Frear corretamente é fundamental para pilotar com segurança mas nem todo mundo o faz corretamente.
Como sabemos, acelerar numa reta é algo que qualquer um consegue fazer – e é por isso que há tantos “pilotos de reta” neste mundo, mas frear e fazer curvas corretamente já é uma outra e completamente diferente história.
Afinal, estas manobras requerem o domínio de técnicas que exigem conhecimento e treino que nem todos estão interessados em buscar, mas que fazem toda a diferença entre pilotar com segurança ou ser um irresponsável que joga com a sorte.
Hoje vamos falar do primeiro aspecto, frenagem, afinal, esta antecede o ato de fazer curvas e prepara a motocicleta para a realização deste manobra.
Para ficar claro
Para início de conversa, vamos desbancar um mito aqui: use os dois freios! Embora haja pilotos de motovelocidade que abdiquem de utilizar o traseiro, alegando que este não exerce função em frenagens extremas, o fato é que na maioria absoluta dos casos, usar os dois freios aumenta a eficácia da frenagem.
É claro que, o freio traseiro pode passar à induzir a motocicleta a derrapar à medida que a traseira vai perdendo peso com o deslocamento de massas para a frente numa frenagem mais forte, mas isso é algo raro e que, dificilmente, fará com que a moto perca estabilidade, quando a frenagem ocorre em reta. No máximo, o pneu traseiro vai escorregar até que a moto pare por completo.
Mas em frenagens de preparação de entradas de curva, utilize sempre os dois freios, sendo que caberá – sempre – ao dianteiro o papel principal e ao traseiro, o coadjuvante.
Geralmente, manter apenas dois dedos (indicador e dedo médio) no manete de freio já é suficiente para realizar uma frenagem eficiente em situação de estrada/rua, portanto, adquira este hábito. Já o pé nunca deve repousar sobre a pedaleira, sob pena de provocar super aquecimento do freio traseiro, o que resultará em perde de eficiência e até criando o risco de incêndio.
Em frenagens normais – e não emergenciais – utilize o recurso de redução de marchas para contribuir com a frenagem e também, para preparar o giro do motor para proporcionar uma saída de curva com a rotação ideal, que não deve ser nem muito baixa e nem muito alta.
E por fim, frear deve ser algo a ser feito sempre antes da curva e não dentro da mesma. Em alguns casos, podemos ser surpreendidos com o raio irregular de uma curva, que se alterna bem no meio dela, deixando-a mais fechada. Isso geralmente ocorre em estradas que não conhecemos, portanto, quando estiver rodando por lugares desconhecidos, primeiro: observe e respeite a sinalização e, segundo, sempre prefira entrar mais lento e sair mais rápido de uma curva, que o contrário. Inclusive, isso te possibilita contorná-la com mais eficácia, segurança e rapidez.
Atualmente, há sistemas de freio que permitem a frenagem dentro da curva (Cornering Brake System), mas caso tua moto não possua, uma dica é usar o freio traseiro com parcimônia, que ajudará a “fechar” a curva. Caso contrário, a única saída será levantar a moto e colocá-la para fora da curva, ambas, saídas muito arriscadas e que deverão ser sempre evitadas.
Chuva
Piso molhado vai requerer uma distância de frenagem bem maior que no seco (em média, 30% a mais. Ou seja, se você precisava de 30 metros para parar sua moto a 90 kmh no seco, no molhado, esta distância sobe para 39 metros).
Portanto, o segredo aqui é ampliar a regra dos três segundos para pelo menos 4, de modo que tenha sempre mais tempo e espaço para as manobras, e sempre faça tudo com muito mais cuidado, evitando frenagens abruptas.
Frenagem de emergência
Mas uma situação que vai exigir com que tua cabeça esteja afiada é a frenagem de emergência.
Por ter somente duas rodas e seus pneus, uma área de contato muito pequena com o solo, esta situação vai requerer de você a máxima capacidade de domínio desta técnica, afinal de contas, tudo que deverá e poderá fazer é acionar o sistema de freios da sua motocicleta com a maior rapidez possível, evitando o travamento das rodas, principalmente da dianteira.
Numa frenagem emergencial você não deverá – e nem conseguirá – usar o recurso da redução de marchas: é mão no manete e pé no pedal, a maneira mais intensiva que puder, mas não de maneira tão forte a ponto que as rodas travem, caso esteja a baixa velocidade (abaixo de 80 km/h).
Claro que se tua moto tiver ABS você terá um grande aliado para esta tarefa, afinal, você terá a certeza de que as rodas não travarão, mas caso não tenha, é bom estar familiarizado com esta técnica, para que ela venha à tona automaticamente na hora da necessidade.
Portanto, o recomendável é você ir um dia para um lugar sem movimento e ficar ali treinando 20, 20, 30 frenagens, realizando-as com velocidades escalares, começando a 40 km/h para ir perdendo o medo e chegando até os 100 km/h; à medida que for executando o movimento, perceberá maior domínio da técnica e, consequentemente, maior segurança.
Volte a praticar sempre que puder: você estará ganhando um aliado importantíssimo para encarar o trânsito com segurança e autoconfiança.
E por último mas…
As técnicas irão te ajudar muito a praticar frenagens com mais confiança e eficiência mas para que funcionem adequadamente, a sua moto precisa contribuir com elas.
Cheque sempre suas pastilhas e também, a espessura do disco, que nunca deve estar abaixo da determinada pelo fabricante, bem com os seus pneus deverão estar em bom estado, ainda sem terem alcançado o TWI.
E aí, curtiu as dicas?
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