Confira a segunda parte de um roteiro iniciado em Aiuruoca (MG) e que termina em Conservatória (RJ)

TEXTO: CELSO RENATO A. DA SILVA

FOTOS: LUÍS FERNANDO GAMA

No segundo dia de expedição, iniciamos nossa aventura aproximadamente às 09h, devido aos 300 km a serem percorridos (sendo que 60% do percurso seria por terra, inclusive, com trechos de subida de serra em pasto e passagem por porteiras e tronqueiras). O trecho asfaltado fica quase todo no Rio de Janeiro. Mesmo iniciando relativamente cedo, o fim deste passeio foi ao anoitecer, mas, como o final seria por asfalto, não tivemos dificuldade.

Com início em Minas Gerais e o objetivo de chegar ao interior do Rio de Janeiro, o percurso margeia o Rio Paraíba do Sul, até encontrar uma ponte que permite transpô-lo. O rio é a principal fonte de abastecimento de água para o Estado. Em Minas, passamos pela zona rural das cidades de Lima Duarte, Juiz de Fora, Belmiro Braga, Simão Pereira, Santana do Deserto e Chiador. No Rio de Janeiro, passamos por Sapucaia, Carmo, Cantagalo, São Sebastião do Alto e finalizamos em Trajano de Morais.

SANTANA DO DESERTO

O que não falta em Minas Gerais são municípios. São 853 cidades, em sua maioria, pequenas, e que guardam as características e tradições que fazem de lá um estado acolhedor e aconchegante. A região da Zona da Mata Mineira, próxima ao Estado do Rio de Janeiro, guarda pequenas joias, cidadezinhas com belas igrejas, cachoeiras e fazendas, da época que os senhores do café faziam a economia da região girar.

Um desses lugares é Santana do Deserto. Criada em 04 de junho de 1858, a região fazia parte das terras de Cândido Ferreira da Fonseca, nome responsável, também, pela construção da Igreja Matriz de Nossa Senhora de Santana do Deserto. A cidade fez parte de Juiz de Fora e de Matias Barbosa, sendo emancipada em 1953. Localizada a 47 km de Juiz de Fora, Santana do Deserto está na divisa com o Estado do Rio de Janeiro, separada de Levy Gasparian pelo Rio Paraibuna e a 28 km de Três Rios, municípios do Vale do Paraíba fluminense.

À primeira vista, pode parecer só mais uma pequena cidade mineira, mas o local guarda fazendas centenárias, estações ferroviárias do século XIX, belezas naturais, arquitetura neoclássica, ótimos lugares para turismo de aventura, ar puro e um povo hospitaleiro, que rapidamente nos convida a tomar uma cerveja gelada enquanto observa a vida passar.

ROTEIRO

Saindo de Ibitipoca, siga para Lima Duarte por terra pela Estrada Conceição do Ibitipoca, cruze a cidade e siga pela BR-267 por asfalto sentido Orvalho. Na altura do Km 147, à esquerda, há um acesso para Orvalho e, à direita, uma estradinha de terra com a placa da Fazenda Barão (Estrada dos Torrões). Siga por ela até chegar à MG-353, continue nela à esquerda por aproximadamente 4 km e saia à direita para Monte Verde (subdistrito de Juiz de Fora), rumando para Belmiro Braga.

Cruze a cidade e siga até a ponte para atravessar o Rio Paraibuna. Em seguida, mantenha-se à esquerda pela Estrada Sobragi, já no Rio de Janeiro, até Simão Pereira. Ao final, continue à direita na BR-040 até Comendador Levy Gasparian. Na cidade, cruze o Rio Paraibuna e, novamente em Minas, vá por terra para Chiador pela Estrada Barra Mansa, passando na zona rural de Santana do Deserto.

A partir daí, pilote até a ponte em Beira Rio e cruze o Rio Paraíba do Sul e, novamente no Rio de Janeiro, siga à direita na BR-393. Prossiga até Carmo e, de lá, vá pela RJ-160 até Cantagalo. Na cidade, siga as placas para Trajano de Morais pela RJ-164. Ao final, pegue a BR-492 sentido Macuco. Antes da cidade, siga pela RJ-172 até Trajano de Morais. Na próxima edição, relataremos a terceira e última parte desta saga. Até lá!

DETALHES

• Este roteiro passa por uma região com muitos atrativos. Caso tenha disponibilidade, tire alguns dias para explorar. Você não vai se arrepender!

• Nesta aventura, utilizei uma KTM 990 Adventure R, emprestada pela Aventur Mototurismo. A moto é excelente para viagens aventureiras e se mostrou muito eficiente, permitindo este tipo de aventura com tranquilidade.

• Esta rota aventureira é tranquila no início, mas, em seu trecho de serra e pastos, fica bem técnica, sendo recomendada para motociclistas experientes.

• A navegação do roteiro é difícil. Planeje bem e com antecedência, ou contrate um guia.

• A utilização de pneus mistos sempre facilita a pilotagem em trechos de terra, mas, neste percurso, é obrigatória. Com piso molhado, não recomendamos.

• Contei com a excelente companhia dos aventureiros Jose Magalhães e Luís Fernando Gama.

ONDE SE HOSPEDAR

Hotel Trajano de Moraes.

Rua Manoel Klayn, S/N – Centro – Trajano de Moraes (RJ).

Telefone: (22) 2564-1114.

SERVIÇO

Aventur (11) 99296 4677 – Fale com Celsinho, que organiza trips on e off-road Brasil afora (www.aventur.tur.br).

APOIO

ASW Racing – Aventur Mototurismo

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