Utilizamos a nova Kawasaki Versys 1000 para explorar os arredores do sul de Minas Gerais. Foram 750 km de aventuras!
POR: JAN TERWAK
FOTOS: CARLA GOMES
Encaramos 750 km em uma viagem que passou por diversas cidades do Sul de Minas Gerais, muito bem acompanhados pela Kawasaki Versys 1000 GT. Já tínhamos o destino: Pouso Alegre (MG). Assim que o percurso foi traçado, também descobrimos por qual caminho chegar – só faltava, agora, definir a companheira que iria conosco para a estrada. Para esta trip, utilizamos a Kawasaki Versys 1000 GT. Se estávamos bem acompanhados? Acredito que não preciso nem responder!
A manhã fria nos convidava ir estrada adentro. Saímos de casa por volta das 06h, para, assim, aproveitarmos bastante o dia. Nossa primeira intenção era chegar a Bueno Brandão, conhecer algumas cachoeiras e seguir para Pouso Alegre. O caminho escolhido passou pela Ayrton Senna. Em seguida, entramos na Fernão Dias, rodovia muito conhecida de quem vai até Minas Gerais. Em certo momento, o GPS pediu para sairmos da Fernão Dias e entrarmos em uma estrada vicinal (aliás, muito bonita, cheia de curvas e com vistas deslumbrantes) e acabamos parando em Pedra Bela. Para ser sincero, perdemos uma entrada anterior e ficamos sem saber para onde ir. E, no mesmo momento, nosso GPS parou de funcionar, restando apenas uma solução: perguntar por referências.
PARTICULARIDADES
Pedra Bela é uma cidade do Estado de São Paulo, porém, o que chamou atenção foi o sotaque das pessoas de lá. Parecia que estávamos no interior de Minas Gerais, tal o jeito diferenciado de falar dos moradores. Após uma pequena prosa com os residentes, ficou explicado o caminho que devíamos seguir. Entretanto, nos foi recomendado subir até o Mirante da Pedra Bela e contemplar a natureza do ponto mais alto da região. Lá de cima o visual é lindo – mas, para subir, é necessário encarar uma subida de cerca de 300 degraus (nada impossível). O engraçado é que, ao longo da saga, há diversas placas motivacionais que literalmente nos empurram para o alto. Em Pedra Bela existe a maior tirolesa da América Latina: são mais de 2 km de descida! Quem se habilita?
Sem coragem de encarar a tirolesa, mas com disposição de sobra para a estrada, retornamos ao nosso traçado. Para chegar até Bueno Brandão (MG) havia basicamente dois caminhos: o mais longo, pelo asfalto, e o mais curto, por terra. Aproveitamos a deixa e colocamos a Kawasaki Versys 1000 GT no off-road. Trata-se de uma moto projetada para o asfalto. Ainda assim, a máquina encarou a estrada de terra batida com maestria, numa boa. Só para contextualizar, encaramos a viagem com piloto e garupa e com a moto completamente carregada. Independentemente dessa situação, a Versys tem ajuste de suspensão eletrônico, o que garantiu extremo conforto na viagem. O plano era chegar ao centro de Bueno Brandão, município conhecido como “Cidade das Cachoeiras”, e só então procurar a localização das cachoeiras, porém, para nossa surpresa, o caminho que estávamos fazendo já era próximo às cachoeiras que gostaríamos de visitar.
CACHOEIRAS
A primeira cachoeira a ser visitada era a de Santa Rita, mas o caminho só indicava a cachoeira do Luís (não sabíamos, então, que ambas eram muito próximas). Pegamos a bifurcação para a direita e em seguida nos informamos com um trabalhador do campo. A resposta dele foi mais ou menos esta: “Hum, Cachoeira da Santa Rita? Vocês podem voltar e pegar a bifurcação à direita (era o caminho mais curto); ou então, vão reto. Podem ir reto, com essa motona, em cerca de 15 minutos, vocês estarão lá”. Rodamos durante 40 minutos e nada! Até que nos deparamos com outros dois trabalhadores, que nos indicaram continuar pelo mesmo caminho. Nosso destino estava próximo!
