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Nesta edição, nosso leitor Teiga Júnior continua a nos levar através de destinos incríveis, recheados de histórias que se misturam com o tempo e com suas paisagens. Um relato imperdível que completa 4.100 km rodados através de
Portugal e Espanha.

Após passar por Málaga, saímos das estradas mais movimentadas e entramos em uma serra sensacional entre Málaga e Granada. Uma zona agrícola com oliveiras a se perder de vista, como também algumas regiões com outros vegetais e frutas plantados. Um show de estrada.

À tarde já em Granada, foi a vez de percorrer essa pitoresca cidade que não por acaso, é uma das mais visitadas na Espanha.Ficamos hospedados no Hotel Parador de Granada, hotel situado na área do palácio de Alhambra, instalado onde foi um convento no século XV. Seu restaurante com terraço e varandas,oferece uma vista privilegiada à parte dos jardins de Alhambra e da casa onde as concubinas do Rei tinham sua morada. Sensacional mesmo, tanto que aqui ficamos mais um dia para o descanso.

Nosso sexto dia foi curto, pois desviamos de uma tempestade que chegou à região por uma linda estrada entre oliveiras, onde precisamos ter uma certa cautela na pilotagem, pois havia muitos traços de azeite pela estrada, devido ao alto índice de veículos carregando este produto, já que Jaén é a capital mundial do azeite de oliva.

Dormimos no Parador que fica anexo ao castelo de Santa Catalina, que oferece um visual maravilhoso no topo da região.

No dia seguinte rodamos para o norte em direção a Madrid por estradas vicinais. Neste dia, as oliveiras foram cedendo espaço a outras culturas, principalmente a uva, em grande quantidade.Fazendas com produção de energia solar e tecnologia de ponta em antenas de comunicação também foram os pontos fortes do dia.

Terra de Cervantes

Resolvemos ficar na cidade de Alcalá de Henares, evitando o tumulto de Madri e também por ser a cidade onde Miguel de Cervantes nasceu e viveu e cujo museu não deve ser esquecido.Ficamos também mais um dia por aqui, sendo que no outro dia o ponto alto, foi ir até a cidade de Segóvia e ver o seu sensacional castelo.

O nono dia, era um dos mais esperados por nós, pois rodaríamos pelo famoso Parque Florestal Picos da Europa, que foi feito para motociclistas, com muitas curvas, pouco movimento e um visual de tirar o fôlego. Foi uma diversão só. Nesta região que abriga os melhores vinhos espanhóis, culturas de girassóis e milho foram as que mais vimos nesse dia.

Chegando em Canga de Onis, nos surpreendemos pela beleza da cidade e pela proposta de ser uma cidade voltada a aventura.Muitos esportes são realizados por lá e também a produção de queijos e sidra, que diferente da que normalmente conhecemos, não é adocicada e é servida de modo bem peculiar.

A noite no Parador foi ótima, reunindo o bom gosto ao antigo mosteiro medieval, onde há uma preservação sobre as antigas ruinas. Local que nos serviu de base por um dia a mais, pois rodar por essa região era a proposta, pois foionde viveu o primeiro Rei das Astúrias, e viver um pouco da história que monta o século VI é maravilhoso.

Assim passamos um dia inteiro em locais onde vimos a luta de culturas e preservação como expansão delas. Igreja esculpida em cavernas, regimentos católicos de como conviver em seus monastérios e a luta de um rei.

Santiago de Compostela

No 11o diaestávamos pensando em rodar somente em estradas vicinais, mas chegaríamos muito tarde em Compostela, então, optamos em rodar uma parte do trajeto pela auto-estrada. Quando partimos para outras estradas, nos surpreendemos: são sensacionais, com curvas de alta perfeitas, o que alegrou a turma que não esperava encontrar tamanha beleza nesse dia.

Mas a principal mesmo foi a cidade de Santiago de Compostela e sua catedral, onde os peregrinos que a cada momento que chegam da caminhada,sãoovacionados pelo público que ali se concentra. Realmente muito emocionante.

O hotel que ficamos também foi maravilhoso, ficando a 150 metros da catedral, sendo um antigo convento franciscano do século XVIII.

No dia seguinte, já novamente na descendente, em direção a Lisboa, era a hora de voltarmos a rodar em território português, onde a maioria do trajeto foi por estradas vicinais estreitas, por cima dos montes e à beira do rio Minho e suas muitas curvas. À noite, um jantar à beira do porto de Viana do Castelo para comer comidas típicas da região.

O 13o dia foi intenso, pois o que começou preocupante terminou maravilhoso.No jantarda noite anterior, a quantidade de frutos do mar foi grande e isso provocou uma intoxicação alimentar em um dos integrantes, que resultou em uma péssima noite de sono e as sequelas dessa intoxicação.Como o hotel não tinha mais quarto para que ficássemos, conseguimos sair no limite do checkout e pegamos a estrada para ver o que iria acontecer, depois dele ter sido medicado, lógico.

Optamos por pegar mais auto-estradas e evitar curvas e congestionamentos.No meio do percurso, fizemos uma parada de quase duas horas para que o nosso amigo descansasse, pois devido a todos os problemas enfrentados, ele quase sofreu um acidente por ter cochilado. Sua melhora foi boa e tocamos o restante do percurso entrando na Serra da Estrela.

Quem não conhece essa região, deveficar hospedado pela região por alguns dias e explorar toda essa beleza que há por aqui.Estradas e paisagens de tirar o fôlego.Um dos melhores dias para se andar de moto.

No dia seguinte, em tom de despedida, fomos até a histórica cidade de Évora, fazendo uma rota pelo Alentejo e passando por belíssimas cidades paralelas à fronteira Espanhola.

No 15o dia, o trajeto era curto e deveríamos levar as “crianças para casa”. Sem nenhuma queda ou problemas mecânicos, foram entregues, para a alegria de nosso grupo.

À noite o jantar de despedida, como deveria de ser, em um restaurante típico português.E assim fechamos a aventura.

Foram dias intensos nos quais sobraram emoções e faltaram horas que nos permitissem curtir mais as experiências vividas, mas nem sempre se vive tudo em um dia mas eu não deixo de viver cada segundo das oportunidade que a vida me proporciona.E você?

Espero que tenha viajado comigo nessa aventura.

Forte abraço e que venham as próximas