Foi após um acidente grave que a deixou imobilizada que ela decidiu criar um podcast para dar vazão à sua paixão. E hoje ele é um sucesso.
Texto: Sabrina Lacerda
Fotos: Arquivo Pessoal
Eu sou a Sabrina Lacerda, 30 anos, empresária, apaixonada pela natureza e adrenalina. O amor pelas motos veio desde nova, mas isso somente se tornaria uma realidade só mais tarde por causa do meu pai, um apaixonado por quatro rodas que me ensinou na roça a dirigir com 12 anos.
Sempre que falava em moto, ele dizia não, mas o tempo passou e a vontade foi só se intensificando cada vez mais, até que em 2017 tirei minha habilitação e comprei minha primeira motinha, uma Honda PCX 150. com ela, viajei com meu namorado, atualmente marido, trabalhei e me apaixonei mais ainda pelo mundo; fazíamos tudo com a moto que tinha na época.
Em seguida, fiz o curso TRX da Triumph, quando pilotei pela primeira vez uma moto de alta cilindrada, uma Tiger 1200. Em 2020 veio a Kawasaki Versys, minha primeira moto de alta cilindrada e a primeira moto zero km que tive.
Junto com ela tínhamos uma Honda NX 150 Bros na garagem, que a usava em meu dia-a-dia; fizesse chuva ou sol, todo final de semana era uma cidade de Minas, e todas as férias a “Heineken” estava em algum canto com a gente.
No final de 2021 sofri um acidente grave, onde tive queimadura de terceiro grau, exposição de tendão no tornozelo, mini fraturas no joelho e lesão completa no Ligamento Cruzado Anterior (LCA); eu já estava criando conteúdo e me vi em um momento de “desespero”, presa em casa, sem fazer o que amo, sem criar conteúdo. Foi então que nasceu o Motocast, entrevistar motociclistas, trazer o meu amor, o conhecimento e a experiência, para a internet.
As pessoas se apaixonaram pelo projeto e fui me preparando para dali dois meses entrar na faca. Passou cirurgia, o Motocast seguiu firme, nunca deixei de fazer um episódio, mesmo em recuperação. Foram seis meses sem andar de moto, e eu já estava surtando… Fui para o off-road onde, teoricamente, seria mais tranquilo por não ter trânsito e me deparei com muita lama, pedra, descidas, subidas; a moto saía de lado, o freio se comportava diferente, era tudo novo…
Me apaixonei por esse mundo da terra, mesmo com muito medo e alguns traumas não queria deixar de fazer o que relaxava minha mente e meu corpo; fiz amizades que me apresentaram mais ainda esse mundo de forma consciente e responsável, fiz curso off, curso on, andei, ando e a cada dia me apaixono mais ainda pelo que o off me proporciona; é um desafio diferente, que não te permite mil pensamentos no capacete e sim, atenção e foco.
Sou apaixonada pela sensação de liberdade que a moto me trás, a possibilidade de estar perto e ao mesmo tempo a 5.000 km da minha casa; de conhecer novas culturas, novos costumes, novas amizades. Viajar de moto muda, muda muito a sua mente, a sua forma de agir, sua resiliência, o saber lidar com adversidades; você aprende que o pouco é muito, e que o muito é apenas peso, e nada além disso, andar de moto é respeitar a máquina que você tem, é respeitar seu processo e seus limites, é ter medo e coragem ao mesmo tempo, e superação a todo momento, é choro de alegria em fazer o que você duvidava que dava conta, faça como você pode, com o que você tem, mas faça, e não deixe ninguém te dizer que não pode. A sua caixinha de sonhos é só sua, e ninguém pode colocar medida nela.
Você tem medo? Prepare-se, corra atrás e faça um pouco todos os dias e quando menos esperar, estará realizando um sonho de cada vez.
Moto Adventure, a Revista dos Melhores Motociclistas.
Let’s go together!