A cachoeira de Santa Rita é linda e deslumbrante. Paga-se uma taxa de R$ 5,00 de visitação e conservação, mas vale a pena! Eram 10h e o frio diminuíra, mas não o bastante para tomarmos banho de cachoeira – colocar o pé na água era como pisar em um balde de gelo! Missão abortada. Voltamos para a motocicleta e pegamos a estrada de volta, pois, pelo caminho, ainda havia diversas cachoeiras a explorar! Foi aí que percebemos que, lá atrás, o melhor caminho para as cachoeiras era ter virado à esquerda, e não à direita. Mesmo assim, percorremos um trajeto incrível.
Ali por perto havia a cachoeira do Luís, da Cascavel, do Davi, Felix e do Mergulho. Passamos por algumas, mas a da Cascavel é digna de um relato pormenorizado. Sabíamos que estávamos perto por conta de uma placa indicativa, mas não haviam mais referências. Resolvemos perguntar para os locais e, se em Pedra Bela as pessoas já tinham um sotaque carregado, imagine em Bueno Brandão! Todos nos indicavam uma proximidade quilométrica com a cachoeira. Mesmo com a ajuda dos moradores, não localizávamos o ponto. Até que encontramos um rapaz passeando a cavalo, que fez questão de nos levar até o ponto de entrada da trilha que leva à cachoeira.
BUENO BRANDÃO
A cidade de Bueno Brandão (MG) fica na Serra da Mantiqueira e tem, por vegetação característica, a Mata Atlântica. Desde que saímos de Pedra Bela e passamos por Munhoz, não havia mais asfalto. Já passava das 15h30 e a fome começou a apertar. Sentimos que a missão em Bueno Brandão estava mais do que concluída e era hora de seguir sentido Pouso Alegre. “Verdes de fome” é uma boa definição de como nos sentíamos.
Retomamos ao asfalto e logo vimos uma placa indicativa de restaurante “à vontade”: o “Bistekão”, que fica na cidade de Inconfidentes. Assim que estacionamos, o dono do restaurante nos convidou a provarmos um prato genuinamente mineiro. Que comida deliciosa – e preparada no fogão à lenha, como manda a tradição! Arroz, feijão, bisteca, macarrão e muito mais. O valor? R$ 11,90. Levamos um dedo de prosa com o Luís, dono do estabelecimento, e ficou acordado que, se um dia voltássemos a Inconfidentes, já tínhamos onde comer.
Retomamos o rumo da viagem e chegamos junto com o pôr do sol em Pouso Alegre. Aproveitamos a noite para sair e ir até um barzinho típico da cidade. O segundo dia estava programado para mais turismo em meio à natureza. Dessa vez, nos juntamos a outros dois amigos que nos acompanharam em parte do segundo dia. A intenção era chegar a São Bento do Sapucaí, onde fica a Pedra do Baú, e almoçar no restaurante Pedra do Baú. Passamos por Santa Rita do Sapucaí, Cachoeira de Minas, Paraisópolis, até chegarmos a São Bento do Sapucaí. O dia estava mais quente e o sol fez questão de nos acompanhar o tempo todo, possibilitando entrar em diversas cachoeiras, como a do Poção e a do Tobogã. O Restaurante Pedra do Baú também é muito bom! O valor é R$ 34,90 por pessoa, mas a qualidade e a quantidade de opções do buffet impressionam (fora a vista do pôr do sol, que é de tirar o fôlego). Hora de voltarmos para a estrada e apontarmos para o local de partida: Mogi das Cruzes (SP).
A MOTO
A Kawasaki Versys 1000 GT impressionou pelo conforto, economia de combustível, performance e desempenho no fora de estrada. Em momentos de frio, as manoplas aquecidas fizeram a diferença, e os ajustes de suspensão e eletrônica me permitiram ajustar a moto ao meu gosto. Resumo da viagem: 750 km rodados, mais de dez pontos turísticos visitados, gastronomia sem igual e um sorriso no rosto. Até a próxima!
CONFIRA A GALERIA DE FOTOS: