O modelo Mateus Verdelho, apaixonado por motocicletas desde seus 12 anos, viaja à Chapada dos Veadeiros, em Goiás, na companhia do pai e a bordo de uma Ducati Enduro
Texto: Guilherme Derrico
Fotos: Mateus Verdelho
Chapada dos Veadeiros (GO)
O modelo Mateus Verdelho, de 33 anos, anda de moto desde seus 12 anos. Além da carreira no mundo fashion, ele é empresário, músico, atleta, “digital influencer” e embaixador da Urban e da Ducati Brasil, duas importantes marcas no segmento sobre duas rodas. “Tenho muitos amigos que fazem os rolês de moto comigo e agora tenho também a oportunidade de andar junto com meu pai, José Luiz, que sempre me apoia em tudo que eu faço”, diz Mateus.
A viagem
Este ano, Mateus resolveu fazer uma viagem de aventura para a Chapada dos Veadeiros, em Goiás. “Nessa saga, fomos eu, meu pai, que é carinhosamente conhecido como Zé Bichão, e os amigos Dav Pimentel, Jonas Rossi e Nivaldo Junior. A ideia foi de Dav e do Junior, e logo todo mundo adorou. Então decidimos: vamos nessa! A intenção era fazer uma viagem totalmente de aventura, com tudo a que tínhamos direito. Enfrentar os perrengues, acampar, dormir em barracas, fogueiras, algo bem descontraído e engraçado. Foi minha primeira viagem longa, eu só havia feito percursos de no máximo 500 quilômetros e nunca tinha usado nenhum tipo de equipamento profissional. O que era para ser uma simples viagem de aventura se tornou uma história inesquecível”, conta.
Nessa empreitada, Mateus pilotou uma Ducati Enduro. “Meu pai e o Dav foram de Ducati MultiStrada, enquanto Jonas e Junior pilotaram uma BMW F 800 GS. Eu nunca tinha andando numa MultiStrada tão grande e pesada. Confesso que, no inicio, estranhei um pouco, e pensei: mas que isso é uma nave, garanto que é! O Junior, por ser o mais ‘nerd’ da turma, pesquisou sobre o roteiro e sabia tudo o que precisaríamos levar, onde iríamos nadar, etc. Eu, Dav, Jonas e meu pai não estávamos muito preocupados com isso, a gente só queria saber de sentir o vento no rosto e dar risada. Porém, as dicas do meu parceiro Junior foram essenciais. Para dormir, levei uma barraca para dividir com meu pai, e os amigos levaram uma ‘bebida’, ou seja, estávamos preparados para o que der e vier”.
Planejamento
Mateus conta um pouco sobre como foi o planejamento da viagem. “Nossa ideia era sair numa quinta-feira cedo e voltar somente na segunda à noite. Eu queria rodar 1.300 quilômetros num só dia, porém, logo no início do percurso, estourou o pneu da moto de um dos meus amigos, então, já começamos a aventura em grande estilo e, lógico que isso nos atrasou. Saímos na mesma quinta, entretanto, por volta das 13h, e o plano era rodar até onde o corpo aguentasse. Nossa primeira parada foi a uns 300 quilômetros de São Paulo. Alguns reclamavam de dor, por incrível que pareça, os mais novos. Meu pai estava firme e forte, então a gente tinha que se espelhar nele e continuar. Rodamos mais 300 quilômetros e paramos em Uberaba (MG). Lembro que uma hora quase ficamos sem gasolina, e não achávamos nenhum posto. Uma dica é nunca ignorar um posto, sempre que possível, encha o tanque.
Continuamos mais um pouco e chegamos a Rio Quente por volta das 22h. Estávamos felizes e famintos, então a ideia era acampar no camping na beira do rio, mas chegamos e fomos direto comer alguma coisa. Quando voltamos, o camping estava fechado. Outro alerta para quem for acampar: chegue antes da 22h, pois o local fecha nesse horário. A partir disso, tivemos que achar um hotel”.
Mateus prossegue com sua aventura, dessa vez, com detalhes do dia seguinte. “No outro dia não acordamos tão cedo. Tomamos café e partimos. Estava muito quente e o visual do cerrado era sensacional. Tocamos direto de Rio Quente até Alto Paraíso, e chegamos ao final da tarde, quase noite, com uma alegria imensa e sensação de dever cumprido. Jantamos em uma pizzaria muito boa de uma italiana que mora na região, depois fomos direto ao camping Catavento, um ótimo lugar para acampar. Montamos nossas barracas, fizemos uma fogueira, meu pai acendeu o clássico charuto dele, tomamos uma pinguinha para descontrair e jogamos truco regado a muita risada, como sempre”, relata.
Descanso merecido
“Descansamos bem, acordamos e iniciamos a nossa aventura dentro da Chapada, quando decidimos ir para Macaquinhos, lugar longe, com 80 quilômetros de asfalto mais 40 de terra. Dica: lá, todos os passeios têm indicações das distâncias dos trechos e dificuldades. Essa parte foi complicada, muita terra fofa, brita, buracos, meu pai ainda caiu algumas vezes e eu fiquei preocupado, pois, além de ele não ter o costume de pilotar essas motos, estávamos com pneu de estrada. E aí vai outro conselho: nunca pegue terra com pneu liso, isso evita futuros problemas.
Chegando lá, paramos as motos e andamos mais uns 4 quilômetros na trilha a pé, e depois mergulhamos nas águas cristalinas, renovando nossas energias. Voltamos no final de tarde para Alto Paraíso. Na manhã seguinte fomos para Cavalcante, local que possui várias cachoeiras e trilhas, por isso, é obrigatória a presença de um guia local”.
Voltando à realidade
O aventureiro Mateus descreve como foram os preparativos para a volta a São Paulo. “No último dia era hora de voltar para casa. Nos programamos para fazer a viagem em uma tocada só, sem paradas em hotéis, mas como estávamos em uma aventura e, como de costume, as coisas nunca saem como o planejado, tivemos diversas turbulências, como fortes rajadas de vento. Depois disso, continuamos e, quase chegando a Uberlândia outro susto: ainda com rajadas de vento, um trecho mal sinalizado fez meu pai cair na estrada. Só ouvi ele gritando pelo rádio, e graças aos equipamentos utilizados, não aconteceu nada de mais grave. Mesmo assim, tivemos que guinchar a motocicleta. Levei meu pai na garupa ate Ribeirão Preto (cidade onde nasci, e local que meu pai vive até hoje) e, na sequência, eu e o Dav continuamos até São Paulo. Chegamos destruídos de cansaço. Estava tudo tranquilo, mas acho que o susto com meu pai nos deixou muito tensos”.
Para Mateus, o resumo da viagem: um lugar sensacional, paradisíaco. “A oportunidade de fazer uma viagem de moto com amigos e familiares não tem preço. Essa parceria vivendo coisas simples desse mundão, saber que você não precisa de muito para ser feliz, entender que o legal da vida são as pequenas coisas, como um simples mergulho em uma cachoeira ou pegar um limão do próprio pé fazem a gente refletir sobre a própria existência. Queria agradecer os parceiros que nos ajudaram, meus amigos que foram comigo e, em especial, meu pai, por sempre estar ao meu lado e de bem com vida. Te amo meu velho!”, finaliza Mateus.
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