Presidente Figueiredo, no Amazonas, tem muitas belezas naturais. Mas suas maiores atrações são as cachoeiras. Desbravamos este pedaço de paraíso a bordo de uma Honda XRE 190

TEXTO E FOTOS: TRINITY RONZELLA

Fui à Manaus a trabalho e não tinha muito tempo para aproveitar a região. Porém, a oportunidade era boa demais para ser desperdiçada! Por meio da concessionária Honda Cometa Motos, consegui uma XRE 190 ABS para realizar esta jornada, o que salvou o meu fim de semana!

SONHO REALIZADO

A Amazônia, tema de uma infinidade de filmes, documentários, histórias e bate-papos, sempre esteve em meus sonhos. Mas, por sua distância de São Paulo (a cidade onde moro), este era um destino que sempre ficava para depois. Dessa vez, conciliando um trabalho em Manaus, decidi estender minha passagem por lá e conhecer um pouco a região com o tempo que me restava – de quinta a sábado de manhã. A moto seria o veículo ideal para a aventura. Retirei a máquina na concessionária às 10h e segui pela BR-174 para Presidente Figueiredo, a “terra das cachoeiras”. O tempo e a época não eram ideais: dois dias e meio e clima chuvoso. Entretanto, quem faz os dias ficarem bons somos nós! Assim, fomos à luta!

Estava tão empolgado com a aventura que não levei capa de chuva. Resultado: tomei chuva durante os 120 km de estrada asfaltada (aliás, muito boa). Embalei bem as malas e a mochila, as prendi na moto e pronto: fiquei com a mente tranquila para curtir a estrada. Apesar da chuva, a temperatura era agradável, já que a região é quente mesmo quando o clima está nublado. O cenário ao redor era incrível: nos dois lados da pista havia uma mata densa e virgem. Também me chamou a atenção a quantidade de balneários que vi durante o primeiro terço da viagem. A cada descida aparecia um rio ou área alagada, com estrutura de mesas dentro d’água, cobertura, decks e bares. A água era transparente, mas tinha uma coloração ocre (se não fosse a chuva, eu teria parado em vários desses rios). Com poucas curvas, a estrada nos convida a observar os arredores e a relaxar.

CARTÃO-POSTAL

A chegada a Presidente Figueiredo me causou uma boa impressão: às margens da rodovia há um posto ativo de atendimento ao turista. E tudo funciona bem, algo que não acontece em muitas cidades turísticas do Sudeste. Foi minha primeira parada. Eu precisava me hospedar rapidamente para acomodar minha bagagem e conhecer alguns atrativos locais, já que o tempo era curto. Hospedei-me em uma pousada simples no Parque Urubuí, próxima ao centro da cidade e de um dos pontos que iria conhecer. Cheguei ao destino a pé, em cinco minutos.

A primeira imagem que vemos é um dos cartões-postais da cidade: a estátua do Índio Waimiri saindo de dentro do Cupuaçu, com uma onça pintada e um tucunaré ao lado. Logo abaixo estão as corredeiras do Urubuí, muito frequentadas por moradores locais e turistas, que passam horas tomando banho de rio. Dentro do parque há vários restaurantes e lanchonetes. Já que o tempo estava nublado, registrei os locais e segui para a Cachoeira Iracema, aproveitando o tempo que me restava (assim como uma trégua da chuva). São 10 km até o estacionamento, sendo um pedaço por estrada de terra. Nesse local, durante um trecho de caminhada fácil em meio à floresta, o turista verá a Cachoeira da Iracema, a Cachoeira das Araras e as grutas do Palácio do Galo da Serra, da Catedral e da Onça. É um passeio que toma a tarde toda, por ser permitido o banho de rio. Detalhe: apesar de curto, o trecho não pavimentado para chegar ao destino se torna muito escorregadio para a moto em dias chuvosos (nada que impeça o acesso, mas é preciso cuidado!). Também existe a opção de hospedagem no local.

