Nosso leitor Cleberton Buche volta à cena trazendo mais um relato de viagem, desta vez, realizada na companhia do filho e percorrendo a faixa de terra entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico, uma região pouco explorada pelos gaúchos e por isso, cheia de oportunidades de contato com a natureza.
Depois de ter sua viagem publicada em nossa edição de número 234, o gaúcho Cleberton Buche está de volta com mais uma história de viagem. Em seu primeiro artigo, Buche narrou os perrengues que teve para retornar do litoral baiano ao Rio Grande do Sul devido ao início da pandemia. Além de ter dificuldade para encontrar lugares onde dormir e se alimentar, ele também passou a sofrer com o cansaço de sua companheira, uma valente XR 200 2001.
Agora, ele está de volta com mais uma história gostosa de ler e, claro, com a XRrinha no campo de batalha!
“Em abril de 2018, eu e meu filho Eduardo tivemos a oportunidade de realizarmos uma viagem de moto, juntos. Ele, que aprendeu a pilotar nas trilhas que fazíamos desde sua adolescência, realizaria sua primeira viagem de moto como piloto, pois desde criança já viajava comigo na garupa de uma Honda NX4 Falcon).
Optamos por uma região pouco visitada até mesmo pelos gaúchos, pois mesmo sendo praia, não é o litoral Norte frequentado pelos moradores da Serra e da região metropolitana de Porto Alegre e nem o litoral Sul próximo a Pelotas, Rio Grande, etc.
Fomos conhecer a estreita faixa continental entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico, que se estende de Palmares do Sul (RS) até o molhe leste do canal em São José do Norte (RS), espremida de um lado pelas águas doces da Lagoa e por outro, das salgadas do Oceano Atlântico. Entre esses pontos estão as isoladas cidadezinhas de Mostardas e Tavares, onde é possível encontrar hospedagem.
Foram três dias pelos mais diversos caminhos, pois apesar da BR 101 que cruza por lá ser toda asfaltada, para conhecer o Farol da Solidão e a Lagoa do Peixe, dentre outros atrativos na região, é necessário percorrer longas estradas secundárias de areia fofa, além dos percursos que andamos pela orla da praia por opção.
Foi uma viagem fascinante, principalmente no encontro que tivemos com leões marinhos no molhe do canal que liga a Lagoa dos Patos com o mar. Por último, elogiar nossas motocas, eu de Suzuki Intruder 250 e meu filho de Honda XR 200, ambas ano 2001, que carregadas de tralhas e até galões de combustível, mostraram que apesar de pequenas são verdadeiras guerreiras samurais.