Uma Honda XRE 300 2017 e uma imensa vontade de viajar a bordo da máquina. O destino: Santa Catarina e, em seguida, Rio de Janeiro. Esse é o mote da próxima aventura contada por Moto Adventure. Confira!
Por: Guilherme Derrico e Heslan Campos da Silva
Fotos: Heslan Campos da Silva
Rio de Janeiro e Santa Catarina
O aventureiro Heslan Campos da Silva, de 26 anos, eletricista, preparou sua Honda XRE 300 2017, a qual apelidou de “Bicuda”, e fez planos para viajar com a motocicleta. Acompanhe, nas palavras do próprio viajante, como foi a saga.
No começo do ano fui me programando para viajar nas férias mês de novembro/dezembro. A rota, saindo de São José do Rio Pardo (SP) iria para região sul do país, serra catarinense e algumas cidades no Rio Grande do Sul, como Canela, Gramado, entre outras, e depois uma passada rápida em Paraty (RJ). Na véspera da viagem, a moto já estava preparada e ansiedade tomava conta do meu corpo e meus atos.
Acordei de madrugada, me arrumei, e parti para a missão de rodar mais de 900 quilômetros até Palhoça (SC). Peguei uma chuva forte logo de cara na rodovia Mogi Mirim/Campinas. Porém, senti que a viagem começou de fato quando entrei no Rastro da Serpente SP250, de Capão Bonito (SP) a Curitiba (PR). Curvas que não acabavam mais e estrada ainda em reforma. Parei para almoçar em Curitiba e segui viagem.
Dormindo com a moto
Cheguei a Palhoça (SC) já escurecendo, e resolvi dormir por lá. Foi um dos piores dias da viajem, pois passei muito mal à noite. No dia seguinte, fui para Urubici (SC), uma cidade maravilhosa. Lá, conheci muitos pontos turísticos, e a Serra do Rio do Rastro e a Serra do Corvo Branco não poderiam faltar no tour. Fiquei 2 dias na cidade e me acomodei numa pensão bem legal, onde a moto pode dormir com você dentro do quarto (local conhecido como moto garagem). Após conhecer as belezas de Urubici (SC), parti para o Rio Grande do Sul.
O destino era Canela (RS), mas desviei o foco e fui até Cambará do Sul conferir os famosos cânions. Peguei uma estrada que liga São José dos Ausentes a Cambará. O GPS marcava 50 quilômetros de estrada de terra. O nevoeiro e o frio tomavam conta da situação, foi quando levei minha primeira queda. Meu pé ficou enroscado debaixo da moto e, naquela hora, me vi sozinho no meio do nada. A solidão me trouxe uma sensação de liberdade tremenda, foi legal saber que ali é só você, Deus e sua motocicleta. Consegui levantar a bicuda (apelido dado à máquina) e segui para Cambará.
Casos do acaso
Ao chegar nesse destino, considero uma viagem perdida, pois chovia muito e o nevoeiro prejudicava muito a visão, quase não dava para enxergar (inclusive uma grande cratera aberta no chão ficou difícil de notar). No mesmo dia, cheguei à Canela (RS) e fiquei durante 2 dias andando entre as cidades de Canela e Gramado, que são lindas e apaixonantes. Após essa saga, continuei a viagem. Teimoso, queria ver o Cânion Fortaleza de qualquer jeito, porém, novamente a chuva em Cambará do Sul e em Praia Grande (SC) atrapalhou a missão.
Decidi, então, ir para Morretes (PR). No dia seguinte, parti para a tão falada Estrada da Graciosa, a PR410. Ela é linda mesmo! A passagem foi incrível, valeu à pena! Depois de passar pela Graciosa, minha meta era chegar a Paraty (RJ). Nesse mesmo dia, tinha quase 700 quilômetros programados para rodar. Parei em São Paulo para trocar óleo e segui. Faltando pouco mais de 100 quilômetros para chegar, peguei uma chuva forte, muito pesada. Devido a isso, a viagem não rendia, havia muitos radares na estrada Rio/Santos o farol da motocicleta apagou do nada. Não queria ligar de jeito nenhum, parei no acostamento e pensei: “Meu Deus, como vou chegar lá?”.
A chuva não dava trégua. Depois de várias tentativas, a luz da bicuda voltou, e consegui chegar a Paraty. Lá, conheci o centro histórico e a Praia de Trindade, muito linda por sinal! Encontramos um rapaz em um Fusca muito legal, diferente, o qual está rodando o Brasil com seu carro. Depois de ficar 2 dias na cidade carioca, preparei a volta para casa. Não podia deixar de fazer a Estrada Real, rodovia que liga Paraty (RJ) a Cunha (SP). Uma passagem encantadora, que também valeu muito à pena. Decidi entrar em São Paulo pelo Sul de Minas, passando por Poços de Caldas (MG) e, enfim, a viagem chegou ao fim, computando 3.850 quilômetros rodados, com um gasto de R$ 680 de combustível.
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