Ação tem como objetivo chamar a atenção para a necessidade de revitalização dessa via, única ligação terrestre de Manaus com o restante do país. Nesta iniciativa, sete pilotos percorreram, de moto, 1,8 mil quilômetros em três dias.
A concessionária Braga Motors Yamaha promoveu o “Desafio Amazônico Crosser”, evento que reuniu sete pilotos com a missão de percorrer a BR-319 de moto, única estrada que liga Manaus, capital amazonense, a Porto Velho (RO) e ao resto do país. Um dos objetivos desta iniciativa foi trazer luz à necessidade de pavimentação e revitalização da estrada de forma sustentável, pois a concessionária acredita que isso poderá gerar novas oportunidades de crescimento para a região.
O trajeto aconteceu na última semana, teve 1,8 mil quilômetros de distância percorridos, considerando ida e volta de Manaus a Porto Velho, e durou 3 dias. “Sempre buscando a promoção do bem-estar social, também realizamos a arrecadação e doação de alimentos para as famílias da comunidade Igapó Açú”, afirma Suammy Saiury Head de Marketing do Grupo Braga.
Como ação de compensação de emissões de carbono, uma muda de árvore será plantada para cada quilômetro percorrido. Além disso, a Braga Motors Yamaha apoiou o Projeto Pé de Pincha, ação voltada para a preservação dos quelônios (tartarugas).
Chamando a atenção para a região
O período severo de seca que atinge a região Norte mostra a importância de haver diferentes alternativas de deslocamento. No Amazonas, por exemplo, o transporte fluvial, um dos principais meios utilizados na região, foi muito afetado pelas baixas dos rios. Ademais, o estado não tem uma rota terrestre adequada para suprir as necessidades geradas pela seca. Como consequência, cidades, comunidades e setores econômicos se tornaram mais isolados e tiveram o abastecimento de insumos essenciais prejudicado. De acordo com o CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), a indústria também é afetada pelas limitações logísticas existentes e estima sobrecusto na ordem de R$ 500 milhões para o transporte de produtos.
“Por isso, a concessionária, assim como grande parte da comunidade local, acredita que a restauração da BR-319 poderá impulsionar o desenvolvimento socioeconômico da região”, explica Saiury.
Fernando Goellner, um dos pilotos que participaram do desafio, ainda afirma que a reestruturação da estrada dará novas perspectivas à população. “Na nossa viagem, pudemos presenciar a dificuldade de realizar esse trajeto. Havia muitos buracos e a nossa visibilidade foi muito prejudicada pela poeira de terra, algo muito perigoso por aumentar as chances de acidentes”, afirma.
Informações gerais sobre a BR-319
Inaugurada em 1976, a BR-319 tem 918 quilômetros de extensão, interliga 22 cidades e nunca passou por uma manutenção adequada. Na década de 1980, a rodovia começou a ser engolida pela floresta Amazônica, chegando até a ser fechada em 1988. Atualmente, recomenda-se que o trajeto seja utilizado de julho a outubro, período de seca na região Norte. Nos meses chuvosos, grande parte da estrada se torna intrafegável, por conta dos lamaçais causados pelas torrenciais. As únicas vias asfaltadas estão nas entradas e saídas da estrada. O trecho do meio, espaço com mais de 400 quilômetros, é de mais difícil acesso por ter maior densidade vegetal e ser formada apenas de terra.
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