Na cidade ou na estrada, nova Dafra Next entrega boas retomadas e muita autonomia

TEXTO: TRINITY RONZELLA

FOTOS: EDGAR KLEIN

Em 2007, o maior grupo de concessionárias de automóveis da América Latina criou a Dafra Motos, que atualmente conta com uma linha de sete produtos (de 50cm³ a 400cm³). Já testamos a Citycom S 300i ABS, a Maxsyn 400i e, agora, é a vez da Next 300.

NEXT 300

Confesso que estava curioso para rodar nesta Naked. Achei que sofreria um pouco, mas estava enganado. Quando fui retirar a moto na sede da Dafra, fiquei surpreso: apesar de achar sua cor vermelha exuberante demais para o meu gosto (pinças de freio e detalhes na roda), ela fica bem na foto! Combina com a paisagem urbana e, também, com a rural, especialmente vista pelo lado esquerdo, com menos vermelho.  

O painel é completo, com conta-giros analógico em destaque e demais informações no modo digital. Hodômetro total e parcial, voltagem da bateria, hora, marcador de marcha, velocidade, consumo etc. Montada em um chassi Diamond, a moto tem um design agressivo e moderno, rodas de liga bem estilosas e detalhes como uma pequena carenagem à frente do painel, aerokip, manete de freio com regulagem de altura, lanternas em LED, banco bipartido e spoiler. Por onde passa, ela chama a atenção. Minha única ressalva é que os piscas poderiam ser um pouco menores, combinando melhor com o conjunto.

Quando me sentei na moto, notei que, apesar de ser uma Naked, a posição de pilotar era a de uma Street, com posição da alavanca de câmbio voltada à Naked. Isto acontece porque o guidão é mais alto, o que a deixa mais confortável. Rodas de liga leve de 17” e pneu sem câmara 110/70 na dianteira e 130/70 na traseira são os responsáveis pela aderência nas curvas e freadas. Os controles nos punhos são simples e objetivos, como devem ser.

USO URBANO

O trânsito de São Paulo é intenso! Assim, reservei um tempo para me acostumar com a postura, os freios e os “contorcionismos” exigidos em caso de congestionamento. O pedal de câmbio, cuja posição é mais baixa, a princípio me deixou confuso. “Onde ele está?”, me perguntei, em alguns momentos. Mas isto se deveu à mudança de estilo de moto que eu conduzia, algo natural. Assim que me acostumei à nova posição, tudo ficou tranquilo.

O freio FH-CBS (Full Hidraulic Combined System, discos nas duas rodas, um de 287mm na dianteira e outro de 220mm na traseira) exigiu mais. Particularmente, não gosto deste sistema (na Scooter, não me incomoda tanto). Mas, levando em conta que os novos habilitados saem cada vez menos preparados para enfrentar a realidade, acho que o recurso é válido, pois o freio é eficaz. Porém, não se esqueça: não é um ABS. Assim, se acionar o freio traseiro com vontade, o CBS aciona o dianteiro e não evita travar a roda traseira. Já acionando o dianteiro, ele não aciona o traseiro – o CBS funciona somente acionando o freio traseiro. Com o uso, você se acostuma e passa a acionar manualmente o freio dianteiro com menos frequência.

A postura é bem confortável, assim como o banco. Para perambular em meio aos carros, achei que o modelo poderia esterçar um pouco mais. Sofri no começo, mas, alguns quilômetros depois, eu já sabia onde passaria direto e onde teria que manobrar. O peso seco de 165 kg não me incomodou, talvez porque os 790 mm de altura do banco me deixaram seguro e com as pernas relativamente relaxadas quando em contato com o chão. Em nossas ruas, o “asfalto” exige demais. A suspensão telescópica dianteira com 125 mm e a traseira, monoamortecida com braço oscilante de 110 mm, dão conta do recado com tranquilidade.

NA ESTRADA

Meu dia começou antes do pôr-do-sol, às 4h45. Afinal, eu queria ver como a moto se comportaria na estrada Foi muito divertido! De cara, o farol (que não é LED) merece elogios. Ilumina muito bem nos dois modos (alto e baixo), deixando a viagem mais segura e com um grande campo visual iluminado.

Aprovei o desempenho da moto. Os 27cv a 7.900 rpm com torque máximo de 2.65kgf.m a 6.500 rpm ilustram o visual esportivo. A sexta marcha, com os 13 litros do tanque de combustível, oferece uma autonomia de mais de 300 km. O motor monocilíndrico de 278cm³, 4 tempos SOHC (Single Overhead Camshaft ou Comando Simples de Válvulas no Cabeçote), refrigeração líquida, injeção eletrônica e 4 válvulas com balancins, me surpreendeu.  

A moto é boa nas retomadas e forte nas subidas. Mesmo em sexta marcha, eu só precisava girar o acelerador para ver o digital subir. O nível de ruídos e vibração é bem confortável. Fiquei bastante satisfeito com a Next 300: rodei aproximadamente 500 km com ela e não me cansei. A máquina andou bem quando precisava, transmitiu segurança e conforto e entregou bastante autonomia. Ou seja: é uma ótima opção nesta categoria. Nas cores vermelha e preta, está disponível por R$ 15.590,00. Experimente e tire suas próprias conclusões!B

RANKING DE VENDAS – DAFRA BRASIL

1 – Citycom CBS

2 – Next (27% das vendas desta motocicleta acontecem em São Paulo)

Ao todo, são 53 concessionárias no país e mais de 100 pontos de assistência técnica.

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