Este mês, o tema abordado pelo casal Teodoro e Maura é a garupa da motocicleta
TEXTO: TEODORO VIEIRA
IMAGENS: MAURA DE ANDRADE
Como referência aos tempos da carroça e cavalos, a garupa é reservada ao passageiro da motocicleta que acompanha os movimentos do condutor de forma ativa a cada saída, frenagem e curvas de maneira relaxada. Quanto menos tensa estiver a sua postura durante o percurso, mais prazerosa será a viagem. Mãos firmes ou na cintura do piloto – para perceber os movimentos que indicam as mudanças de direção – ou na alça de apoio, joelhos próximos à motocicleta, pés sempre sobre a sua pedaleira e olhos atentos à sua volta, o garupa domina o seu espaço sobre a moto. Para desfrutar ao máximo o trajeto e a liberdade em duas rodas, é importante que o garupa não limite os movimentos do piloto apoiando as mãos ou os braços sobre seus ombros ou fechando demais os joelhos, pressionando suas pernas.
Quando não está sozinho, o comportamento do piloto sobre a moto se modifica sutilmente para se adaptar à companhia do garupa, seja este experiente ou não. A importância de se garantir uma sinergia mínima entre os dois é crucial em momentos de decisão ou em movimentos bruscos devido à ações urgentes. Na ausência do intercomunicador de capacete, vale a pena estabelecer alguns gestos de comunicação durante o trajeto, evitando conversas paralelas para não distrair a atenção do piloto, que tentará virar a cabeça para entender.
Outro aspecto relevante é quanto aos equipamentos e acessórios de ambos na motocicleta. Toda a indumentária do piloto pode ser destinada ao seu garupa: jaqueta e calça de gore-tex, cordura ou couro com proteção em kevlar, luvas com proteção, botas e, obviamente, o capacete.
“CAUSOS”
O desafio era rodar, ao todo, 7 mil quilômetros em duas semanas com destino a Fortaleza, no Ceará, saindo de São Paulo, passando por Teófilo Otoni, em Minas Gerais, Feira de Santana, na Bahia, e voltando pelo Cariri no Sertão do Ceará, visitando amigos na interessante Crato. Durante a volta, uma passagem por Brasília. Parecia um plano bem arrojado – e era, mesmo. Ainda assim, a minha inseparável garupa e companheira de diversas viagens sempre esteve presente para registrar cada momento, mesmo nas breves paradas, todo pôr-do-sol e até os momentos mais difíceis, como nas tempestades.
Para aproveitar uma longa viagem como essa, deve-se proporcionar ao garupa o máximo de conforto, começando pelo equipamento adequado ao seu tamanho e à temperatura que enfrentará, evitando que carregue consigo qualquer bagagem, pois o peso mínimo vai se tornando insuportavelmente incômodo, e respeitando todas as suas necessidades: seja uma simples parada para esticar, arrumar o cabelo dentro do capacete ou se hidratar. Infelizmente, quando temos uma agenda apertada, as paradas exclusivas para fotografar nem sempre são possíveis.
Dois outros aspectos importantes associados ao conforto são a indispensável almofada pneumática – que supera infinitamente a almofada em gel – e espaço suficiente para a bagagem dessa ilustre garupa no alforge lateral. Garupa feliz, piloto feliz!
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