Moto Adventure testou a X-ADV, maxi-scooter da Honda que encara terrenos dentro e fora de estrada
POR: JAN TERWAK
FOTOS: EDGAR KLEIN
Não é novidade que o segmento das scooters é o que mais cresce no mercado de motos. Diante disso, cada vez mais os fabricantes se preocupam em oferecer novidades que preencham todas as lacunas desse setor lucrativo. Dessa vontade de oferecer ao consumidor algo novo surgiu a Honda X-ADV, uma maxi-scooter que topa qualquer parada, seja no asfalto ou na terra.
A primeira impressão da X-ADV foi agradável: ela tem um porte grande e entrega muito estilo, por conta de seu design futurístico e detalhes como: suspensão dianteira invertida com bengalas douradas, protetores de mão, bolha regulável em cinco posições e iluminação Full LED. Pouco se assemelha a uma scooter “comum”, a não ser pela posição de pilotagem. Durante o teste, cruzei com diversas pessoas que me perguntaram quantas cilindradas ela tinha. Quando ouviam a resposta, 745cc, ficaram espantadas. Porém, o gosto pela X-ADV foi unânime.
A motocicleta ainda tem outros itens que chamam a atenção: linhas marcantes, rodas raiadas, um assento espaçoso desenhado em dois níveis, além de “mimos” sofisticados, como o sistema Smart Key, que dispensa o acionamento do motor por contato de chave (basta estar com ela no bolso!), freio de mão, amplo espaço sob o banco com luz espia e tomada de 12V. O painel é completíssimo, 100 % digital e de fácil manuseio, e possui hodômetros total e parcial, indicador de marcha, temperatura do ar, relógio, conta-giros, calendário e consumo de combustível instantâneo e médio, além de indicadores de modo de pilotagem.
MOTORIZAÇÃO
O motor já é conhecido, veio compartilhado da NC 750X. Com 745cc, garante 54,8 cv a 6.250 rpm e torque de 6,93 kgf.m a 4,750 rpm. Um motor OHC, bicilíndrico, arrefecido a liquido. Merece destaque a posição deste motor: ele está alocado no centro, e não na parte traseira da scooter, melhorando assim a distribuição de peso, tornando-a mais fácil de conduzir.Traduzindo: colocando a X-ADV mais “na mão”. É um motor forte, garante potência para velocidades de cruzeiro, tem fôlego para ultrapassagens e vibra muito pouco.
O câmbio tem seis marchas e é um DCT, com dupla embreagem – vale lembrar que este tipo de câmbio fornece maior desempenho. Na X-ADV, estão disponíveis dois modos de pilotagem: o Drive (que troca as marchas de maneira bem progressiva, sem mudanças bruscas de giro do motor) e o Sport (que só faz a troca de marchas quando elevamos um pouco mais o giro do motor, tornando a tocada mais esportiva). Ainda temos a opção de utilizar o câmbio manual, que funciona através de botões no punho esquerdo. Um detalhe bacana deste câmbio é que você pode usar o acionamento de marchas a qualquer hora, até mesmo no modo automático (basta reduzir ou aumentar as marchas).
Sabe aquele momento em que você precisa de mais potência para uma ultrapassagem? Nesse caso, basta reduzir a marcha e acelerar fundo, que a Honda X-ADV responde. Nas frenagens, é possível sentir a atuação do freio motor, auxiliando no trabalho de redução da velocidade. Essa maxi-scooter ainda é equipada com controle de tração em dois níveis e existe a opção de desligá-lo a qualquer momento.
MUITO CONFORTO
A posição de pilotagem é confortável – o assento é muito espaçoso e garante espaço para movimentações, assim como a posição dos pés, que são basicamente duas: flexionada e estendida. A suspensão dianteira é equipada com garfos telescópicos invertidos, com 153 mm de curso e regulagem através de clicks, enquanto a traseira possui sistema Pro-Link, com 150 mm de curso, além de regulagens. Na prática, o conjunto engoliu as diversas imperfeições dos terrenos – rodamos com ela na cidade, em estradas, na terra, estradas de paralelepípedos e muito mais. Devido ao seu calibramento e possibilidades de regulagem, é possível extrair ótimo desempenho.
Na frente, ela tem roda de 17”, enquanto que atrás são de 15”, raiadas, que garantem mais robustez para encarar o off-road e de forma que seus raios ficam para fora, mantendo a colocação de um pneu radial de uso misto. O freio dianteiro é duplo, com 296 mm na dianteira e simples, atrás, com 240 mm. O conjunto tem ABS, que não pode ser desligado, nem mesmo no off-road. Porém, o sistema faz muito bem o seu trabalho na hora de reduzir a velocidade. Tem uma pegada forte, mas, ao mesmo tempo, eficaz e fácil de ser modulada.
SCOOTER NO OFF-ROAD?
Sim! Colocamos a Honda X-ADV na terra e o resultado foi surpreendente! Para rodar neste tipo de terreno, resolvi baixar um pouco a calibragem dos pneus, a fim de maximizar a tração e o contato com o solo. O câmbio automático foi desligado, para um melhor aproveitamento do motor em situações que exigissem um giro mais elevado, e o controle de tração foi desativado (se fosse possível, eu também desligaria o ABS).
O bacana da X-ADV é que ela te leva onde você quiser: encara cidades, estradas, rodovias e, quanto acaba o asfalto, mantém um bom desempenho. Deve-se levar em conta que estamos falando de uma maxi-scooter e, por isso mesmo, impressiona sua capacidade para o off-road. A Honda X-ADV trabalha em sintonia, desde o aproveitamento da tração, absorção de impactos, ciclística para transpor pequenos obstáculos e muito mais. Basta nos lembrarmos de que estamos pilotando uma scooter e curtir o rolê!
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