W160S atinge até 120 km/h e apresenta autonomia de até 90 km.
Texto: André Ramos
Fotos: Leonardo Vincenzo
Em agosto, a reportagem da Revista Moto Adventure foi convidada para comparecer ao kartódromo Speedland, no Tatuapé, para acompanhar o lançamento oficial das novas motos e scooter elétricas da Watts, empresa que pertence ao Grupo Multi.
Se você não sabe do que estamos falando, o Grupo Multi e uma holding que surgiu a partir da expansão da Multilaser, empresa que atua no Brasil há 30 anos e que atualmente conta com mais de 3 mil produtos em seu portfólio, divididos em 16 departamentos, que vão de pen drives a produtos encontrados em pet shops ou lojas especializadas em crianças, passando pelo segmento automotivo, residencial e de beleza, entre outros.
Na ocasião do lançamento, pudemos experimentar três modelos: as motos W125, a W160S e a scooter WS120. Após a primeira ter aberto as vendas da marca no Brasil, agora chegou a vez da sua irmã maior, a W160S e nós tivemos a possibilidade de passar alguns dias com ela rodando pelas ruas de são Paulo e a partir de agora, você confere tudo o que a moto apresenta, bem como, nossas impressões.
Características
A W160S é uma motocicleta que apresenta design conservador e que busca transmitir uma conexão com suas irmãs a combustão em estilo cafe racer, dada a pequena carenagem que envolve o farol.
E já que falamos nele, toda sua iluminação é em LED, enquanto que seu painel é em TFT colorido, o qual apresenta além do velocímetro, indicador de carga da bateria, odômetros total e parcial (que zera a cada vez que a moto é desligada) e o Modo de Pilotagem selecionado. Não há relógio ou tomada USB.
As carenagens são plásticas e no lugar do tradicional tanque das motos a combustão, há um espaço que abriga os componentes elétricos da moto, bem como, um pequeno porta-luvas onde estão alojados os disjuntores que são responsáveis por comutar a carga da bateria ao motor. Ali ainda cabem documento, celular, chave e outros pertences menores e, sim, a chave é presencial e traz alarme de série, mas a W160S conta com ignição que serve tanto para acionar a moto, como para travar o guidão.
No aspecto ciclístico a W160S traz um chassi fabricado em aço apoiado em uma suspensão invertida na dianteira e a um monoamortecedor traseiro, ambos sem regulagens e com curso não divulgado pelo fabricante. A balan;ca traseira traz um desenho curioso, formado por duas barras paralelas que se encontram no eixo.
As rodas de 17” são de liga de alumínio e recebem pneus 110/70-17 na frente e 140/70-17 atrás.
O conjunto de freio traz discos duplos na roda dianteira e simples na traseira, amparados pelo sistema CBS, onde parte da frenagem aplicada à roda traseira, é destinada à roda dianteira. As pinças são de duplo pistão tanto na frente como atrás.
Na parte motriz, a W160S traz um motor elétrico fixado ao cubo da roda traseira que é considerado o mais forte entre as elétricas vendidas no Brasil: são 8.000 watts (equivalente a 10,87 cv), que pode atingir picos de até 10.000 watts (13,59 cv), o qual trabalha em conjunto com uma ou duas baterias, cada uma de 72V e 50Ah, que segundo a fabricante, é capaz de deslocar até 200 kg e de atingir até 90 km de autonomia com uma bateria, dobrando esta caso esteja equipada com as duas. A moto traz de série um carregador bivolt de 15Ah, que permite com que o carregamento total da bateria se dê em até 4 horas, mas é preciso que haja uma tomada de 20A para receber o plug.
Caso você não tenha uma tomada na garagem, é possível sacar a bateria e levá-la para perto de onde esteja a tomada.
Lembrando que não há marchas: é só acelerar e os manetes servem para os freios dianteiro e traseiro (não há pedal de freio).
Para adequar sua potência e consumo aos diferentes regimes de condução, a W160S conta com três Modos de Pilotagem: 1, 2 e 3. O primeiro limita a velocidade a até 60 km/h e deixa as respostas mais suaves. O 2 traz uma arrancada mais forte e permite que a moto alcance os 90 km/h e o terceiro é o ápice da potência, conferindo aceleração bastante rápida e 120 km/h de velocidade final.
Segundo cálculo apresentado pela empresa em seu site,
A moto conta ainda com um recurso que só se vê atualmente na Honda Gold Wing e na K 1600GT e GTL: marcha à ré.
De acordo com o site do fabricante, a W160S conta com um ano de garantia, com dois anos para motor e bateria e está disponível em três cores (azul, preta e cinza) e seu preço sugerido é de R$ 22.990 com uma bateria e de R$ 28.990 com duas.
Impressões
A W160S foi a moto que mais curti andar no evento de lançamento e, na rua, esta boa impressão se manteve. A moto é muito fácil de ser conduzida e bastante intuitiva, uma vez que basta acelerar, como se fosse uma scooter, para sair rodando.
Sua ciclística é simples, mas bem resolvida e proporciona estabilidade e dá conta da buraqueira urbana, enquanto que os freios são surpreendentemente fortes, principalmente o traseiro, o qual requer atenção para evitar o travamento da roda (isso ocorreu comigo).
A posição de pilotagem deixa o tronco ereto e transmite conforto; o assento tra espuma de densidade agradável, mas é alto e pode incomodar pessoas mais baixas, além de projetar os glúteos para a frente, em direção ao tanque.
Seu motor oferece uma condução muito suave para o dia a dia urbano e os Modos de Pilotagem permite com que sempre encontremos as respostas mais adequadas para a demanda de utilização e basta alterá-lo, mesmo com a moto em movimento, para que se mude o seu comportamento.
Localizado na roda, este motor é extremamente silencioso, o que faz com que, muitas vezes, os outros condutores não deem conta de sua presença. Embora sua potência seja pouco inferior ao de uma moto de 160 cc (em torno de 15 cv), suas arrancadas e retomadas deixam para trás até mesmo motos de maior cilindrada, devido à disponibilidade imediata de torque.
A moto permite o carregamento diretamente na tomada: basta chegar em casa e espetá-la no carregador e ela estará pronta para rodar no dia seguinte. Postos de gasolina, nunca mais.
Tudo isso oferece uma experiência de pilotagem inovadora, diferente, que quebra paradigmas e aponta para um futuro que já chegou.