Moto Adventure testou a Indian Roadmaster em diversas situações: pista seca, molhada, com chuva, com garupa, na serra, etc. Todos os detalhes dessa experiência com a máquina você confere nesta reportagem

TEXTO E FOTOS: TRINITY RONZELLA

A Indian chegou ao Brasil em outubro de 2015, com a missão de se apropriar de parte do mercado das motos custom, dominado pelas H-Ds, até então praticamente sem concorrência por aqui. Com um line-up que começava nas 1.131 cc e seis modelos para escolher, a marca chamou a atenção pela beleza e acabamento de suas motos. Pouca gente havia andado com as Indian por aqui e havia muita curiosidade a respeito.

Hoje, depois de completar dois anos no Brasil, o cenário é promissor! Chegaram novos modelos, que foram apresentados no Salão Duas Rodas, além da tão esperada linha Dark Horse e a Scout Bobber, sinalizando que a marca nem pensa em abandonar o Brasil. Quem experimenta um modelo da fabricante norte-americana não tem como falar mal! Mesmo os mais fanáticos por outra marca dão o braço a torcer.

A top de linha da Indian no Brasil é a Roadmaster, que vem na cor Thunder Black, e o modelo 2018 já traz melhorias. É uma moto Touring que impressiona pela grandiosidade de seus números, tamanho, acabamento, beleza e facilidade na condução. O sucesso alcançado durante o Salão, no em novembro passado, foi incrível! Estivemos presentes nessa edição e ficamos impressionados com o encantamento de motociclistas de todos os estilos por essa máquina!

Uma nave

Vamos começar pelas capacidades dessa moto. São 142 litros de armazenamento, distribuídos em três baús na parte traseira (com iluminação no maior e duas entradas 12 V) e dois porta-luvas para até 2 kg (muito eficientes, por sinal) na parte dianteira. No tanque de combustível cabem 20,8 litros de gasolina que, bem aproveitados, superam tranquilamente os 350 km de autonomia. A moto pode ser muito econômica e chegou a fazer 20,7 km/l em uma das parciais nos roteiros de São Paulo a Belo Horizonte, pela Rodovia Fernão Dias e São Paulo ao Rio de Janeiro, pela Rodovia Presidente Dutra.

Outro ponto importante para uma Touring é a iluminação. A Roadmaster conta com faróis dianteiros em LED e farol de neblina, que, juntos, proporcionam iluminação segura e eficiente. O detalhe fica para o logo “War Bonnet” iluminado no para-lama dianteiro e a luz dentro do bagageiro traseiro, que ajuda muito! Quem foi visitá-la no Salão ficou surpreso com tanto detalhe e o fino acabamento.

A lista de equipamentos de série é grande: ABS, chassi em alumínio com caixa de ar integrada, cruise control, partida sem chave, para-brisa elétrico “Horizon”, assentos em couro premium, alforjes e bagageiro traseiro rígidos com abertura e trava por controle remoto, monitoramento de pressão dos pneus, som de 200 W estéreo com AM/FM, Bluetooth e entrada compatível com smartphone, assentos do condutor e passageiro com aquecimento, manoplas com aquecimento, pedaleira do passageiro ajustável e Sistema Ride Command.

O Ride Comand é um capítulo à parte. Além de iniciar rapidamente, pode ser manuseado com luvas e as telas podem ser trocadas sem tirar a mão do guidão, apenas com o indicador da mão esquerda. O equipamento conta com tela de 7″ touchscreen, incluindo relógio, temperatura do ar, exibição de informações de áudio, indicador de código de problema na motocicleta, status do veículo (pressão dos pneus, voltagem, horas do motor, indicador de troca de óleo), Dual Trip Meters (intervalo de combustível, quilômetros, economia de combustível média, tempo de economia de combustível, velocidade média), dados do trajeto percorrido (posição, tempo do trajeto, tempo de descanso, altitude, alteração na altitude), conectividade Bluetooth para telefone e fone de ouvido e sistema em português (PT/BR). A tela pode ser dividida em duas e o piloto escolhe quais informações quer deixar à vista, podendo ser alterada facilmente e permitindo várias combinações de tela.

Em movimento

Antes de sair é importante dar uma boa olhada nos comandos dos dois punhos devido à quantidade de botões e funções. Com uma nova configuração para o modelo 2018, os comandos ficaram mais próximos das mãos e mais fáceis de manusear, mas vale a pena se familiarizar antes de pilotar. Não podemos dizer que essa é uma moto leve, pois ela pesa mais de 400 kg. Mas, quando ligamos o motor Thunder Stroke 111, engatamos a primeira  das seis marchas e soltamos a embreagem (multi-disco banhada a óleo), tudo muda! A moto é grande e espaçosa, o que não agrada no trânsito urbano caótico brasileiro, porém, ela é uma Touring, e o lugar dela é na estrada, onde tudo muda!

Na estrada, pode-se dizer que a Roadmaster é uma moto “leve” e de fácil condução. O assento a 673 mm do piso dá segurança para apoiar os dois pés no chão tranquilamente. E o conjunto de suspensão (dianteira telescópica de 119 mm com mola dupla e traseira com mono amortecedor de 114 mm com ajuste pneumático) deixaram a moto muito confortável e segura nas curvas. As rodas de alumínio aro 16” e os pneus 180/60 na traseira e 130/90 na dianteira completam o conjunto.

Na hora de parar tudo isso, na frente temos disco duplo flutuante de 300 mm, pinça dupla de quatro pistões com ABS. Na traseira atua disco simples flutuante de 300 mm também, com ABS e pinça de dois pistões. O motor esbanja potência, dando segurança em ultrapassagens e retomadas. Não é uma moto para correr, mas, se precisar, ela anda forte!

Cara do índio

Os “mimos” são a cereja do bolo! Os bancos e manoplas aquecidos, no Brasil, seriam dispensáveis, mas o som estéreo de 200 Watts tocando a sua trilha sonora preferida, é fantástico! Um detalhe que vale ressaltar é o para-brisa elétrico que, totalmente erguido e somado às carenagens da moto, livram totalmente o piloto do vento. Além disso, nas carenagens inferiores existem entradas de ar que podem ser abertas e fechadas facilmente.

Outro diferencial é a tampa do motor, que vem de série com a “cara do índio”, símbolo da marca, e a data de nascimento: 1901! A garupa é outro ponto que, devido à qualidade e ao bom gosto do banco e encosto, somados ao conjunto de suspensão e aos “mimos”, torna a viagem tão prazerosa quanto para quem está pilotando.

Rodamos mais de 3.000 km com essa moto em várias situações. Estrada, cidade, com garupa, na chuva, em serra, enfim, em todo tipo de situação que uma viagem pode proporcionar, e ficamos muito satisfeitos! A moto realmente é incrível e não dá vontade de parar de andar. Em determinado trecho, percorremos 340 km ininterruptos e, quando paramos, a impressão é que tínhamos rodado 100 km!

Um porém…

Para não dizer que é perfeita, um detalhe que chamou a atenção nessa moto foi o calor nas pernas quando rodamos dentro da cidade. Mas ela foi feita para a estrada e o trânsito dos grandes centros não perdoa, já era esperado, pois um motor desse tamanho em baixa velocidade esquenta mesmo. Com a chegada dessa nova linha, a Indian Motorcycle deixou claro que veio para ficar e vai continuar conquistando seu espaço no mercado brasileiro. Felizes são os consumidores por ter uma opção de respeito para escolher.

É chegar na concessionária e experimentar para se apaixonar!