A bordo de uma Indian Roadmaster 2017, Moto Adventure desbrava as estradas de Goiânia, capital de Goiás, e confere as belezas da cidade, que proporcionam uma sensação de bem-estar e clima de interior ao visitante

Texto e fotos: Trinity Ronzella

Roteiro Aventura – Goiânia

O Roteiro Aventura foi a Goiânia, capital do estado de Goiás, na região Centro-oeste do país. O resumo da viagem é a impressão de que a cidade, embora capital de um importante estado, guarda muitas características de uma cidade interiorana. Para essa aventura, tivemos uma Indian Roadmaster 2017 como companheira. O modelo já conta com o novo sistema Ride Comand, que, por meio de um monitor central multimídia de 7 polegadas, permite personalizar as informações que se deseja exibir e combinar três opções de tela, que são mudadas ao toque do indicador esquerdo sem tirar a mão do guidão.

Outra facilidade da Roadmaster é a tela touch screen que, mesmo com a luva, aceita os comandos. O motor de 1.811cc e câmbio de 6 velocidades foram corresponsáveis por uma autonomia acima dos 300 km, com média de mais de 20 km/l. A alta potência do sistema de som proporcionou momentos de curtição total, sem desviar a atenção da pista. Via Bluetooth, a partir de um pen drive ou do smartphone, era possível ter o bom e velho rock and roll como trila sonora. Realmente, essa moto foi feita para estrada, e o conforto é definitivamente incrível!

O passado

No século 18, uma cidade mais ao norte de Goiânia, conhecida como Pilar de Goiás, ajudou na formação da região Centro-oeste devido à descoberta de ouro em suas terras, como aconteceu em Pirenópolis e Goiás Velho. A notícia correndo de boca em boca atraiu gente de todas as regiões com seus escravos. Além de paulistas e pessoas de outras partes do Brasil, os portugueses também foram para a região. Isso fez com que localidades fossem surgindo pelo caminho.

Fundada em outubro de 1933 por Pedro Ludovico Teixeira, Goiânia foi planejada para substituir a antiga capital, Vila Boa (hoje cidade de Goiás, a 142 km da capital). Essa região de topografia bastante suave é um acesso às partes mais altas da região central do Brasil. Inicialmente planejada para 50 mil pessoas, Goiânia abriga hoje mais de 1,3 milhão de habitantes. O crescimento da cidade recebeu influência da política desenvolvida por Getúlio Vargas, chamada Marcha para o Oeste, que tinha como propósito desenvolver e incentivar a ocupação do Centro-oeste brasileiro.

Uma curiosidade sobre o nome Goiânia: um jornal da época lançou um concurso para escolha do nome da nova capital. O vencedor receberia dois anos de assinatura do jornal. Uma sugestão foi “Petrônia”, uma homenagem ao fundador Pedro Ludovico e aos imperadores Pedro I e II, e também ao discípulo de Jesus e fundador da igreja católica, Pedro.

Outra sugestão foi  “Goiânia”, que tinha sonoridade, grafia e sentido histórico. Quem venceu foi “Petrônia”, mas, sabe-se lá o motivo, Pedro Ludovico, então governador do Estado de Goiás, ignorando o nome vencedor, escolheu Goiânia. Não houve explicação para tal escolha na época, mas depois ficou-se sabendo que ele não queria nada que fizesse associação ao seu nome enquanto governava. Depois de sua morte, as homenagens foram feitas com seu nome em alguns pontos da cidade.

Nos dias de hoje

Para muitos, Goiânia pode parecer apenas mais uma cidade grande do Brasil. Mas, após entender um pouco sobre sua história e cultura, pode se tornar um local muito interessante. Atualmente, Goiânia é uma cidade grande, arborizada, quente durante a maior parte do ano e com um povo muito acolhedor. Com boa infraestrutura, a cidade é muito procurada pelo público corporativo, o que ajudou bastante na formação de sua estrutura com bons hotéis e restaurantes. Com vida noturna agitada por vários bares e restaurantes, é possível escolher aonde ir pelo estilo musical ou pelo que se quer comer.

Durante o dia, existem vários locais a serem visitados na cidade: a Praça Cívica, além de ser o ponto central da cidade, abriga o Museu Goiano Professor Zoroastro Artiaga (estava fechado quando foi realizada essa reportagem); o Palácio Pedro Ludovico Teixeira, com as secretarias do governo estadual, tem um visual imponente, que vale a foto! O Monumento às Três Raças representa a miscigenação das raças: indígenas, branco e negro, responsáveis pela origem do povo goiano, e a estátua de Pedro Ludovico Teixeira, esses três pontos muito fotografado pelos turistas que visitam a cidade.

Um local bem escondido, mas que vale a pena conhecer e tirar uma foto, é o Beco da Codorna, um Museu de Arte Urbana. Trata-se de um beco repleto de grafites onde, nos finais de semana, funciona um bar e é bastante movimentado. O Beco da Codorna está localizado na Avenida Anhanguera, 5331 – St. Central/Goiânia. Detalhe: durante a semana funciona um estacionamento no local, o que prejudica um pouco a visualização dos grafites, mas a entrada é liberada.

Outra opção bem legal é o Centro Cultural Oscar Niemeyer. Nele se encontram a biblioteca, o Museu de Arte Contemporânea, o Palácio da Música e o Monumento aos Direitos Humanos. A arquitetura e o fim de tarde visto de lá valem a visita!

Culinária

Usando ingredientes locais, que unem um pouco da cultura indígena e um toque dos paulistas, saíram receitas típicas, como o uso do pequi na galinhada e um licor servido após as refeições. O empadão goiano, que leva carne de porco, frango, linguiça, queijo e palmito de guairoba; o “arroz-de-puta-rica”, feito com carnes defumadas, estão entre as delicias da culinária local.

Art Déco

A cidade possui o segundo maior conjunto arquitetônico no estilo art déco. Tanto que seus principais pontos são patrimônios tombados pelo Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico). Esse movimento popular internacional de design ocorreu entre 1925 a 1939, e afetou vários setores artísticos como arquitetura, decoração e design de interiores. Utiliza o princípio do cubismo em edifícios, joias, móveis, enfim, possui simplicidade em seu estilo e predomina o rigor geométrico e linhas verticais, dando a percepção do edifício ser mais alto.

Para a noite, essas são algumas dicas para todos os tipos de gosto, além de ter mais opções, logicamente:

Barzim Cervejaria e Restaurante. Rua 137-A – Setor Marista – Sertanejo, muito concorrido.

Mercadão Paulista.  Alameda Dr. Sebastião Fleuri, 61 – Setor Marista – Ótimo para petiscos e bate-papo.

Rocket 07 Pub e Restaurante (um oásis de rock na capital sertaneja) – Av. Portugal, n°1010, Setor Marista.

Como chegar

As rodovias que levam a Goiânia estão em bom estado e possuem pedágios. São pouco mais de 900 km que, saindo de São Paulo, passa por Campinas, São Carlos, Araraquara, Barretos, Itumbiara-GO e Goiânia.

Dicas

Reserve hotel antes, pois a cidade está sempre com movimento. As estradas têm radares, portanto, fique atento. Voltando para o hotel fui parado em uma ação chamada “Balada Responsável”, onde checaram meus documentos e me convidaram a fazer o teste do bafômetro. Tudo dentro da lei! Após isso, segui para o merecido descanso. Parabéns à polícia de Goiânia!

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