Testamos a nova Honda CRF 250F, irmã da 230F, que entregou um desempenho incrível. Confira nossas impressões de pilotagem do modelo

TEXTO E FOTOS: TRINITY RONZELLA

O mundo do off-road em duas rodas é incrível! A versatilidade de adaptar as motos produzidas para rodar nas ruas, andar no meio do mato, subir barrancos e atravessar atoleiros, por exemplo, é infinita. Lembro-me de que, quando comecei a fazer trilhas, as opções eram “poucas”; não havia nenhum modelo específico à venda nas concessionárias. Por muito tempo, andei de Honda XLX 350R, o que era muito bom – mas tratava-se de uma moto de rua adaptada para a trilha ou competições. Hoje, somados 13 anos de uma supremacia total da inquestionável CRF 230F, eis que surge uma novidade: a 250! Por ser fã da 230, fiquei curioso para saber que diferença fariam 20cc a mais…

PROVA REAL

Em uma olhada rápida, o visual da 250 é muito parecido com o da 230. Mas, quando a vemos de perto, as diferenças saltam aos olhos, a começar do chassi e do motor. Não se trata de uma “230 maquilada”, mas de uma moto pensada e feita do zero – que, segundo o fabricante, veio para ser um novo membro da família, dividindo a vitrine com as 230. Freios a disco (220mm na roda traseira e 240mm na dianteira) se encarregam de conter os ânimos dos pilotos e manter a diversão segura. A suspensão de 230mm Pro-Link, com ajuste na pré-carga da mola, e o garfo telescópico de 240mm na dianteira, em minha opinião, são suficientes para a proposta de curtição da máquina. Absorvem as irregularidades dos terrenos confortavelmente e ainda permitem alguns “voos” que possam surgir em trilhas e canaviais.

O câmbio de cinco velocidades deixou a moto com uma arrancada mais forte e elástica, permitindo um melhor aproveitamento da marcha em uso e deixando a tocada mais tranquila, sem perder a esportividade. O pinhão 13 e a coroa 50 ajudam a mover os 114 kg barranco acima, ou a subir pedras, saltar, enfim… a perfazer qualquer caminho sem maiores esforços. O motor OHC, de 249,5 cm3, tem um funcionamento suave graças aos contrapesos, que reduzem as vibrações, além de ser refrigerado a ar e monocilíndrico.

Durante o teste, notei que a resposta é imediata: torceu o cabo, ela responde, sem aquele “delayzinho”. Está um pouco mais longa (2.108mm) e alta (1.185mm) que a 230 e o tanque, devido ao novo chassi, recebe seis litros de combustível. A altura do assento é de 883mm. O novo chassi, com berço duplo, deixou a moto “mais na mão”, “dominada”, como se diz no linguajar dos motociclistas. E também, muito ágil. Além de esterçar mais, a relação peso/potência está ótima. É uma moto leve de se conduzir, tanto em pé como sentado. Os pneus Pirelli (80/100-21 na dianteira e 100/100-18 na traseira) fizeram um excelente trabalho. O teste foi realizado em período chuvoso e o grip ajudou bastante!

O QUE FALTOU

Em minha opinião, um hodômetro simples ajudaria bastante. A luz da reserva é um auxílio, mas, em trilhas, é difícil ter uma noção da distância que percorremos. Aconteceu comigo: durante o teste, já na volta, a luz da reserva se acendeu e eu não tinha ideia de quantos quilômetros estava rodando. Já havia pilotado por algum tempo e estava esperando a moto “apagar”. Felizmente, isso não aconteceu, e os 1,3 litros que restam quando acende a luz de combustível permitiram que eu chegasse ao posto mais próximo. Não consegui ter uma noção da média de consumo, mas esses 1,3 litros renderam como se fossem 5. Ou seja: ela é econômica!

EM RESUMO…

A Honda CRF 250F agradou bastante! Tem uma pegada esportiva e, ao mesmo tempo, pode ser tranquila, o que a torna ideal para o motociclista iniciante ou mais experiente. A moto está pronta para a diversão, mas aceita os “upgrades” a que os trilheiros recorrem para personalizar o uso. Trata-se de uma evolução natural para quem já possui uma 230: basta pilotá-la para se apaixonar.

Meu sobrinho de 11 anos, Pedro Ronzella, corre de CRF 110f e insistiu em dar uma volta. Foi o bastante para ele não querer mais largar a moto! Também convidei um amigo piloto, Luciano Bordignon, para dirigi-la. Ele possui uma Kawasaki KDX 450cc e queria conhecer a 250, pois está considerando trocar sua motocicleta. Estas foram suas impressões: “Gostei muito! É uma moto excelente para trilhas leves ou mais pesadas. Apreciei bastante o conjunto de suspensões, que são confortáveis e eficazes. O freio a disco é ótimo e esse motor oferece um torque bem legal. A ciclística me impressionou, lembra a das importadas! Precisava dar uma volta para tomar minha decisão. Vou trocar a 450 pela 250”!

Agradeço à Honda do Brasil pelo empréstimo e oportunidade de conhecer a moto. Já estamos no aguardo das próximas novidades!

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