Nosso leitor Teiga Júnior nos leva a uma fascinante viagem por entre castelos, mosteiros e conventos, através de campos de oliveiras e videiras, cuja história local se confunde com as histórias pessoais de cada um dos participantes.
Texto e Fotos: Teiga Júnior
Olá meus amigos e amigas, quero, em curtas palavras, agradecer pela oportunidade de estar pela primeira vez escrevendo para a Moto Adventure e assim, selecionei uma aventura extremamente feliz que fiz pela península ibérica com os amigos e irmãos Alexandre Cabrera, Francisco Gnipper, Marco Sbragia, Ricardo Mesquita e Sebastian Menendez.
Em raras viagens pelo mundo afora, não precisei participar em nenhuma etapa do planejamento e isso é também maravilhoso quando temos total confiança no grupo com o qual se faz uma viagem.
Tendo todos interesses semelhantes, foi definida uma viagem com forte foco na história, religião, turismo, estradas, paisagens e também familiar, já que muitos têm origens por essa região.
Um dos pontos para agregar conhecimento foi a hospedagem e nela foram feitas as reservas em hotéis, que na sua maioria eram em castelos, mosteiros ou até antigos hospitais totalmente recuperados – e isso foi sensacional ter podido agregar na viagem.
Foram rodados por volta de 4.100 km em toda a viagem e essa reportagem que você está lendo, será totalmente diferente das que foram lidas, pois no final dela deixo uma ficha técnica para que você possa planejar melhor se houver o seu interesse.
Um dos pontos de planejamento da aventura era rodar por estradas vicinais na maioria do tempo, mas como sabemos que uma viagem é viva, nem sempre o previsto foi realizado e as alternativas previamente planejadas, foram de total ajuda para que não tivéssemos problemas maiores.
As motos escolhidas foram as BMW GS e GSA para que todos tivessem máquinas semelhantes, com boas autonomias e conforto para as propostas diárias que estávamos nos propondo, as quais foram alugadas na MotoExplorer, em Lisboa (Portugal).
Partindo de Lisboa ao sul, passamos pela serra em Monchique, onde um terrível incêndio florestal ocorrido dias antes ainda deixava o cheiro de queimado por onde passávamos; uma certa tensão, pois não sabíamos se ainda estava tendo algum foco de incêndio durante o percurso.
Seguindo até a fortaleza de Sagres, tivemos a oportunidade de estarmos num dos lugares mais relevantes da história da navegação, onde muitos citam que houve um encontro de grandes estudiosos que desenvolveram as melhores técnicas de navegação.
Nossa primeira noite foi em um hotel que nasceu a partir da recuperação de um antigo Palácio do século XVIII, com vários elementos originais em estilo rococó e jardins em estilo francês, além de uma gastronomia mediterrânea, resultando em um dia incrível.
No dia seguinte partimos por estradas vicinais até Vila Real de Santo Antônio, fronteira com a Espanha por balsa.
Com objetivo de chegar mais cedo para aproveitar a cidade de Cádiz, rodamos no trecho espanhol por auto estradas maravilhosas e seguras, passando por Sevilla e Jerez de la Frontera, onde com certeza numa próxima aventura pela região, vou dar maior atenção.
Cádiz na região da Andaluzia é uma das cidades mais antigas da Espanha, cidade portuária e sede da marinha espanhola. Praias, catedrais, igrejas, alimentação e o carnaval aqui, são os pontos altos dessa região.
Seguindo na aventura, o próximo destino foi a cidade de Ronda numa estrada fantástica e com curvas maravilhosas e algumas com certo desafio.
Chegamos cedo, pois não era um trajeto longo, e assim também fizemos um tour até a cidade de Olvera rodando pela rota das aldeias brancas e com o seu castelo árabe do século XII como parte de um sistema defensivo do emirado de Granada, local onde seria a nossa próxima parada.
Dormimos na espetacular cidade de Ronda e no seu parador, hotel que era a antiga prefeitura da cidade, onde há uma vista espetacular para o desfiladeiro de Ronda e a Ponte “Puente Nuevo”. O alto da gastronomia da cidade são os produtos frescos das montanhas como carnes e queijos locais.
Já no quarto dia de viagem, o trajeto escolhido para chegarmos a estonteante cidade de granada foi descendo a serra de Ronda, com curvas maravilhosas até a zona litorânea novamente. O ponto alto dessa estrada foi a sinalização especial para alertar os motociclistas de trechos onde eram altos os índices de acidentes de moto e alguns radares por trechos onde calculam a média entre os pontos, para fazer baixar um pouco a adrenalina de fazer o percurso nessas estradas ótimas.
Em nossa próxima edição, traremos a segunda e última parte desta incrível viagem. Enquanto isso, acompanhe em nosso site a ficha técnica destes quatro primeiros dias, com dicas que certamente vão ampliar o seu interesse em fazer esta viagem. Basta escanear o QR Code que aparece na abertura.
Let’s together!