veículo é deslocado para o lado, criando uma zona de baixa pressão. Resumindo é a diminuição da pressão quando se aumenta a velocidade, que causa uma instabilidade na condução da moto nesse momento devido à formação deste fluxo de ar lateral.
Quanto mais perto for essa ultrapassagem ou cruzamento e quanto maior for a velocidade que estão os veículos, maior será essa força do fluxo de ar puxando a moto para baixo das rodas do caminhão ou ônibus.
Para evitar que a moto vá para debaixo das rodas, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) publicou a Resolução 323/2009, que obriga a instalação de barras laterais sob as carrocerias dos caminhões. Este artefato diminui o risco da ocorrência de acidentes fatais, mas não a formação do Efeito Venturi, portanto, é preciso manter a cautela.
Lembre-se que o maior risco é com motos pequenas, mas o problema também pode acontecer com as motos grandes, pois o fluxo não diminui com o tamanho da moto.
A falta de conhecimento, de perícia, as imprudências e o excesso de velocidade, são as maiores causas para esse tipo de acidente, que provoca muitas mortes no trânsito brasileiro e mundial.
Há momentos onde há muito vento lateral e a diferença de pressão torna-se muito grande, como quando saímos do vácuo atrás de um caminhão e vamos ultrapassá-lo. O outro momento em que ele se manifesta é quando estamos cruzando esses veículos em sentido contrário e somos atingidos pelo deslocamento de ar que nos joga para o lado em um turbilhão, podendo ir para o acostamento ou na direção de qualquer obstáculo na beira da estrada.
Imagine então quanto a ultrapassagem é entre dois desses veículos! Não preciso responder ou explicar para você que o risco de morrer em uma manobra tão arriscada como essa é muito grande.
A recomendação é realmente dar uma distância de um metro e meio a dois e quando fizer essa manobra, segurar bem as mãos no guidão e manter joelhos bem apertados no tanque para que estabilize bem a moto antes da manobra.
Quando estiver na situação de cruzar com um veículo em sentido contrário, além de guardar essa distância lateral e seguir as recomendações acima, busque ficar bem protegido atrás da bolha para que o impacto do deslocamento de ar não atinja tão fortemente o seu capacete, desestabilizando ainda mais você.
#teigadventureficadica
Teiga Júnior foi o primeiro motociclista brasileiro a pilotar pelo Tibete (2013) e é autor do livro “Motociclismo: planejamento e execução em viagens de aventura”.
