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Um veterano de guerra do Exército britânico conta como a moto o ajudou a recuperar-se de estesse pós-traumático

Andy Brown, 48, é um ex-soldado do Exército britânico que durante 20 anos atuou em missões de elevado risco e tensão, como desarmamento de bombas, ações anti-terror, ações de resposta rápida e ao final de sua jornada, acabou desenvolvendo um quadro de estresse pós-traumático que destroçou sua vida.

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Andy Brown e sua BMW R 1200RT

“Eu tive um 2019 muito ruim”, afirmou ao repórter Jordan Gibbons, do site Motorcycle News, de onde tiramos o artigo original para esta reportagem. “Perdi meu emprego, minha carreira e quase perco minha vida devido aos problemas mentais. Perdi toda minha fé em mim, afinal, se você não pode confiar em seu cérebro, como você pode continuar vivendo”.

Mas em janeiro deste ano, Brown decidiu que buscaria fazer alguma coisa para ajudá-lo a recuperar seu equilíbrio emocional e foi então que pegou uma parte da pensão que recebe do Estado e inscreveu-se em um curso de pilotagem de nove dias. “Eu sempre quis fazer algo assim”, revelou.

“Fazer o curso foi um divisor de águas em minha vida, afinal, não apenas melhorei minhas habilidades, mas isso me deu confiança também. Isso me fez perceber que meu cérebro está funcionando bem e pode processar informações em alta velocidade e eu posso aprender e me desenvolver rapidamente”, analisou.

Além disso, o fato de simplesmente sair para pilotar foi outro fator que veio a contribuir com o resgate de seu senso de capacidade e equilíbrio. “A moto demanda atenção; você precisa estar focado no aqui e agora e isso é uma espécie de mindfulness, especialmente se você está buscando pilotar bem, pois você precisa se concentrar no que está fazendo. E também há a excitação de você estar se sentindo livre, sem nada para se preocupar, a não com sua moto. A moto me mantém conectado ao ambiente, o que não é possível de se fazer e sentir em um carro”.

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Andy Brown começou o curso pouco antes do início do lockdown na Inglaterra e devido à esta medida, teve de interromper as aulas, mas em junho, pôde retomá-las e concluí-lo. “O lockdown é duro com pessoas que sofrem com algum problema mental, porque não podemos ter acesso a nosso habitual suporte, mas senti um grande alivio quando pude voltar a pilotar. Meu lano agora é sair e pilotar com frequência, para melhorar minhas habilidades e também participar de um track day em setembro. Além disso, eu e uns amigos estamos planejando irmos até a Irlanda e percorrer alguns lugares que foram palco de batalhas da I Guerra Mundial. Quero dizer que estar de volta à moto mudou minha vida… E para melhor!”.