Moto Adventure continua a “garimpar” famosos que são apaixonados por motocicletas. Dessa vez, nosso entrevistado é o jornalista Tino Marcos, da Rede Globo

TEXTO E FOTOS: LUCIANA ÁVILA

Encontrar um espaço na agenda do jornalista Tino Marcos, da Rede Globo, é muito difícil. A rotina dele é viajar mundo afora cobrindo a Seleção Brasileira de Futebol. Ele é repórter da emissora desde 1986 e cobriu todas as Copas do Mundo realizadas a partir de 1990 (são oito, no total). Também esteve em três edições dos Jogos Olímpicos.

Foram algumas tentativas de combinar a entrevista, porém, entre uma viagem para a Inglaterra e outra para a Espanha, finalmente conseguimos nos encontrar em um banquinho de praça no Rio de Janeiro (RJ), onde trocamos uma ideia sobre o motociclismo.

LUCIANA ÁVILA: Hoje, deixaremos a bola um pouco de lado só e falaremos de motos, ok?  

TINO MARCOS: Combinado! Desde moleque, e durante a minha adolescência, tive uma atração muito grande por motos. Até hoje tenho prazer de andar de motocicleta, mesmo no trânsito ou na vida urbana meio selvagem que enfrentamos. Sei que é perigoso, sei que há um risco e que, às vezes, não depende apenas de nós. Por mais que tenhamos habilidade, o perigo de alguém fazer algo inesperado sempre existe, mas há tantas outras vantagens…

LA: Como começou sua história com as motos?

TM: Sempre tive vontade de dirigir quando era pequeno. Lembro que entrava em um ônibus e ia até o ponto final e voltava, só para observar as ações do motorista. Gosto muito de automobilismo, também, mas lembro que o presente mais marcante da minha vida – de toda a minha vida – foi um presente de Natal.  Meu pai me fez uma surpresa: ele disse que não me daria uma moto, mas acabei ganhando um ciclomotor. Era uma moto de 50 cilindradas, sem marcha. Ali, eu comecei – e lá se vão uns 40 anos de moto.

LA: Você já participou de rally ou competições de moto?

TM: Não. Já participei de rally de carro, e foi inesquecível! Mas, de moto, nunca tentei. Já fiz cobertura jornalística de um Enduro da Independência, em Minas Gerais, no qual eu fazia algumas ações com a motocicleta. Entretanto, não fiz o trajeto todo de moto. O que tenho muita vontade de realizar é uma viagem longa de moto, sempre tive esse plano. Mas minha vida é muito nômade, estou sempre viajando a trabalho. Paro muito pouco em casa. Então, quando tiro férias, não me atrevo a deixar a família e sair viajando sozinho de moto por aí. O tempo que nós temos juntos já é pequeno, então, ainda não realizei esse sonho, mas acho que ainda vou conseguir concretizar.

LA: Fale-me sobre sua moto atual.

TM: É uma BMW F700 GS. É uma paixão recente, de mais ou menos um ano. É muito parecida com a que eu tinha antes, uma F650. A ciclística é igual, assim como a posição do guidão e a altura. Estou bem satisfeito, ficarei um bom tempo com ela.

LA: É tranquilo para você andar em uma 700 cilindradas no trânsito do Rio de Janeiro?

TM: Às vezes, é difícil encontrar vagas com as limitações que temos para estacionar nas calçadas. Com uma moto mais magrinha, seria mais fácil. Mas gosto muito dessa motocicleta, do torque e de outros detalhes. Acho que isso também é um item de segurança, você ter um bom torque, um bom freio. Tudo isso ajuda a evitar acidentes.

LA: E sempre existe uma química entre o piloto e a moto, não é?

TM: É como uma extensão do corpo, é como se você e a moto fossem únicos. Meu uso da motocicleta é basicamente utilitário. Uso para ir trabalhar e resolver coisas. Hoje mesmo, fui ao médico de moto. Enfim, ela é minha companheira inseparável, chova ou faça sol! As sensações, quando você está de moto, são muito legais. Você sente o cheiro dos lugares por onde passa. Você sente a temperatura. Você sente tudo com mais amplitude.

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