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Iporanga

Conhecer o Circuito Cavernas da Mata Atlântica é uma oportunidade de explorar um mundo subterrâneo e também encarar as famosas curvas do “Rastro da Serpente”

Texto: Celso Renato A. da Silva
Fotos: Celso Renato A. da Silva/Alessandro Diaferia/Waldemar Boccio

Localizado no sul do Estado de São Paulo, o chamado Circuito das Cavernas da Mata Atlântica é composto pelos municípios de Apiaí, Barra do Turvo, Eldorado e Iporanga. O nome é devido ao grande número de cavernas existentes na região, que passa de uma centena. Além disso, na região fica a maior área contínua de Mata Atlântica do país, um verdadeiro paraíso com milhares de hectares de remanescentes de restingas e de manguezais, além de dezenas de cachoeiras, rios, córregos, trilhas e comunidades quilombolas.

ANTES DE TUDO, CURVAS, MUITAS CURVAS

Para explorar um pouco dessa região e chegar às cavernas e cachoeiras, os motociclistas Celso Renato, Alessandro Diaferia, Waldemar Boccio, José Alberto dos Santos e José Magalhães realizaram esse tour e aproveitaram também a oportunidade de pilotar pelo famoso “Rastro da Serpente”, apelido dado a um trecho das rodovias SP-250 e BR-476, que ligam os estados de São Paulo e Paraná. Essa estrada se inicia no município de Capão Bonito (SP) e passa por Guapiara, Apiaí e Ribeira (SP) e depois segue pelo trecho paranaense cruzando Adrianópolis, Bocaiúva do Sul, finalizando em Curitiba. Essas rodovias juntas têm a extensão de 261 km de curvas e belas paisagens, que merecem respeito e muita atenção.

Tendo isso em mente o grupo partiu da capital paulista rumo a Capão Bonito, onde é possível fazer uma parada para conhecer o “Porthal Rastro da Serpente”, projeto inaugurado dia 21 de abril de 2012, com espaço temático, loja de acessórios, cafeteria, oficina, carro de apoio, atendimento ao turista, além das placas demarcando a estrada nos municípios de Capão Bonito e Apiaí. Esse portal tem por missão amparar os motociclistas que se aventuram nas curvas do Rastro da Serpente, fornecendo dicas e informações de hospedagem, alimentação, passeios ecológicos disponíveis na região. Após conhecer o portal, a dica é fazer uma tradicional foto da placa e iniciar a pilotagem pelo Rastro da Serpente, onde a diversão e o prazer de pilotagem são garantidos. Apiaí, último município de São Paulo na divisa com o Paraná, é o destino deste primeiro dia de viagem e local de pernoite.

APIAÍ

Apiaí é uma cidade de clima frio e tem aproximadamente 30 mil habitantes. Foi fundada em 1771, depois que garimpeiros de ouro, vindos da região de Iguape, começaram a vasculhar o local onde está o Parque Natural Municipal Morro do Ouro. A região onde se encontra é marcada pela maior remanescente de Mata Atlântica do país, evidenciando uma riqueza paisagística composta de recursos naturais e culturais de rara beleza. O Parque Natural Municipal Morro do Ouro é uma área de aproximadamente 540 hectares, onde são preservados os mananciais de água que abastecem a cidade. No local, além de trilhas, mirante e muito verde, há túneis e ruínas da antiga mineração de ouro, que foram importantes para o desenvolvimento de Apiaí. Há vários pontos históricos merecedores de visita e lá está localizado o Parque Turístico do Alto Ribeira (Petar), com 12 cavernas para visitação.

ACELERANDO NA TERRA

Além da divertida pilotagem pelas curvas do Rastro da Serpente, a exploração de algumas cavernas era outro objetivo deste tour. Os motociclistas escolheram então o chamado Núcleo Santana, local que possui ótimas opções, serviços e infra-estrutura para esse tipo de atividade. Assim, deixaram Apiaí para trás e seguiram rumo a Iporanga, via rodovia SP-165, que tem ao todo 45 km de extensão. Rodaram aproximadamente 16 km até o Núcleo Santana, já que o início desse percurso se deu próximo ao Morro do Ouro.

Os primeiros 4 km foram de asfalto impecável. Passado esse trecho em bom estado, inicia-se a estrada de terra batida, que se intercala com asfalto ruim ou ainda com cascalho e brita. Muitas placas pelo caminho indicam os inúmeros atrativos: cavernas, grutas, corredeiras, cachoeiras e mirantes. A paisagem do percurso é formada por montanhas íngremes e precipícios fantásticos.

Confira a Parte 2 da aventura.

*Matéria publicada na edição #178 da revista Moto Adventure.