Empresário, leitor de Moto Adventure, está fazendo uma saga incrível: ao lado de amigos, ele saiu do Brasil e vai até Milwaukee, nos EUA, para participar da comemoração do aniversário de 115 anos da Harley-Davidson. Essa é a segunda parte da viagem. Acompanhe!

TEXTO E FOTOS: DAVIDSON BOTELHO

Parte 2

Eram 05h quando acordamos para deixar a excelente cidade de Cuiabá. A região mudou tanto que nenhum GPS conseguia nos guiar sem haver algum tipo de alteração. Pegamos a BR-070 dispostos a rodar 680 km até a cidade de Comodoro, no norte do estado, quase divisa com Rondônia. Estrada boa e emenda com a BR-174, que também segue o mesmo padrão. Os viajantes nesta região precisam estudar bastante, pois a distância entre postos de combustíveis chega a 150 km entre um e outro. Muitas reservas indígenas no caminho, com destaque para as reservas de Sararé e Guaporé, onde conversamos com integrantes das aldeias. Comodoro é uma cidade indicada para o pernoite, sugerindo o hotel Veneza. Três Américas, três amigos, rumo ao USA!

Cuiabá à vista!

No dia 18/07 saímos de Aragarças em direção a Cuiabá. Precisávamos chegar durante o dia, pois teríamos que chegar a tempo para encontrar a Rota 65 Harley-Davidson aberta para trocar o pneu da moto de nosso amigo Bandeira. Nosso mascote é teimoso e disse que o pneu dele iria durar até Lima, o que foi contestado desde o início por mim e Moacyr.

Fomos muito bem recebidos por Heraldo, conseguimos realizar o serviço e fomos para o hotel com as motos revisadas, de pneu e óleo novo! Confesso que fiquei impressionado com a capital do Mato Grosso, cidade limpa, muitas obras, bons restaurantes e clima de cidade que pulsa. Fomos num restaurante chamado Santa Oliva, na praça popular, onde também tem um barzinho chamado Ditado Popular. Ali, as coisas acontecem! Dormimos cedo, pois iríamos acordar bem cedinho para seguir viagem, na dúvida ainda se iríamos pela Bolívia ou Peru.

A caminho da Bolívia

A princípio iríamos entrar pela Bolívia, cruzar este país até chegar ao Peru. Conversando com vários amigos, tivemos a informação de que neste país existe uma limitação nos postos para abastecimento de veículos com placas estrangeiras. Devido ao combustível ser subsidiado para os bolivianos, muitos estrangeiros cruzam a fronteira para encher o tanque, e assim o governo estabeleceu preços diferentes para estrangeiros e limitou os postos para este comércio. Ficamos inseguros e tomamos a decisão de ir pelo Acre, porém teríamos que cruzar todo o Mato Grosso, Rondônia, região muito quente e com estradas não tão boas. Decisão tomada! Rumamos em direção norte para dormir em Comodoro (MT).

Paraíso gelado

Saímos de Comodoro! Ao acordar a temperatura era de 13º, muito frio, mas certeza que aquele paraíso não iria demorar muito tempo, a sauna natural já iria ser ligada. Nossa previsão seria tocar direto até Porto Velho, mas o calor excessivo nos obrigava a parar a cada 150 km no máximo. Estávamos cozinhando e Bandeirinha parecia um leitãozinho assando naquela roupa um tanto “antiga” dele (isso é um capítulo à parte).

Passando por Vilhena, conhecemos um motociclista que nos informou que em Ariquemes, cidade que está a 200 km ao norte, estaria acontecendo o maior encontro de motos da região, e a maior feira de agronegócios do Norte. Uma coisa que vem nos chamando atenção é a escassez de postos com bandeiras oficiais: 95% são bandeira branca, e assim estamos sujeitos a tudo, inclusive a nada .

Em um desses postos, perto de Pimenta Bueno, perguntamos a origem do combustível e, para nossa surpresa, nos foi dito que vinha do Equador, numa logística enorme e mesmo assim era mais barato que o brasileiro. Justamente com este combustível nossas motos tiveram uma performance 20% superior, a melhor marcação da viagem até aqui. Decidimos ir para Ariquemes, daí para frente foi emoção pura, um dia marcante em nossa viagem!

Em breve, Moto Adventure vai publicar a continuação desta saga!

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