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Apesar de ainda representarem uma pequena parcela do mercado, as scooters elétricas são uma aposta para os deslocamentos urbanos, reforçada ainda mais pelo novo normal.

Texto: André Ramos

Nos últimos anos, a bandeira da sustentabilidade passou a ganhar cada vez mais espaço no debate público e neste sentido, os veículos elétricos e híbridos têm entrado cada vez mais debaixo dos holofotes.

Segundo estimativas, acredita-se que em todo o mundo existam atualmente cerca de 2 milhões de veículos elétricos e de acordo com o relatório E Scooter, Moped and Motorcycle Market, publicado no último dia 6 de julho, acredita-se que este segmento irá crescer 35,45% no período entre 2019 e 2026.

Na China tem um monte de start ups apostando no negócio e no Sudeste Asiático as iniciativas pululam. A mais recente é a indiana Simple Energy, que criou uma scooter que alcança os 103 km/h segundo a fabricante, com uma autonomia de até 280 km! Conectada a uma tomada convencional, leva apenas 40 minutos para ser recarregada, mas se isso acontecer em uma estação de recarga, este tempo cai para apenas 11 minutos – o tempo de tomar um café.

A chinesa NIU, entretanto, é a líder mundial em vendas e tecnologia, tendo comercializado só em 2019, um milhão de unidades. Com ações negociadas na Nasdaq, seus papéis se valorizaram 91% no último ano e desde o começo da pandemia, saltaram 267%. Segundo especialistas é justamente com o segmento de scooters e não com a Tesla, que as grandes fabricantes deveriam estar preocupadas.

Curiosamente, elas parecem ainda não terem acordado para a questão, mas recentemente a Seat, subsidiária da Volkswagen na Espanha, apresentou no final de junho uma scooter e dois patinetes elétricos. Seria uma sinalização?

No Brasil

No Brasil, a frota total de veículos elétricos gira em torno das 22,5 mil unidades, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), que prevê que nos próximos cinco anos, o mercado vá crescer entre 300% e 500%. E não restam dúvidas de que o grande avanço deste tipo de veículo ser dará como solução de mobilidade no ambiente urbano em função de suas características. E há quem acredite que o novo normal irá impulsionar ainda mais a busca por mobilidade individual em detrimento da coletiva, empurrando ainda mais esta demanda.

Operando em São Paulo desde o ano passado, a Riba Share foi a primeira start up brasileira a instituir o serviço de locação de scooters elétricas. A partir de um aplicativo, você localiza a scooter, observa qual o nível da bateria, faz a reserva a partir da sua localização e, assim que chega ao lado da scooter, um botão no aplicativo abre o baú (onde há um capacete higienizado) e destrava o veículo.

Criada por Renato Vilar, a Voltz é uma start up brasileira que resolveu apostar neste segmento. Após dois anos de pesquisas, lançou recentemente sua primeira scooter elétrica. Batizada de EV1, atinge 60 km/h, oferece 60 km de autonomia e sua bateria pode ser recarregada em até quatro horas.

Iniciando suas operações pelas regiões Norte e Nordeste, a Voltz acredita que a demanda por este tipo de veículo no Brasil seja da ordem de 10 mil scooters por ano.

Patinetes e bicicletas

Depois de virarem febre no Rio de Janeiro e em São Paulo, os patinetes e bicicletas elétricos compartilhados entraram no debate a respeito da normatização de seu uso e passada a polêmica, continuam a ser grandes estrelas no que os especialistas chamam de “última milha”, ou seja, eles complementam o transporte público, servindo de elo entre as estações e o destino final do passageiro, tendo até grandes bancos apostando na iniciativa.

Mas à medida que ficam mais baratos, estes veículos também começam a entrar no radar do consumidor médio brasileiro e, com isso, despertando a atenção de marcas mais sofisticadas.

Este foi o caso do Grupo 2W Motors, que no final de junho anunciou que começará a vender por aqui as bicicletas da marca Fantic.

Enfim, ao que tudo indica, o futuro será de ruas mais silenciosas!