O próximo passo era conhecer o Parque Municipal Galo da Serra. Fiquei surpreso quando o encontrei fechado. Mais tarde, soube o motivo: aquela era a época de acasalamento desta rara espécie de pássaro, que também simboliza a cidade. O dia rendeu, mas a luz se foi e era hora de conhecer o município e repor as energias. O centro é simples e as lanchonetes e restaurantes se concentram na praça central. Os estabelecimentos têm cadeiras ao ar livre e servem lanches, pizzas, peixes, filés e sorvetes. Outra opção mais turística é o próprio Parque Urubuí. Ali, há restaurantes mais completos e com preços acessíveis. Um dos pratos mais pedidos é a Banda de Tambaqui sem espinho. Alimentado, fui descansar, pois o dia seguinte seria corrido.

ÁGUAS AZUIS

Já que em minha pousada não havia café da manhã, fui orientado pelo amigo Genghis, de Manaus: “Vá tomar café na Priscila!”. Por sorte, o lugar ficava quase ao lado de onde eu estava hospedado. Nelson (o secretário de turismo da cidade) e um fotógrafo me encontraram lá. O cardápio é extenso e muito interessante. Optei por uma tapioca de queijo e banana acompanhada de suco de maracujá. O preparo da guloseima já vale a pena – nada a ver com a nossa tapioca industrializada!

Meus cicerones me levaram a um lugar que me lembrou Bonito, a Lagoa Azul do Maranhão. Localizada no Km 120 da BR-174, é uma nascente onde a água brota em meio à areia, como se fosse um vulcão em erupção. Além disso, a lagoa é azulada (por conta do tipo de solo). É um local aberto à visitação e perfeito para relaxar. O próximo destino era mais afastado (86 km): o distrito de Balbina, onde fica a Represa de Balbina. Uma curiosidade: durante a construção da represa, um erro de cálculo inundou uma área bem maior que a planejada. Por conta disso, a represa tem 300 km de extensão e possui o maior arquipélago artificial do mundo, com mais de 3.200 ilhas. O turismo da pesca é forte, devido ao peixe Tucunaré, e acontece o ano inteiro.

Outro lugar interessante em Balbina é o Centro de Preservação e Pesquisa de Mamíferos Aquáticos, que cuida de animais feridos ou apreendidos para reintrodução à natureza (um trabalho incrível, que pode ser visto duas vezes por semana, com entrada franca). Em diversos tanques, tartarugas, antas e aves esperam a hora de voltarem a seu habitat natural. O almoço foi na casa/restaurante de Paulo Pio. A melhor maneira de chegar lá é perguntar: ele é o radialista da região (além de cozinhar muito bem!). No caminho para Balbina, há vários pontos turísticos. Um deles é a Cachoeira do Mutum. Mas fique atento: o lugar só é interessante no verão, de julho a setembro, quando os buracos no leito do rio viram “banheiras”. O tempo era curto e o dia estava no fim – era hora de voltar à cidade, tomar um banho e descansar. Na manhã seguinte, eu pegaria a estrada de volta a Manaus.

ÚLTIMO DIA

Acordei cedo, com uma surpresa: o sol tinha aparecido! O retorno foi lento e bem aproveitado: todos os balneários ao longo do caminho foram vistos e fotografados – o visual era incrível! Além disso, em determinado ponto da viagem, avistei um jabuti tentando atravessar a rodovia. Um caminhão enorme seguia atrás de mim e tratei de parar a moto rapidamente. De capacete e tudo, corri para o meio da estrada para pegar o bichinho enquanto sinalizava para o caminhão. Deu tudo certo: o veículo reduziu e consegui deixar o animal na outra margem da rodovia, em segurança. Ganhei a semana! Seguindo viagem até a concessionária de Manaus, devolvi a moto com a sensação de ter realizado um sonho: rodar pela selva amazônica sobre duas rodas!

A MOTO

Contei com uma ótima motocicleta neste passeio. Perfeita, a Honda XRE 190 é econômica e fez 40 km/l nos 290 km rodados. Fui e voltei com um tanque e ainda sobrou gasolina. Macia e com suspensões confortáveis, a máquina enfrentou tranquilamente os trechos de off-road. Os pneus ajudaram bastante no trecho de terra muito lisa por onde passei (o ABS também foi importantíssimo, oferecendo segurança). Silenciosa, a XRE 190 dispõe de um conjunto muito bom para enfrentar estradas de terra e asfalto ruim. Adorei! Deixo um agradecimento especial à concessionária Honda Cometa Motos. Obrigado ao Agno e à sua equipe por esta parceria!

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