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Quem não é iniciado em duas rodas, acha tudo igual, mas as suas diferenças fazem deles veículos diferentes em propostas e aplicações.

Não restam dúvidas que os scooters caíram no gosto do brasileiro que vive nas grandes cidades: basta uma volta por algum centro urbano para ver como estes pequenos veículos vêm rivalizando cada vez mais com as motocicletas em número, mas quem não é iniciado no mundo das duas rodas pode acabar confundindo-os com um primo próximo: as cubs.

Pera aí: cubs? Isso mesmo! Se você não reparou, esta coluna tem este nome (Scooters & Cubs) justamente porque aqui abordamos assuntos relacionados a este universo e hoje vamos falar sobre as especificidades de cada um e explicar onde cada um leva mais vantagem.

Mas afinal de contas: o que os diferencia?

Embora ambos pareçam ser semelhantes, há diferenças sutis que os distanciam em suas aplicações. Os scooters apresentam motores montados sob o assento – e por isso, quase sempre contam com arrefecimento a líquido – e transmissão automática CVT.

Já as cubs trazem motor mais simples, posicionado na parte inferior frontal, são arrefecidos a ar e trabalham com câmbio sequencial rotativo, com alguns modelos apresentando manete de embreagem e outros, não. Em modelos que usam embreagem manual, o freio traseiro é no pedal e não na mão.

Regra geral, os motores das cubs são de baixa cilindrada (entre 100 cm3 e 125 cm3); a maioria dos scooters também é de baixa cilindrada, mas sua concepção permite com que recebam motores maiores, com exemplares que rodam no Brasil equipados com propulsores de 250 cm3, 300 cm3, 400 cm3, 650 cm3 e até 750 cm3.

Tanto nos scooters como nas cubs, pilota-se sentado – e não montado, como se faz nas motos – mas nos scooters, os pés do piloto ficam protegidos pelas carenagens e apoiados sobre uma plataforma, enquanto que nas cubs, os pés do piloto ficam expostos, apoiados sobre pedaleiras.

Tanto scooters como a maioria das cubs, apresentam espaço sob o assento para acomodar pequenas cargas e objetos (um modelo de cub não traz esta conveniência). Este espaço costuma ser mais acanhado nas cubs, enquanto que em alguns scooters, pode ser bem generoso, acomodando até dois capacetes fechados (e ainda mais alguns badulaques). Além deste espaço, os scooters costumam apresentar atrás do escudo frontal, porta-objetos que em alguns casos, trazem uma tomada 12V para o carregamento de smartphones – existe um modelo de cub no mercado que também oferece esta tomada. Um gancho para transportar bolsas e sacolas também pode ser mais um item de conveniência nos dois veículos, dependendo do modelo.

Todos os scooters trazem rodas de alumínio, em geral, calçadas por pneus sem câmara, que oferecem maior represamento do ar em caso de furos; já as cubs mais simples são equipadas com rodas de ferro raiadas, porém, os modelos top do segmento também apresentam rodas de alumínio.

Alguns scooters, mesmo de baixa cilindrada, trazem elementos que denotam maior sofisticação tecnológica, como sistema start-stop (que desliga o motor a combustão em paradas superiores a 3 segundos e volta a ligá-lo apenas girando o acelerador), iluminação em LED, painel digital com computador de bordo e freios a disco com ABS (em alguns casos, nas duas rodas. Já as cubs contam apenas com freios combinados, mas alguns modelos já apresentam freio a disco na roda dianteira.

Tirando o modelo de 750 cm3, todos os demais scooters vendidos no Brasil trazem suspensão dianteira telescópica e traseira bi-amortecida, ambas com curso pequeno, voltadas para o ambiente urbano. Neste aspecto, são muito parecidos com as cubs, que repetem a receita.

O que escolher, então?

Se pudéssemos fazer uma redução bem grosseira, poderíamos dizer que scooters são para a cidade, enquanto que as cubs são mais guerreiras e ecléticas, encarando o asfalto na boa e enfrentando deslocamentos na terra sem reclamar.

Em uma cidade como São Paulo é possível ver muito mais scooters que cubs circulando pelas principais ruas e avenidas, mas em cidades menores do interior do país, se dá exatamente o contrário: as cubs (assim como as motos) têm a preferência do consumidor, dada sua versatilidade e maior simplicidade mecânica – e sem muita eletrônica embarcada).

Aliás, esta simplicidade das cubs traz a elas uma outra vantagem: a manutenção. A troca de uma relação é muito mais barata em uma cub que em um scooter e quando o assunto é motor, aí a diferença amplia-se muito, sendo bem mais caro fazer uma retífica no motor de um scooter (refrigerado a água, lembra?) que em uma cub, que conta com arrefecimento a ar.

Agora vamos falar de preço. Vamos pegar os modelos de entrada nos dois segmentos para fazermos uma comparação (modelos zero quilômetro e sem frete). A moto mais barata do Brasil é uma cub, que custa R$ 6.326. Já os scooters começam a partir de R$ 8.585 (preços colhidos nos sites das marcas, em 7/5/2020).

Portanto, se você estava meio perdido(a) e não sabia muito bem o que escolher, pois não tinha estas referências, agora ficou mais fácil!