Nossa trip começa próximo da capital paulista, em São Bernardo do Campo, e aproveita parte de um roteiro criado para fomentar o turismo na região, em rota ecoturística em mananciais e reservas
Texto: Celso Renato A. Silva
Fotos: Alexandre Rio
Caminhos do Capivary
Nossa aventura, dessa vez, foi bem próxima da capital paulista, com início no bairro de Riacho Grande, em São Bernardo do Campo, na região do ABC. Aproveitamos parte de um roteiro criado pela Secretaria de Turismo de São Bernardo, com objetivo de fomentar o turismo na região, por uma rota ecoturística em mananciais e reservas. Este percurso é denominado oficialmente como “Rota Caminhos do Capivary”. Com belas paisagens e locais para contemplação, aproveite para percorrer esse roteiro sem pressa e pare para curtir os atrativos e registrar as belas imagens.
História
A história dos Caminhos do Capivary – palavra de origem tupi, que em português significa rio das capivaras – está relacionada aos indígenas e tropeiros que transitavam entre o litoral e o planalto. No século XIX, a região foi colonizada por imigrantes italianos, portugueses e poloneses, que receberam as terras da Coroa Portuguesa.
A partir da década de 1920, o local começou a ser povoado. Mas, em 1927, com o alagamento da Represa Billings, a região sofreu grande alteração na paisagem, no ambiente natural e na conexão com o restante do município de São Bernardo. Com a implantação do sistema de balsas por cabo, o local ficou conhecido como Pós-Balsa. Hoje, o caminho original está submerso em um dos braços da represa.
Rota ecoturística
Com 25 quilômetros de extensão, a rota está localizada em uma área que abriga muitas espécies da fauna e da flora da Mata Atlântica e conserva alguns aspectos do modo de vida das regiões rurais. Ainda desconhecida por muitos moradores de São Bernardo do Campo e região, a rota sempre foi vista como última fronteira do município. Ali, ainda no século XIX, estabeleceram-se imigrantes de diversos países, que foram a base do desenvolvimento da famosa indústria moveleira da cidade.
Percorrendo a rota, o visitante avistará belas paisagens, diversas espécies vegetais nativas e muitas aves. Há espaços de lazer e alimentação, como pesqueiros, alambique, acampamento, passeio a cavalo, entre outros. O circuito resgata a história da colonização são-bernardense, é autoguiado, sinalizado e ainda conta com mais 14,5 km de rotas adjacentes que levam a outros atrativos da região. Pode ser percorrido de motocicleta, bicicleta, a cavalo, a pé, ou mesmo de carro, seguindo principalmente por estradas de terra e cascalho.
Nos “Caminhos do Capivary”, você vai encontrar trechos apropriados para iniciantes, em estradas de terra com muitas subidas e descidas e alguns trechos planos, passando por atrativos naturais como reservas indígenas, espécies de vegetais e de animais silvestres e locais de lazer e alimentação.
O roteiro está totalmente demarcado com placas indicativas, engloba uma região que conserva ainda vegetação remanescente de Mata Atlântica às margens sul do reservatório Billings e ao lado do Parque Estadual da Serra do Mar.
O roteiro
Para chegar a Riacho Grande, em São Bernardo, a partir da capital paulista, pegue a Rodovia Anchieta, que liga a cidade de São Paulo ao litoral sul do Estado. Caso você venha da Capital, siga pela pista local até o km 29 e pegue a saída à direita para o Riacho Grande. O trecho está muito bem sinalizado. Ao chegar ao Riacho Grande siga as placas indicando “Balsa João Basso/Balsa Taquacetuba” pela Estrada do Rio Acima. A balsa é única devido ao sistema de tração a cabo, sendo que o trajeto ida/volta leva aproximadamente 20 minutos, gerando alguma fila dependendo do dia e horário. Mas as motos não precisam pegar fila e não pagam pelo uso do equipamento.
Após a travessia, prossiga pela Estrada do Rio Acima por aproximadamente 3,5 km. Preste atenção, pois à esquerda terá início a Estrada do Capivari e trecho de terra. A partir desse ponto você poderá seguir o roteiro orientado por meio das placas marrons indicativas da “Rota Caminho do Capivary”, que estão em todo o percurso em bom tamanho e com grande detalhamento dos atrativos.
Após se deslocar por aproximadamente 4,5 km há um pequeno acesso à esquerda que leva às duas barragens. Vale a pena entrar para explorar, pois ida e volta têm aproximadamente 10 km e o trecho de deslocamento é divertido e bonito, margeado dos dois lados por vegetação de Mata Atlântica, sinuoso com cascalho e algumas poças, que garantem a diversão. Ao final estão as praias das barragens.
Após curtir o “desvio”, volte pelo mesmo caminho até a Estrada do Capivari e prossiga pela rota, que passará por baixo da Rodovia dos Imigrantes. Na sequência, à esquerda, você verá o pesqueiro “Sol Pescarias”. O local possui um grande pesque e pague e, o mais importante para os aventureiros, restaurantes e banheiros. A comida é simples, mas boa e a preços justos.
Prosseguindo pela rota você passará pela APA Capivari-Monos (Área de Proteção Ambiental). Seguindo as placas da rota chegará à Estrada Água Limpa e, a partir desse ponto, você pode iniciar o seu retorno para a balsa ou seguir para Aldeia Guarani Krukutu para uma visita. Mas, para isso, é necessário agendar com antecedência. Siga pela estradinha até a Estrada do Rio Acima, já asfaltada, e siga as placas para retornar à balsa, e assim a rota se fecha em um laço. Até a próxima aventura!
Detalhes
Para essa aventura, a Kawasaki do Brasil cedeu a novíssima Versys 650 2018. A moto é excelente nas rodovias pavimentadas e, apesar de ser um modelo crossover, possui excelentes suspensões, o que permite sua utilização em vias de terra com conforto e segurança. Com o piso seco, os pneus originais deram conta do recado. Contei com a excelente companhia do aventureiro Alexandre Rio.
Onde comer:
Sol Pescarias. Estrada do Capivari, 7.666 – São Bernardo do Campo (SP).
Visitação:
Aldeia Guarani Krukuru – APA Capivari-Monos – (11) 96424-7409 / 95362-2272.
Serviços:
Aventur (11) 99296 4677 – Falar com Celsinho, que organiza trips on e off road pelo Brasil (www.aventur.tur.br).
Apoio:
Kawasaki – Alpinestars – Bell
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