Aposta do ano da britânica Triumph, modelos Tiger 800 e Tiger 1200 trazem cerca de 200 mudanças em comparação a versões anteriores. Grafismo e inovações tecnológicas são os pontos fortes das máquinas
POR PABLO BERARDI
FOTOS: DIVULGAÇÃO
A Triumph apresenta as novas Tiger 800 e 1200, que receberam melhorias importantes em busca de manter a liderança e o máximo em tecnologia. Desde que a Triumph chegou oficialmente ao Brasil, no início de 2013, a marca britânica trouxe na bagagem a família Tiger, composta pelas versões de 800 e 1200 cilindradas. Foi com esses modelos que ela conseguiu emplacar mais da metade de suas vendas aqui no país e crescer de forma rápida e agressiva, fazendo um verdadeiro turbilhão no segmento das maxitrail premium, antes dominado pela BMW.
Com um produto de ótima qualidade, o uso de uma motorização tricilíndrica e um trabalho de pós-venda agressivo, a Tiger 800 logo roubou a liderança de mercado da BMW F 800 GS (que receberá profunda remodelação neste ano). No segmento das 1200, a briga é mais feia, pois a BMW GS 1200 é líder em todos os mercados (inclusive no Brasil) e, atualmente, é a “moto chefe” da marca alemã.
Em 2015 a Triumph apresentou importantes alterações na família Tiger, que fez com ela mantivesse a liderança nas 800 e fosse “roubando” aos poucos o mercado no top das big trail de 1.200 cilindradas.Com a atualização que os leitores de Moto Adventure podem acompanhar nesta reportagem, ficou claro que a fabricante britânica mexeu em time que está ganhando e implementou profundas mudanças na Tiger 800 e na Tiger 1200, que deixou de ter o sobrenome Explorer.
Família grande
Com uma família completa, não vão faltar opções para o cliente, desde a versão de entrada Tiger 800 XR, passando pela XRX (o X vem de “extra”) até a versão top de linha e inédita no Brasil, XRT (Touring). Também não podemos deixar de mencionar a versão XRX Lowseat, que tem o assento e suspensões mais baixas, facilitando o convívio com a moto por pilotos de menor estatura, já que o assento está a 760 mm do solo. Na versão XC, ainda podemos contar com a XCX e XCA, como já existia na versão anterior. Ou seja, tem opções para todos os gostos e bolsos.
Testando
No excelente teste ride que a marca nos proporcionou, saindo da capital, em São Paulo, e indo até Ilhabela (SP), rodamos cerca de 250 km passando por trajetos urbanos, autoestradas, rodovias vicinais, areia, terra e muitos buracos. Na ocasião, nos foi disponibilizada a versão Tiger 800 XCX em revezamento com a Tiger 1200 XCA, de que falaremos logo em seguida.
Antes mesmo de subir na Tiger 800 já se pode perceber os novos grafismos escritos “Tiger”, assim como os acabamentos, que foram melhorados. A moto está bonita, com cara de “premium” e com detalhes realmente de destaque. O farol recebeu lanterna diurna em LED, bolha mais alta e regulável e novos refletores. Ao subir na moto, as surpresas continuam. Os punhos de luz são totalmente novos e logo de cara você enxerga o painel de TFT de 5”, como o utilizado na Street Triple RS, e oguidão foi aproximado mais 1 cm do piloto, favorecendo a condução.
Ao virar a chave você recebe um caloroso “bem-vindo” com o logo da Tiger no meio do painel. Daí em diante, basta escolher um dos 6 estilos disponíveis e começar a acelerar. Mesmo mantendo os 95 cv de potência, tem muita coisa nova na mecânica. A 1ª marcha ficou mais curta, o que facilita o deslocamento em meio a carros e manobras, assim como no off road. A entrega de potência ficou melhor, parecendo que a moto sobe de giro menos “presa”.
A fábrica alega que são 200 mudanças na motocicleta, que podem ser notadas especialmente nos acabamentos e na tecnologia embarcada. Ainda no motor, o escape está mais leve, estreito e com um ronco mais grave. As suspensões da versão XCX avaliada seguem sendo as famosas e competentes WP, mas a pinça de freio agora é Brembo, o que melhorou consideravelmente a potência e o “tato” por parte do piloto.No geral a ciclística não foi afetada (ainda bem), pois o modelo goza pelo comportamento equilibrado, mas o motor mais “solto” e as novas tecnologias como as do painel, LED nos faróis e punhos renovados fazem a diferença.
Tiger 1200 XCA
Agora, quando falamos da Tiger 1200 XCA, a conversa muda. Apesar de ter recebido “apenas” 100 modificações, foi nela que sentimos a maior mudança.A moto está realmente na vanguarda de tecnologia e fica até difícil escrever sobre ela sem esquecer de nada. ABS otimizado para curvas, controle de tração, seis modos de pilotagem, escape Arrow, bolha elétrica, faróis full-led e cornering-lights, hill-hold, painel TFT, faróis de neblina, aquecimento de banco e manoplas, punhos retro-iluminados, etc.Sendo a BMW GS 1200 a moto a ser combatida, a Triumph trouxe todas as suas armas de tecnologia e ainda reduziu o peso da moto em 11 kg (versão XCA). Com 141 cv de potência e muito conforto a bordo, pilotar a 1200 XCA é uma sensação prazerosa. Está mais ágil em baixa velocidade, o motor sobe de giro com mais facilidade e o guidão está 2 cm recuado, o que melhorou a postura sobre a máquina.
Acabamos pegando a Explorer com meia luz e é curioso ver o cornerig-lights acendendo conforme a moto vai inclinando para se somar aos excelentes faróis e lâmpadas auxiliares em LED. Olhando as “colegas” pelo retrovisor, nota-se que a motocicleta está “presença” e moderna.Trazidas nas versões XR, XRX (esta inédita), XCX e XCA também vieram para conquistar clientes das marcas japonesas na versão de entrada (muito bem equipada) e disputar com BMW, Ducati e KTM nas versões top de linha.
Além disso, toda a família Tiger tem uma infinidade de acessórios para personalizar a sua motocicleta, sem contar o programa TRX de experiências da marca que leva o cliente para conhecer o mundo sobre duas rodas, além de uma gama completa de passeios, cursos e aluguel de motos. Xeque na BMW!
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