Câmbio-DCT-tecnologia-exclusiva-Honda

Após lançar o primeiro sistema de dupla embreagem em uma motocicleta, sistema exclusivo da marca japonesa chega à sua terceira geração equipando a CRF 1000L Africa Twin, a GL 1800 Gold Wing e a maxi scooter X-ADV.

Texto: Laertes Torrens

Fotos: Divulgação Honda/Caio Mattos

A equipe da Revista Moto Adventure esteve a convite da Honda no CETH (Centro Educacional de Trânsito Honda), em Indaiatuba (SP), para participar de workshop técnico e test ride sobre a evolução da tecnologia DCT (Dual Clutch Transmition) transmissão de dupla embreagem, desenvolvida exclusivamente pela Honda e que não apenas confere rapidez e suavidade nas trocas de marchas, como também, permite ao piloto optar por trocar de marchas de maneira automática ou manualmente.

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Esta novidade, oriunda dos carros esportivos de alta performance (no caso da Honda, o Accura), é um diferencial exclusivo da Honda presente atualmente nos modelos X-ADV, GL1800 Gold Wing e agora, na CRF 1000L Africa Twin.

Evolução

No workshop tivemos a oportunidade de verificar a evolução do DCT ao longo do tempo: sua estreia se deu ainda em 2011, quando foi implantada na VFR 1200F. A segunda geração da tecnologia viria já no ano seguinte, com a VFR 1200X Crosstourer, quando recebeu refinamentos que resultaram em melhoria no escalonamento das marchas e também na suavidade dos engates.

Agora em 2020, em sua terceira geração, pudemos perceber a excelência deste sistema, uma vez que a adoção do sistema Ride-by-Wire, com respostas mais precisas do acelerador, deixou o funcionamento ainda mais linear e eficiente.

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Dupla embreagem – dupla personalidade

No test ride pudemos experimentar a CRF 1000L Africa Twin, comparando as versões equipadas tanto com câmbio normal, como com a transmissão DCT e o resultado foi surpreendente. Oferecendo a conveniência da transmissão automática, aliada à possibilidade de trocas manuais através de borboletas, o DCT deixou ótimas impressões, já que esta confere à motocicleta personalidades distintas de acordo com o estado de espírito do piloto. Enquanto a inteligência do sistema oferece todo o conforto das trocas automáticas durante uma pilotagem descontraída, por outro entrega também vigor nas acelerações, além de permitir ao piloto assumir as rédeas quando deseja empregar a sua tocada em momentos de pura adrenalina.

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Quando fomos testar a scooter Honda X-ADV, as boas impressões também se repetiram, tanto na esfera automática quanto na pilotagem tradicional, quando o piloto aciona os botões para troca de marchas para cima ou para baixo, sem a necessidade de manete de embreagem, tendo em vista que esse modelo também conta com o sistema de dupla embreagem.

Por último testamos o sistema DCT na GL 1800 Gold Wing, uma delícia de moto, onde a tocada automática nos dá vontade de não sair nunca das estradas; os engates são perfeitos, a suavidade das trocas de marchas, tanto para aceleração quanto para a redução das marchas, ampliam ainda mais o prazer de conduzi-la, mas quando o piloto quer uma pilotagem esportiva/divertida, basta cutucar uma das borboletas para que as emoções que só um motor de seis cilindros pode proporcionar venham à tona.

Enfim, terminamos este dia certos de que esta é uma tecnologia que veio para ficar dada a sua eficiência e capacidade de oferecer conforto e esportividade em uma mesma motocicleta, além de parabenizar a Honda por ser, ao menos por enquanto, a única marca no mundo a conseguir aplicar uma tecnologia revolucionária para o mundo dos automóveis, nas motocicletas.