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Apresentando novidades técnicas e estéticas, a nova MT-03 chega com fôlego renovado para continuar brigando como uma das mais versáteis e divertidas do seu segmento.

A partir de outubro do ano passado, quando surgiram na internet as primeiras notícias sobre a nova MT-03, a comunidade motociclística brasileira vinha aguardando o seu aparecimento por aqui. Este sentimento de expectativa ganhou ainda maior quando em abril deste ano, surgiu a informação de que a Yamaha Motor do Brasil havia registrado o desenho da nova motocicleta no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) para assegurar-lhe o direito de uso do mesmo.

Acontece que a pandemia acabou obrigando todas as marcas a aliviarem a mão de seus projetos de lançamento em função de todas as incertezas, mas agora que as fábricas já baixaram duas para baixo e estão voltando a enrolar o cabo, as novidades começam a sair debaixo dos véus – e foi exatamente isso que aconteceu com a nova MT-03, apresentada à imprensa especializada no final de agosto, ao longo de um dia inteiro entre apresentações técnicas e test ride.

O que não mudou

O motor foi algo que permaneceu inalterado: é o mesmo bicilíndrico de 321 cm3, com duplo comando de válvulas no cabeçote, 4 válvulas por cilindro, arrefecido a líquido e alimentado por injeção eletrônica, que entrega 42 cv e torque de 3,02 kgf.m.

O quadro também não mudou: é um diamond fabricado em tubos de aço com dupla trave superior e ângulo de cáster de 25o, e balança também fabricada no mesmo material com desenho assimétrico e sistema Monocross, o que resulta em um entre-eixos de 1.379 mm e nas mesmas medidas entre pedaleiras, guidão e altura do assento encontrados no modelo anterior.

O desenho e fabricação das rodas continuam os mesmos, assim como as medidas dos pneus (Metzeler Sportec M5) e dos discos de freio, bem como, da lanterna traseira. O escapamento também foi herdado da versão anterior: um 2 x 1 com catalisador de três vias e câmara de expansão.

Cara de Vespa

Mas é na frente da motocicleta que encontram-se as maiores alterações, a começar pelo farol. O antigo cedeu lugar a outro mais moderno e com um visual “cara de vespa”, inspirado em suas irmãs maiores MT-09 e MT-10, com traços que o tornam muito similar ao logo que identifica a família MT.

Ele agora é todo em LED e traz novo desenho para as lâmpadas de posição, além de um canhão luminoso. Os piscas também são em LED – apenas a lanterna traseira permanece com lâmpadas de filamento.

O para-lama dianteiro também foi modificado para acompanhar as mudanças na frente.

Outra mudança importante aconteceu no painel, que agora é um full digital, dotado de indicador de marchas, indicador de combustível, conta-giros, indicador de consumo instantâneo e médio, hodrômetro total e dois parciais, relógio, indicador de troca de óleo e temperatura do líquido de arrefecimento, além das luzes indicadoras de setas, sistema de injeção, farol alto, neutro, pressão do óleo e a sempre bem-vinda shift light regulável. Apesar de toda a tecnologia, pode ser que alguns sintam falta do tradicional conta-giros analógico, mais visível.

Para ampliar a área de contato das pernas do piloto com a moto, os designers da Yamaha alteraram o desenho do tanque de combustível. Ele agora está 31,4 mm mais largo e 20 mm mais baixo, mas mantendo a mesma capacidade volumétrica (14 litros) e para complementar a ergonomia, ganhou novas aletas. Com isso, o assento teve levemente alterada sua porção que conecta-se ao tanque, enquanto que a rabeta sofreu sutil alteração em seu desenho lateral.

A suspensão dianteira hidráulica convencional cedeu lugar a uma invertida KYB com tubos de 37 mm (sem opções de regulagem), um esforço da Yamaha para deixar a moto não apenas com um aspecto mais agressivo, mas também para contribuir com uma pilotagem mais segura em situações extremas. O amortecedor traseiro foi revalvulado com o objetivo de oferecer um comportamento mais eficiente, e apresenta sete regulagens da pré-carga da mola.

Com todas as alterações sofridas pela motocicleta, o peso não se alterou, segundo a marca: são 169 kg em ordem de marcha, os mesmos encontrados na versão anterior.

A MT-03 2021 será vendida nas mesmas cores da versão anterior: Ice Fluo (cinza fosco com vermelho fluorescente), Racing Blue (Azul) e Midnight Black (preta), com preço sugerido de R$ 25.490 + frete e conta com 4 anos de garantia e revisões a preço fixo, que podem ser parceladas em até 6x.

Impressões

Eu sou um dos caras mais suspeitos para falar da MT-03, pois para mim, ela é a resposta ideal para quem busca uma moto para os deslocamentos diários, para encarar a estrada e até mesmo, curtir um track day – e nesta nova geração, agrega novos valores a quem quer uma moto “três-em-um”.

Está certo, o visual vai provocar um racha nas opiniões, agradando os early adopters e torcendo os beiços dos conservadores, mas como gosto é individual, será uma espécie de “ame-a ou deixe-a”. Acredito que isso também possa acontecer em relação ao painel, que embora agregue um toque a mais de sofisticação à moto, a ausência do conta-giros analógico tirou um pouco daquela aura racing que você percebia ao pilotar, mesmo com o atual mantendo a shift light.

Mas é inegável os ganhos quanto à evolução na posição de pilotagem com o novo design do tanque e das aletas, que ampliaram a área de contato das pernas, maximizando a integração com a motoca.

A nova suspensão dianteira trouxe um ar mais invocado à nova MT-03, mas com apenas um dia de avaliação, não foi possível notar algum ganho de performance em relação à versão anterior, mas a nova calibragem da suspa traseira trouxe mais conforto, deixando seu trabalho de amortecimento mais fluido e consistente – pelo menos para o meu peso e modo de pilotagem.

No mais, a MT-03 continua aquela motinho que me cativou lá em 2016, quando andei nela primeira vez: ágil, leve, gostosa de pilotar, com motorzinho agressivo e que possibilita uma tocada que vai da econômica à divertida rapidamente, além de fazer muita curva. Ela é daquelas motinhos que na mão de alguém experiente, dá canseira em moto grande em estrada sinuosa, sem contar que a densidade da espuma de seu assento permite encarar viagens mais longas sem judiar do seu traseiro.

Aquilo que não mudou, não trouxe prejuízos à moto, mantendo um excelente padrão de comportamento e de design e nem mesmo ainda estando “amarrada” devido à pouca quilometragem, bateu nos 175 km/h de final.

Ficha Técnica

Motor: bicilíndrico DOHC, 8V, arrefecimento líquido

Cilindrada: 320,6 cm3

Alimentação: injeção eletrônica

Diâmetro x Curso: 68 mm x 44,1 mm

Potência: 42,01 cv a 10.750 rpm

Torque: 3,02 kgf.m a 9.000 rpm

Câmbio: 6 velocidades

Chassi: tubos de aço em treliça

Susp. Diant.: invertida KYB, 37 mm diâm., sem regulagens, 130 mm curso

Susp. Tras.: monoamortecedor KYB, com 7 reg. pré-carga, 125 mm curso

Freio Diant.: disco 298 mm, pinça dois pistões, com ABS

Freio Tras.: disco 220 mm, pinça um pistão, com ABS

Pneu diant.: 110/70-17

Pneu Tras.: 140/70-17

Peso: 184 kg 

Tanque: 14 l

Preço:  R$ 25.490 + frete