De Honda Pop 110i, encaramos a Ilha de Santo Amaro, região que oferece muitas belezas naturais
Morar em São Paulo me faz cultivar o desejo incessante de fugir da cidade para explorar lugares pitorescos. E nem é preciso ir longe! A valente e econômica Honda Pop 110i me levou a praias desconhecidas do Guarujá e a um bairro de Santos com cachoeiras em meio à Mata Atlântica, quase virgem. A Ilha de Santo Amaro, ao norte da baía de Santos, abrange o município do Guarujá e suas 27 praias. Em Santos, na Ponta da Praia, o acesso à ilha é feito por balsas e pequenas embarcações para passageiros. E existe a opção de remarem uma canoa havaiana até algumas praias que são acessíveis somente pelo mar.
Estacionei a Pop em frente à guardaria e fui com minha amiga canoísta, Lígia, até a rampa próxima ao Deck do Pescador. A canoa havaiana tem um estabilizador lateral, chamado “ama”, que não compromete sua velocidade. Sem nenhuma experiência em canoagem, me acomodei à frente, peguei o remo e segui as instruções de Lígia para remarmos em sincronia – ela também cuidou da direção do leme. Ao comando de “hip”, eu devia inverter o lado da remada. Remamos tranquilamente por 15 minutos até a praia do Góes, uma colônia de pescadores com vista interessante de toda a orla de Santos.
Dei um mergulho e remamos até a praia vizinha: Cheira Limão. A menor de todas as praias da Ilha, com orla de 20 metros, tem águas calmas, vegetação exuberante e é um bom local para pesca com molinete. Mais um mergulho, apreciando o verde refletido no mar, e seguimos para a praia do Sangava, no extremo oeste da ilha. Com orla de 300 metros, grandes pedras, areia fofa e piscina natural, também pode ser acessada por trilha desde a praia do Góes.
O tempo começou a mudar e o vento dificultou o desempenho das remadas. Assim, resolvemos voltar para a terra firme, aos poucos nos aproximando da orla e do cenário urbano. Adorei a experiência, e sempre é bom mesclar pilotagem com algum outro esporte. Com a facilidade de passar marchas com o calcanhar, me permiti pilotar a Honda Pop por algumas quadras de shorts e sandálias até o Bar do Toninho, no Embaré, onde saboreei os deliciosos pastéis de siri e camarão com recheio generoso. Vesti o equipamento de pilotagem e peguei a balsa até o Guarujá, sem fila, pois sempre há um cantinho para as motos pequenas.
Fui conhecer o bairro de Santa Cruz dos Navegantes, onde está a Fortaleza de Barra Grande, construída em 1585, por uma estrada saindo da praia do Guaiuba. A Pop transitou com facilidade pelas ruas estreitas da comunidade e até a beira-mar. Na volta, paramos para fotos na praia do Tombo, boa para surfar, e subimos ao mirante Caixa D’Água, na praia das Astúrias.
Choveu pelo resto do dia e durante a noite, mas o nascer do sol estava promissor nas Pitangueiras. Iniciando o caminho de volta a São Paulo, pela SP-055 – Rodovia Cônego Domenico Rangoni, também conhecida como Piaçaguera –, após o pedágio, no Km 66, está a entrada para o Vale do Quilombo, um bairro tombado de Santos, privilegiado pela vegetação nativa e resguardado do complexo industrial de Cubatão, que devastou o vale vizinho do Rio Mogi. Voltou a garoar e fui seguindo pelo caminho natural com solo arenoso, poças d’água, cascalho e pedras, passando por chácaras, e logo começaram as travessias do rio por pontes de concreto. A água é transparente e os trechos rasos e calmos se alternam com corredeiras pelas formações de pedras.
O caminho foi ficando mais fechado e a chuva apertou. Então, após cerca de 8 km, resolvi dar meia-volta. A Pop desbravou bem esse trajeto off-road e a suspensão firme deu conta de passar pelas pedras mantendo a direção. Nos declives, o freio motor em primeira marcha ajudou a manter o controle. O Vale do Quilombo também é um destino interessante para ciclismo e caminhadas e, seguindo adiante pelo rio, encontram-se cachoeiras maravilhosas.
Subindo a Imigrantes, finalmente a luz da reserva acendeu, mas consegui chegar a São Paulo e completei com 3,87 litros de gasolina após rodar 204 km. Média de 52,7 km/l! Nesta viagem “solo”, a Pop 110i foi uma excelente companheira, pois não tive receio de transitar em nenhum local, sem medo de assalto ou de não conseguir entrar em algum lugar, manobrar ou atolar. A velocidade de cruzeiro na estrada é limitada (não passei de 80 km/h), mas a sensação de estar com uma motocicleta que pode literalmente nos levar a qualquer lugar, sem stress, é libertadora!
Confira abaixo a galeria completa: