Uma aventura de mais de 2.300 km com a crossover britânica até Osório para acompanhar a segunda etapa do BITES.
Texto: Gustavo Narciso
Fotos: Vincenzo Barbagallo e Gustavo Narciso
No último dia 3 de agosto saí de Campinas (SP) em direção ao último estado brasileiro, o Rio Grande do Sul, mais precisamente para Osório, cidade litorânea localizada a 100 quilômetros de Porto Alegre, para acompanhar a segunda etapa do campeonato nacional de big trails, o BITES. Esse rolê a bordo da Triumph Tiger 660 Sport rendeu cerca de 25h de motor ligado, em mais de 2.300 quilômetros rodados, atravessando o Paraná e Santa Catarina até chegar ao meu destino.
A moto, gentilmente cedida pela Triumph Brasil, é a aventureira de entrada da marca. E apesar de levar o nome Tiger, é o seu sobrenome, Sport, que indica sua personalidade e design. Essa máquina de 660 cilindradas e 81 cavalos, tem quadro e motor derivados da Trident 660, porém sua carenagem, bolha e capacidade volumétrica de combustível, a colocam em uma outra categoria e proposta de uso, proporcionando viagens mais longas com mais segurança e conforto. A combinação de desempenho esportivo e versatilidade oferecida pela Tiger 660 Sport, a torna uma moto adequada para viagens e aventuras emocionantes.
Esportividade
Em um primeiro momento fiz aproximadamente 500 quilômetros até Curitiba (PR), passando pela incrível Serra da Cabeça da Anta. Ali foi hora de provar as infinitas curvas e me divertir com a esportividade da motocicleta. Sua autonomia me ajudou, uma vez que deixei de encher o tanque na última oportunidade que tive e cheguei ao primeiro posto da rodovia Régis Bittencourt só no cheiro. A média final de toda a viagem, ficou na casa dos 19 km/l, no entanto, variou entre 200km e 300km com um tanque, aproximadamente. Isso depende da mão no acelerador, do tipo de estrada e marchas utilizadas.
Falando nisso, durante a maior parte do tempo, só utilizei a troca de marchas na hora de abastecer ou parar nos pedágios. Ah os pedágios… bom deixa pra lá a parte chata! Durante quase todo tempo de estrada, mantive na 6ª marcha. Quase nunca a Tiger 660 Sport pedia reduções, nem mesmo em ultrapassagens. A sua potência, derivada de um motor com 3 cilindros em linha, aliado à sua aerodinâmica e uma bolha com regulagem de altura, proporcionaram muita estabilidade e pouca turbulência, com exceção em momentos com fortes ventos laterais, ou passando próximo a caminhões. Principalmente no trecho entre Curitiba (PR) e Florianópolis SC), com trânsito intenso, as ultrapassagens se davam de maneira muito tranquila e segura. Mesmo sendo duas faixas, sabemos que não é seguro ficar dando mole ao lado de outros veículos, sobretudo os caminhões.
Apesar de levar o nome da sua irmã mais velha, certamente essa máquina se torna mais prazerosa em condições urbanas ou viagens de médias distâncias. Não tive oportunidade de andar por estradas de terra, mas é nítido que sua proposta não é para isso. Obviamente que se necessário, dá para atravessar trechos sem asfalto, mas é no on-road que ela se destaca. Seu conjunto de suspensões Showa com 150mm, tanto na dianteira como na traseira, proporcionam uma boa leitura de terreno, principalmente em passagens por pontes, onde geralmente sentimos aquela pequena decolagem, notei que estavam bem ajustadas para meu peso (70 kg) e não desgrudava do chão. Há a possibilidade de ajuste da pré carga da mola traseira, porém não achei necessário.
Com 206kg já com fluídos, a Tiger 660 se mostrou equilibrada, mesmo com o topcase cheio de roupas e equipamentos de fotografia. Pareceu ter um centro de gravidade baixo. Nota-se que seu motor fica bem próximo ao chão e talvez por isso tive essa facilidade em mantê-la em seu ponto de equilíbrio.
Ausências
Claro que nem tudo são flores e não poderia deixar de notar algumas coisas que, pelo menos para mim, fizeram falta ou poderiam melhorar. A começar pela falta de um carregador USB. Na minha opinião, hoje, todas as motos poderiam (ou melhor, deveriam) vir equipadas com este item. Outro recurso que senti falta foi o controle de velocidade de cruzeiro. Sei que não é exatamente a proposta e para uma viagem de até 500km, não faz tanta falta. Mas sabendo que ela possui recursos como ABS, controle de tração e acelerador eletrônico, a gente sempre quer mais um pouco.
A volta de Osório foi ainda mais divertida. Aproveitei para rever amigos de longa data em Balneário Camboriú (SC), passei em Curitiba (PR) e por fim em Siqueira Campos (PR), tentando aproveitar o máximo que o motociclismo nos proporciona, curtindo as paisagens e milhares de pensamentos que passam tão rápido quanto o vento.
Por fim, foram 2.320 km rodados e um gostinho de quero mais. Para esta viagem, a Triumph Tiger 660 Sport foi bem, mas creio que o ideal para essa máquina são tiros menores de aproximadamente 500 km. A posição de pilotagem é bem confortável e o corpo reagiu bem durante todos os dias. Certamente quero um reencontro.
Moto Adventure, a Revista dos Melhores Motociclistas
Let’s go together!
No test ride que fiz, achei a posição de pilotagem mais esportiva do que as outras crossovers. Sou consideravelmente mais alto que você, então talvez não tenha te incomodado, mas queira sua opinião. Outra coisa que me incomodou muito foi o espaço para garupa, extremamente reduzido. Mas o motor é um tesão….
Valeu pelo comentário, man!
Amigo, eu achei cômoda a posição, mas tenho 1m77 (André Ramos, editor),a gora o espaço para o garupa é mesmo reduzido, o que afetará o conforto em tiros mais longos.
tenho uma tambem tenho essa sua impressão e no off eu peguei estrada leve foi de boa sem sustos….. mas curva e anda muito essa máquina….e diversão total e o consumo e isso ai entre 19 e 22 km litro oque e uma otima marca pelo que te entrega esse motor fantástico
Valeu pelos comentários, man!
Exato.. eu tive a oportunidade de pegar também e foi super de boa.. mas algo leve, nada hardcore, com areia, rios etc.