Jeri Adventure Ride une as sensações de um rali com as paisagens deslumbrantes das dunas de Jericoacoara, no Ceará. Acompanhe o relato da equipe Outubro Rosa

Texto e fotos: Rosa Freitag

Jeri Adventure Ride

Que tal vivenciar sensações de um rali pilotando uma KTM 350 EXC-F nas dunas de Jericoacoara, no Ceará? Os pilotos Jorge “Joca” Mattar e Nielsen Bueno criaram o Jeri Adventure Ride para oferecer essa experiência em um pacote de três dias de pilotagem guiada, com traslado de ida e volta a Fortaleza, acomodação por quatro noites, refeições, equipamentos e seguro viagem. A primeira temporada do JAR se iniciou em junho e vai até dezembro – nos outros meses as dunas ficam impróprias para andar de moto.

Participamos do grupo “Outubro Rosa”, somente de mulheres apaixonadas por off-road, com níveis de pilotagem e experiência variados. Segue uma breve descrição das participantes: Rosa Freitag (48), alguma experiência em trilhas, enduro e off road de big trail; Janaína Souza (29), multicampeã brasileira de Enduro e revelação do ano no Rally dos Sertões; Lucianna “Tripaseca” Timm (40) e Aline Gorgulho (32), trilheiras experientes e sempre presentes no pódio da Copa EFX de enduro; Kelly Lanzoni (41) e Karla Marques (35), trilheiras ocasionais, mas experientes; Priscila Schott (36), novata nas trilhas, e Diankarla Damasceno, a “Vovó Cross” (55), experiente em estradas de terra e sempre presente em competições off road.

Passo a passo

Na segunda-feira à tarde, uma van nos levou do aeroporto de Fortaleza até a Pousada Lótus, na Praia do Preá, em Cruz, a 10 km de Jeri. São quatro horas de viagem por asfalto, mas lá as vias são todas de areia. Fomos acomodados nos bangalôs e corremos para ver as KTMs no fundo da propriedade. Para rebaixar algumas motos, o mecânico Vinicius, de Curvelo, subiu a bengala e colocou um pneu traseiro mais estreito. O Joca explicou a técnica para andar nos areiões e dunas e os recursos das motos, todas com amortecedor de direção, e cada motociclista pegou seus equipamentos, separados em caixas individuais: capacete, óculos, tubo de pescoço, colete, cinta abdominal, cotoveleira, joelheira, calça, camisa, luvas, meias e botas.

A moto número 4 tinha o nome dessa que vos escreve (Rosa Freitag). Sentei e consegui apoiar o pé direito na pedaleira, subir o apoio lateral e equilibrá-la com a ponta do pé esquerdo, deslocando o quadril.

Na terça, iniciamos o passeio sentido leste, além dos limites do Parque Nacional de Jericoacoara. Após vários quilômetros pela praia surgiram as dunas. No começo é difícil acertar a aceleração, que deve ser sempre forte, para a frente não afundar. Quando isso acontece, não é fácil desatolar, mas o guia Brumel, recém-chegado de São Paulo, estava lá para ajudar. É importante seguir o guia, pois a duna pode terminar em precipício e é complicado de perceber isso com a visão ofuscada pela superfície enevoada da areia com o reflexo do sol.

Entramos no cerrado, percorremos trilhas, estradinhas e vilarejos, paramos para fotos na Lagoa Azul e depois muita adrenalina em um trecho de velocidade, por marcas de trilhos em uma superfície plana e arenosa, parando apenas para saborear cajus do pomar à beira da estrada.

 

Momentos únicos

É incrível a sensação ao engatar a sexta marcha e acelerar até a moto flanar na areia! Freio dianteiro, nem pensar. Para parar, basta reduzir as marchas e, se necessário, usar o freio traseiro. Chegamos à Lagoa do Paraíso, no “The Alchymist Beach Club”, onde almoçamos e relaxamos nas redes dentro da água salobra. A saída foi desafiadora, pois o trânsito de veículos com turistas não permitia acelerar até a motocicleta deslizar na areia, como uma “faca na manteiga”. Depois, em trechos típicos de rally, pudemos sentir a potência das motos e curtir o visual em mais 15 km de praias desertas até o retorno à base. Fomos jantar em Jeri de caminhonete estilo “pau de arara” (uma estrutura com bancos na caçamba), que acomodou todo o grupo.

No segundo dia de pilotagem as motos foram rebocadas por 200 km, sentido oeste, até Camocim. Rodamos por praias desertas até Guriú, onde atravessamos um canal de balsa para brincar nas dunas de Tatajuba, em um ambiente desértico, com visual lunar. Pausa para o almoço escorando as motos em guarda-sóis de sapé na praia de Maceió. Depois passamos por minicânions e por dentro de um coqueiral, além de surfarmos nas maiores dunas da região, rodeadas por um parque de energia eólica. Aceleramos forte na praia e voltamos de van até a pousada. À noite fomos curtir um reggae em Jeri.

No dia sem moto, relaxamos na lagoa e curtimos o pôr do sol e a lua cheia na Pedra Furada. No terceiro dia de pilotagem, saímos pela praia de Jeri, na areia mais dura, onde o GPS marcou 148 km/h, e passamos pelas margens de grandes lagoas até o Lago Grande em Tatajuba.

Descemos o toboágua, almoçamos e fizemos mais uma sessão de surfe nas dunas, seguindo até um vilarejo para atravessar de balsa até a praia, onde a maré cheia nos brindou com travessias de trechos alagados. O sol se pôs, e entre Jeri e Preá voltamos no escuro, acelerando cegamente pelos areiões até chegarmos extasiadas na pousada e darmos adeus às laranjas austríacas. No sábado, curtimos a praia de manhã e voltamos a Fortaleza. Já reservamos a data para o ano que vem!

Mais informações: (11) 99612-1331

contato@jeriadvride.com

https://www.facebook.com/jeriadventureride

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