A empresa que inventou o scooter está em atividade ininterrupta desde 23 de abril de 1946, quando a primeira patente foi registrada

Assim como muitos de seus contemporâneos modernos, como a Honda, a Vespa foi criada à partir da combinação única de circunstâncias vigentes no final da 2ª Guerra Mundial.

A italiana Piaggio tinha sido principalmente uma produtora de aeronaves mas, com o fim das hostilidades, sua fábrica de aviões de Pontedera destruída, a produção de aeronaves restringida pelos Aliados, uma economia italiana debilitada, estradas italianas praticamente intransitáveis para carros e uma população exigindo transporte barato, decidiram recorrer aos veículos de duas rodas acessíveis.

Um primeiro protótipo foi desenvolvido em 1944 pelos engenheiros da Piaggio Renzo Spolti e Vittorio Casini, que apresentava pequenas rodas e carroceria envolvendo o motor central. Mas o chefe Enrico Piaggio não se convenceu de sua alta seção central e contratou o engenheiro aeronáutico Corradino D’Ascanio, que odiava motocicletas convencionais, para melhorar o design.

O resultado, com seu motor monocilíndrico dois tempos de 98 cc montado ao lado da roda traseira para permitir um design com assoalho quase plano, eliminando a sujeira associada a uma corrente de transmissão tradicional, e equipado com uma roda estepe sobressalente de fácil instalação, impressionou imediatamente o Piaggio que relatou ter exclamado “Sembra una vespa!” (Parece uma vespa!) e uma lenda nasceu.

Revelado publicamente na Feira de Milão de 1946, as vendas iniciais eram, na verdade, bastante lentas. Porém, com a introdução da opção de parcelamento, as vendas dispararam. Cerca de 2.500 foram vendidas em 1947, mais de 10.000 em 1948, 20.000 em 1949 e mais de 60.000 em 1950.

O ano de 1948 também viu um segundo modelo da Vespa, uma 125 cc com suspensão traseira, o que ajudou a alimentar o sucesso de vendas. E a Vespa como marca – e como ícone de duas rodas – estava à caminho.

Uma das razões do sucesso no início da Vespa foi a habilidade de Enrico Piaggio criar publicidade e interesse pela nova máquina. A cooperação com os produtores do filme Roman Holiday, de 1952, resultou em Audrey Hepburn e Gregory Peck andando à bordo de uma Vespa por Roma – publicidade inestimável que foi creditada com o resultado de 100.000 Vespas vendidas.

Também no início dos anos 1950, os clubes Vespa começaram a surgir em toda a Europa, atraindo fãs de duas rodas que queriam uma alternativa às motocicletas convencionais e também para mostrar sua fidelidade à Vespa em vez da rival Lambretta, introduzida por Innocenti um ano depois da Vespa. Em 1952, o número de membros em todo o mundo ultrapassou 50.000.

Como resultado, em 1956, a Vespa era uma das coisas mais legais sobre duas rodas. John Wayne e Marlon Brando foram fotografados à bordo delas, mais tarde, Charlton Heston (entre as tomadas durante as filmagens de Ben Hur, em 1959). 1956 também foi o ano da milionésima Vespa construída.

Em meados da década de 1950, a demanda era tanta que as Vespas estavam sendo fabricadas não apenas na Itália, mas também, sob licença, na Alemanha, França, Espanha e, no Reino Unido, pela Douglas, em Bristol.

Apesar do surgimento de carros pequenos com preços acessíveis, como o Mini e, na Itália, o Fiat 500, o sucesso da Vespa continuou durante a década de 1960, enquanto alguns rivais, mais notavelmente a Lambretta, foram deixados de lado. Em 1960, a produção da Vespa atingiu 2 milhões e, na década seguinte, ultrapassou os 4 milhões!

Grande parte do sucesso obtido foi devido à contínua evolução e modernização da Vespa, além de sua popularidade duradoura e status de moda. Na Grã-Bretanha, a Vespa ficou associada (junto com a Lambretta) à cena da customização no início dos anos 60.

A Vespa também se beneficiou de um grande apoio industrial. Em 1959, a Piaggio ficou sob o controle da família Agnelli, proprietários da Fiat, dando à empresa o suporte financeiro para sobreviver aos tempos difíceis do final dos anos 1960 e início dos anos 1970, quando a Lambretta caiu.

A década de 1970 também viu a estreia de outro modelo Vespa importante: o PX. Lançado em 1977, era uma máquina maior e foi oferecida com uma grande variedade de motorizações: 125, 150, 160, 180 e 200 cc. Teve um amplo apelo e tornou-se outro grande sucesso. Mais de 3 milhões de PX foram comercializados globalmente!

Em 1985, a Vespa fez uma parceria com a Caloi para produzir o modelo PX 200 no Brasil, cuja fabricação durou até 1990. Depois disso, houve um longo período em que a marca se absteve do mercado brasileiro porém, em 2016, a Vespa voltou a operar no Brasil com uma pequena frota importada. Atualmente, oferece os modelos Club, Club ZX e Notte, com motor 125, e a Classic VXL 150. Seus preços por aqui variam entre R$ 18.887 e R$ 23.280.

No exterior, a Vespa oferece uma gama maior de modelos com motores de 125 a 300cc, inclusive alguns modelos elétricos que estão começando a surgir. É sempre legal recordar e ver como uma antiga fábrica de aviões criou um dos mais antigos ícones da moda sobre duas rodas. Viva a Vespa!

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