Moto Adventure testou a BMW R 1200 GS e conclui: a moto, com toda a tecnologia embarcada, ficou muito mais fácil de pilotar e adotou importantes comandos, que fazem da condução uma verdadeira diversão
Texto: Trinity Ronzella
Fotos: Trinity Ronzella e Ricardo Kruppa
BMW R 1200 GS
Vamos retroceder no tempo para termos uma ideia de quão rápida foi a evolução dessa linha de motocicletas até chegar ao que temos hoje. Em 1980, a BMW lançou a primeira GS, a R80G/S. Essa moto foi um ícone devido à radicalização no estilo e revolucionou por causa de sua altura. Tornou-se um sucesso de vendas, tanto que criou uma nova categoria no mercado. O início se deu por volta da década de 1970, numa fase ruim em que a fábrica alemã lutava por sua sobrevivência, competindo com os novos lançamentos das marcas japonesas de 4 cilindros, que deixaram as bicilíndricas da BMW, arrefecidas a ar e cardã, para trás.
As motos trail japonesas de 500 cilindradas faziam sucesso e, mesmo a BMW tendo desenvolvido máquinas de fábrica nos anos 70 com essas cilindradas para competição no off-road, e as adaptações nos modelos R75/5 para competir nessas modalidades estivessem se tornando mais comuns, o modelo começou a chamar a atenção. Em 1977, com a mudança de alguns regulamentos das competições, surgiu a categoria acima de 750 cc, o que despertou na BMW o interesse no segmento. Tanto que foram desenvolvidos logo dois protótipos de enduro com base nos motores R60.
Em 1978 já havia, simultaneamente, três conceitos de GS diferentes de 800 cc para Enduro, o que foi o maior sucesso! Foi aí que surgiu o interesse em produzir uma moto dessas para o mercado. E criou-se o primeiro protótipo, que foi apelidado de “Red Devil”. Por volta de 1979, uma nova administração não deu outra alternativa: ou produzia a nova motocicleta ou vendia a BMW Motorrad. Foi onde se deu continuidade à série K e a GS de Enduro, nascendo, assim, a R80 G/S, que foi apresentada em setembro de 1980 no salão de Colonia, na Alemanha.
O sucesso de vendas superou a expectativa e atraiu os olhos da concorrência, criando, assim, o novo segmento das motos de enduro de grande cilindrada. O sucesso das motos no Rally Paris Dakar, vencido pela BMW em 1981, 1983, 1984 e 1985, deram credibilidade e fizeram surgir as versões para o público em geral. Com a evolução das máquinas, e a dura exigência do Dakar, começaram a surgir os motores de 1000 cc já em 1983 para, em 1987, apresentar mais dois modelos: R80 GS e R100GS.
Desse ponto em diante a evolução foi incrível! Muita tecnologia, design e inovações resultaram no que todos podemos ver e experimentar nas ruas do mundo todo.
BMW Exclusiva
A parte de motor já é conhecida: 1.170 cilindradas em um boxer bicilíndrico de oito válvulas, injeção eletrônica, refrigeração mista (ar e líquida), módulo central remapeado, transmissão por eixo cardã, embreagem hidráulica, potência de 125 cv a 7.750 rpm e torque máximo de 12,75 kgfm a 6500 rpm. Para atender às normas de emissão da EU4, o propulsor possui um catalisador adaptado, e mais um amortecedor de vibração no eixo de saída da transmissão foi incorporado, além dos eixos de transmissão e o atuador do tambor de seleção terem sido revisados.
Esteticamente falando, as mudanças ocorreram no para-lama dianteiro e um aprimoramento da parte aerodinâmica, com pequenos defletores nas laterais do tanque. A cor “iced chocolate” metálica do tanque combinando com elementos claros, a transmissão em preto e freios em dourado, valorizaram o modelo. O novo grafismo do painel e a mudança no layout também fazem parte das novidades, facilitando a leitura das informações, que combina o digital com o analógico.
O Assistente de Partida em Subida (HSC) vem no pacote Exclusive. Ele evita o retorno indesejado nos declives sem que a alavanca de freio seja pressionada permanentemente. A moto continua parada com a ativação dessa função e o piloto tem liberdade para se manter com os dois pés no chão. O conforto se encontra também no Assistente de Troca de Marchas Pro, que permite que as mudanças sejam feitas sem o acionamento do manete de embreagem.
Outro mimo de série é o sistema de partida sem chaves (keyless), que se estende à tampa do tanque de combustível. Basta deixar as chaves no bolso para que se possa ligar a moto ou abrir o tanque de combustível.
A pilotagem
A moto continua “leve” e de fácil pilotagem. Isso, somado às melhorias atuais, deixa o modelo cada vez mais próximo da perfeição, tornando sua condução simples e agradável.
Acompanhe mais detalhes no vídeo a seguir:
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