A Revista Moto Adventure avaliou a nova Honda XRE 300 ABS. Veja como ela se saiu em nosso teste, que mesclou asfalto e terra
POR: JAN TERWAK
FOTOS: CARLA GOMES / DIVULGAÇÃO
Todo motociclista sabe que a Honda XRE 300 têm aptidão para o “fora de estrada”, mas até onde vai essa capacidade? Para responder a essa e outras questões, resolvemos fazer um teste completo. Colocamos a motocicleta nas mais diversas condições, levando-a ao limite. Durante uma semana, rodamos aproximadamente 800 km, acelerando a máquina no trânsito caótico das cidades, em estradas vicinais cheias de curvas e em trilhas.
A XRE 300 vem equipada com um motor DOHC – duplo comando de válvulas no cabeçote – monocilíndrico, arrefecido a ar. Esse componente tem exatas 291,6cc e gera 25,4 cv de potência máxima a 7.500 rpm quando abastecida com gasolina, e 25,6 cv quando abastecida com etanol. Os números de torque ficam na casa dos 2,76 kgf.m a 6.000 rpm com gasolina e 2,80 kgf.m a 6.000 rpm com etanol. É um motor forte, condizente com a categoria, e que oferece potência e torque nas medidas certas. Tem força de sobra para ultrapassagens nas mais variadas condições, além de potência para manter velocidades de cruzeiro nas estradas. Tudo isso, emitindo pouca vibração para o piloto. O câmbio é de cinco marchas e se mostrou bem escalonado, de acordo com a faixa de potência do motor.
ENCARANDO A TERRA
Em harmonia com o estilo de uma moto Trail, as rodas são raiadas, com 21 polegadas na frente e 18 atrás. O pneu que originalmente acompanha a Honda XRE 300 ABS 2019 é o Metzler Enduro Sahara 3, do tipo misto, projetado para rodar tanto no asfalto quanto na terra. Oferece uma tração incrível na terra, transmitindo muita segurança ao piloto. Porém, no asfalto, emite um pouco de ruído.
Com o Metzeler foi possível realizar uma pilotagem bem agressiva na terra – ainda mais, se baixarmos um pouco a calibragem do pneu. Por conta das fortes chuvas que antecederam a semana de testes, e o fato da trilha que utilizamos estar muito escorregadia, decidi baixar em cerca de 10% a calibragem. Com essa leve mudança, ele adere melhor à terra e fica mais tranquilo acelerar.
Os freios são ABS (os menos recomendados para terra; nesse caso, a melhor opção seria sem ABS, para controlar o travamento da roda traseira). Porém, o conjunto de freios se saiu bem no teste. Eficazes em qualquer situação – seja nas entradas de curvas, descidas ou desacelerações bruscas –, passaram muita segurança nas frenagens.
TRAIL NA VEIA!
As motos Trail são conhecidas pela excelente ciclística, e com a XRE 300 não foi diferente. Os números de comprimento, largura, altura, distância entre eixos e ângulo de caster confirmam essa aptidão em superar obstáculos com agilidade. O chassi é do tipo berço semiduplo e as suspensões são muito bem acertadas e suficientes para ultrapassar lombadas, valetas e buracos. Já na terra, a motocicleta nos surpreendeu pelo bom funcionamento e transmitiu o mínimo de impacto aos braços e às pernas. A suspensão dianteira é equipada com garfos telescópicos de 245 mm de curso e a traseira tem o sistema de Link, com curso de 225 mm.
A posição de pilotagem é acertada para o uso da moto. No asfalto, garante conforto, por conta do guidão estreito e levemente puxado para trás. As pernas não ficam muito flexionadas por conta da posição das pedaleiras e, devido à geometria da moto, é possível pilotá-la em pé, posição que garante melhor desempenho no off-road. O garupa também vai bem na Honda XRE 300, que possui um assento amplo, com alças para se segurar e bagageiro. Mesmo pesando 148 kg, os quilos a mais desaparecem na hora de acelerar, transmitindo uma impressão de leveza e agilidade.
CONCLUSÃO
A Honda XRE 300 é definitivamente uma aventureira e encara qualquer caminho, seja no asfalto ou na terra. Possui uma ciclística acertada, é fácil de pilotar e ainda encara com naturalidade situações off-road.
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